O artigo tem como objetivo analisar a monopolização das sementes no âmbito da mundialização do capital. Parte-se do pressuposto de que as corporações empresariais agroquímicas seguem mercantilizando as sementes e, concomitantemente, agem para exercer o monopólio sobre seus códigos genéticos. Uma contradição fundamental desse processo é o crescente monopólio sobre bens da natureza indispensáveis à (re)produção da vida no planeta. O texto veicula uma manifestação empírica dessa realidade ao abordar o estado da contaminação de cultivos de milho crioulo por transgênicos no semiárido de Alagoas. O materialismo histórico-dialético dá sustentação ao esforço reflexivo.
RESUMO: Os agrotóxicos integram o modelo químico-dependente vigente na agricultura brasileira e é parte da complexa totalidade capitalista em que as megacorporações agroquímicas gozam de enorme centralidade. As linhas que seguem têm como objetivo analisar as contradições subjacentes à agricultura dependente de agrotóxicos no Semiárido de Alagoas, oferecendo um aporte reflexivo a partir de dados e informações de destacada relevância. O fenômeno dos agrotóxicos se materializa de maneira desigual no Semiárido de Alagoas e tem resultado em agudas contradições socioambientais. A pesquisa conseguiu identificar uma expressiva incidência de intoxicação humana e riscos de contaminação das águas e dossolos com os ingredientes químicos usados nas plantações. Ademais, constatou-se a sujeição da renda da terra camponesa ao capital por meio da compra/venda regular de variados agrotóxicos. No texto são veiculados dados primários e secundários levantados ao longo da investigação, através de visita de campo a algumas das comunidades situadas às margens do Canal do Sertão e do rio Moxotó, Mesorregião do Sertão, porção oeste do Semiárido, e coletados por meio de consultas a diversos órgãos do Estado.PALAVRAS-CHAVE: pesticidas, capital, renda da terra
A formação territorial brasileira e alagoana alicerçou-se na usurpação das terras indígenas para as relaçõessociais de produção hegemônicas. Tal fato resultou na eliminação física de indígenas edispersão/desaparecimento de etnias. Entretanto, ao longo do século XX, em especial, após a ditadura civilmilitar,diversos grupos indígenas assumiram, publicamente, sua condição étnica, passando a buscar a retomadade suas terras para a construção do seu território. Na presente investigação, busca-se analisar a formaçãoterritorial alagoana e seus desdobramentos para os povos nativos. É igualmente analisada a emergência de etniasindígenas no estado de Alagoas e o processo desencadeado de lutas, como expressão viva das contradiçõesterritoriais. Como suporte teórico à análise, é realizada uma discussão conceitual de terra e território, a partir deautores da Geografia e de outros ramos das Ciências Humanas, buscando decodificar suas expressõessemânticas, no contexto da questão indígena. Por fim, são tecidas considerações sobre o quadro atual da luta porterra e território indígenas, em Alagoas, observando dados e informações sobre regularização fundiária, violaçãode terras, assassinatos e ameaças de morte. Trata-se de uma contribuição analítica de base teórico-empírica, quevisa fornecer elementos para o entendimento da situação contemporânea vivenciada pelas etnias indígenas emAlagoas.
Na última década, a superfície cultivada com eucalipto em Alagoas cresceu exponencialmente. A territorialização do eucalipto em Alagoas ocupa extensas áreas da Mesorregião Leste e Agreste e tem o objetivo de fomentar o complexo de madeira-papel-celulose, apropriando-se de condições vantajosas para a reprodução ampliada do capital. Contraditoriamente, o aumento da superfície cultivada com eucalipto no estado coincide com a diminuição da oferta de um importante gênero, como o feijão, fragilizando a soberania alimentar. Ademais, a territorialização do eucalipto apresenta seus primeiros sinais de destruição social e ambiental, a exemplo da diminuição da oferta hídrica e contaminação de plantações e corpos d’agua de comunidades. Compreende-se que o advento do agronegócio do eucalipto, longe de representar uma alteração da realidade hegemônica do estado, atualiza suas contradições por meio do deserto verde. Palavras-chave: eucalipto, capital, agronegócio
• 58 • ambiental, mas para isso é necessário o engajamento e comprometimento do professor para desenvolver discussões e projetos que retratem os problemas ambientais da atualidade.
O presente artigo objetiva decodificar o imperialismo contemporâneo, compreendendo-o como a forma em que se substancializam o conteúdo das relações capitalistas hegemonizadas pelo capital financeiro e sua face mais usurária, o capital fictício. Busca-se revelar as maiúsculas contradições do imperialismo contemporâneo e seus efeitos eminentemente deletérios para a humanidade, sem perder de vista seu caráter processual e histórico. Tem-se como ponto de partida a interpenetração de capitais sem precedentes na história, desde a desregulamentação monetária e fiscal do último quartel do século XX, que promoveu um regime de acumulação singular, pautado hegemonicamente na valorização D-D’, bem como, na emergência de transnacionais cujo raio de valorização do capital perpassa diversas escalas geográficas. Os países considerados periféricos passaram a integrar o sistema imperialista mundial e concorrem para a valorização do valor nos mais diversos rincões do planeta. Dessa feita, pode-se afirmar que o imperialismo contemporâneo recrudesceu seu caráter expropriador, com o impulso à mobilidade do capital financeiro, especialmente, o capital fictício, e o envolvimento de corporações de diferentes matizes e formações sociais em seu seio.
Resumo. São vários os motivos que levam as pessoas aprenderem um idioma, mas no geral, a busca por uma aproximação com outros povos, costumes e nações guiam a intencionalidade do maior número de pessoas. No sentido de estabelecer e elevar essa aproximação, o presente artigo apresenta o software "Lerni", recurso educacional digital em formato aberto que utiliza mecânicas de jogo, com o objetivo principal de auxiliar no aprendizado da língua Esperanto. A proposta de "Lerni" é servir de elemento mediador entre professores e alunos de cursos livres de Esperanto ou de Educação Básica, colaborando assim, com a formação de conhecimentos e valores definidos na atual Base Nacional Comum Curricular brasileira.
As considerações que seguem têm como propósito identificar e analisar as contradições do hegemônico modelo químico-dependente na agricultura, usando como recorte espacial o estado de Alagoas. Parte-se do pressuposto de que a emergência do capitalismo monopolista, no final do século XIX, engendrou a formação de megacorporações agroquímicas e aprofundou a subordinação da agricultura aos imperativos da reprodução do capital. Nesse sentido, o advento da Revolução Verde fomentou a transição para práticas agrícolas pautadas nas invenções provenientes dos laboratórios das empresas, principalmente, nos agrotóxicos. Salienta-se que a comercialização e o consumo expressivo de agrotóxicos em Alagoas têm intoxicado dezenas de pessoas, anualmente, e esse processo deve ser visto como parte da violência no campo.
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