O presente estudo investiga narrativas de memórias orais de estudantes acerca de espaços e prédios escolares por eles habitados, no período de 1920 a 1980. Tem-se como principal objetivo a produção de uma espécie de cartografia das sensações sobre os espaços vividos durante a escolarização, identificadas na documentação. A pesquisa privilegiou o exame do conteúdo discursivo das oito entrevistas realizadas, tendo como metodologia a História Oral. A partir das análises das recorrências e dissonâncias nas narrativas, construíram-se duas categorias de análise: “O Antigo e o Novo: relações entre os estudantes e os prédios das escolas”; “Entre a vigilância e a diversão: o espaço escolar como elemento curricular”; Para a pesquisa, os espaços da escolarização adquirem um lugar de destaque na hora de rememorar. E estas lembranças, carregadas de ressignificação, trazem evidências para compreender a arquitetura escolar como agente na construção de sensibilidades estudantis.
O presente estudo analisa instituições que salvaguardam elementos da cultura escolar de Porto Alegre/RS. Analisam-se os conceitos de arquivos escolares, museus escolares e museus de educação com a intenção de problematizar sua emergência e seus acervos. Trata-se de locais que atuam como lugares de memória da educação porto-alegrense, e, portanto, há a necessidade de divulgação desses espaços. Constituem-se em lugares de memória que efetuam diversas práticas para essa salvaguarda documental. Os espaços analisados, em sua maioria, caracterizam-se por serem espaços de pesquisa, ensino e preservação arquivística.
RESUMO: O artigo problematiza a constituição do Arquivo de Memórias da Faculdade de Educação/UFRGS. Sua organização se inscreve no campo da História da Educação em interfaces com os postulados da História Cultural, por promover a exploração de experiências educativas, por vezes esquecidos pela historiografia. A temática também filia-se às discussões contemporâneas acerca das práticas arquivísticas. Neste lugar, abrigam-se documentos históricos em diferentes dimensões. Mas “o sabor do arquivo” (Farge, 2009), sem descuidar da documentação oficial, reside no recebimento de arquivos pessoais de professores e de estudantes, muitos deles formados por escrituras ordinárias, e também na produção de memórias orais dos sujeitos que compõem as comunidades acadêmica e escolar. Nesses gestos de guardar, concentram-se esforços para a constituição de um Arquivo Vivo, em que as problemáticas colocadas no tempo presente, transformadas rapidamente em passado direcionam nossas ações e intenções acerca do que guardar, por que guardar, para que guardar, para quem guardar.
O artigo investiga memórias de um Grupo Escolar, por meio das narrativas de estudantes, que, entre os anos 1948-1954, freqüentaram a instituição de ensino. A escola localizava-se em uma região periférica de Porto Alegre/RS, ainda mantinha traços rurais, sendo também ocupada pela população negra da cidade. Inscrita no campo da História da Educação, valendo-se da metodologia da História Oral, a pesquisa lança olhares à cultura escolar pretérita, tendo como documentos privilegiados as representações das liturgias e práticas escolares, rememoradas por cinco sujeitos. Essas memórias indicam a existência de uma escola adaptada em um antigo casarão, impregnada de conceitos próprios de uma época de consolidação dos grupos escolares, como instituições públicas de ensino.
O estudo analisa os diferentes espaços ocupados pelo Colégio de Aplicação/UFRGS, a partir de 1954, ano de sua criação, até 1996, quando deixou o Campus Central, transferindo-se para uma sede própria. O corpus documental da pesquisa são narrativas de antigos discentes e docentes, publicadas na Revista Cadernos do Aplicação (2004), edição comemorativa aos cinqüenta anos do colégio. Examinamos, nesses escritos, questões referentes à memória, sobretudo a composição das lembranças deste espaço escolar. Cada texto constitui-se em uma versão do passado, pois o rememorar implica em uma construção acerca do que se viveu, atravessada por diferentes clivagens, tendo o presente como fio condutor. Apostamos na potência dessas narrativas como indícios de uma escola de outra época. Por meio delas, aqui transformadas em documentos, são possíveis, pelas lentes da História, aproximações de um tempo pretérito de uma instituição educativa que tem sua história atrelada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
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