Único dos cinco romances de amor narrado em primeira pessoa, Leucipe e Clitofonte de Aquiles Tácio apresenta um desenvolvimento ímpar da tópica do gênero, que diversas vezes beira a subversão ou a paródia dos seus lugares-comuns. Na boca dos personagens, Eros e Afrodite, figuras divinas tão importantes em outros romances, são pouco mais do que alegorias de emoções e desejos. Nesse contexto, com sofisticada alusão literária, Aquiles Tácio explora imagens da militia amoris, tomando-as da elegia erótica e tornando-as romanescas. Este artigo procura analisar a representação de Eros no romance, especificamente a caracterização marcial do deus em algumas passagens da narrativa, que enfatiza a representação do próprio herói Clitofonte como algo paródica do protagonista masculino dos romances de amor.
RESUMO O objetivo deste estudo é analisar o romance grego Ἀληθῶν Διηγημάτων, Das Narrativas Verdadeiras, de Luciano de Samósata (125-180 d.C.), considerando os objetivos expostos pelo autor no proêmio do texto e sua composição por meio da alusão a outros gêneros literários. Apresenta-se também uma tradução do texto em português.
Este artigo considera o problema negligenciado do esporte de elite na Atenas Clássica. A democracia ateniense pode ter aberto a política a todos os cidadãos, mas não teve impacto na participação esportiva. Os esportistas desse Estado antigo continuaram a ser recrutados da elite. Portanto, é uma surpresa que os cidadãos que não pertenciam à elite considerassem o esporte como algo positivo e que tenham criado um programa inigualável de festivais esportivos locais em que gastaram uma quantia de dinheiro significativa. Eles também protegiam os esportistas das críticas públicas que normalmente eram direcionadas para a elite e suas atividades conspícuas. O trabalho dos cientistas sociais sugere que a explicação desse paradoxo se encontra na estreita relação que os atenienses não pertencentes à elite percebiam entre as competições esportivas e a maneira como conduziam a guerra. A conclusão inquietante desta palestra encontra-se na afirmação de que a abertura da guerra aos cidadãos não pertencentes à elite promovida pela democracia ateniense legitimou o esporte de elite.
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We analyze the political actions of Theramenes as described by Thucydides (during the coup of 411 BCE) and Xenophon (under the Thirty, 404-403 BCE) to map the features that converged to make him a paradigmatic character in the ancient Greek political imaginary. Xenophon, at least, may have been an eyewitness to the facts reported and both historians have conditioned Theramenes’ portrayal by later authors. We highlight the traits of Theramenes that fostered his identification as either the quintessence of the turncoat or as a role-model for moderate politics. Our goal is also to discuss the implications of his political stances for the configuration of Athenian democracy in the last quarter of the 5th century and how this may still help us consider our own democratic system and its flaws.
resuMo: Quéreas e Calírroe, romance de Cáriton de Afrodísias (I d.C.), tem como ponto de partida e de retorno do par protagonista a cidade de Siracusa, na Sicília do início do século IV a.C. Uma parte considerável da ação, contudo, se passa em Mileto, para onde se desloca a heroína. Procura-se investigar aqui as razões dessa opção de Cáriton, que já na primeira sentença de sua obra proclama sua nacionalidade, alertando o leitor que o autor é um grego que vive na periferia do império romano. A hipótese é que a escolha por situar a ação do romance no passado reflita menos a emulação do relato historiográfico, especialmente o de Tucídides, mas antes uma estratégia para tratar indiretamente da relação entre Afrodísias e Roma no presente. Palavras-chave: romance antigo; Cáriton; Quéreas e Calírroe; Afrodísias; Roma. Past and Present: siCily and Miletus, roMe and aPhrodisias in Chariton's novel abstract: In Chariton's Chaereas and Callirhoe (I AD), the protagonist pair starts at and returns to the city of Syracuse, Sicily, in the early fourth century BC. A considerable part of the action, however, takes place in Miletus, to where the heroine has gone. This paper's aim is to investigate the reasons of Chariton's option, he who already at the very first sentence his work proclaims his nationality, warning the reader that the author is a Greek, living in the outskirts of the Roman Empire, in the city of Aphrodisias. My hypothesis is that the choice of placing the novel's plot in the past and the prominence attributed to Sicily suggest a strategy to address indirectly the links between Aphrodisias and Rome in his present time, rather than an emulation of historiographical accounts, especially that of Thucydides.
The aim of this paper is to discuss Lucian's statement that his novel Verae Historiae provides both pleasure (yuxagwgi/ a) and qewri/ a to the readers. I suggest that Lucian addresses the question of the production of fiction narratives in prose and how they should be read while arguing that his work is an appropriate reading to the pepaideuménoi. KEY-WORDS: Lucian; Verae Historiae; fiction; ancient novel; pleasure.as Histórias verdadeiras, antes de dar início à narrativa propriamente dita, Luciano expõe em um proêmio os objetivos de sua obra, sua motivação ao escrevê-la, o seu tema e seu propósito. Trata-se, portanto, de uma apresentação de caráter programático, que indica ao leitor como se deve dar a recepção do texto, o que inclui uma discussão acerca dos limites entre o que é yeudoj e o que é verdadeiro, com a condenação de "poetas, historiadores e filósofos", que teriam escrito coisas fabulosas e extraordinárias julgando que suas mentiras passariam despercebidas (Histórias verdadeiras, I, 1-2): * lucia.sano@unifesp.br 1 Este texto foi adaptado da minha dissertação de mestrado Das narrativas verdadeiras: tradução, notas e estudo, apresentada em julho de 2008 ao programa de pós-graduação em Letras Clássicas da Universidade de São Paulo. Agradeço a orientação da Profa. Dra. Adriane Duarte e as sugestões da banca avaliadora, composta pelo Prof. Dr. Christian Werner e pela Profa. Dra. Maria Celeste Dezotti. Todas as traduções citadas são de minha autoria, salvo quando há indicação do tradutor.
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