Corpo feminino, fitness e A colunA pArtida de frida Kahlo: diálogo semiótiCoThe female body, fitness, and "The broken column" by Frida Kahlo: a semiotic dialogue Resumo Este texto é fruto de uma pesquisa semiótica que procurou explicar os motivos que levaram, a partir de um ponto de vista fenomenológico inicial, um grupo de pesquisadores do corpo e da comunicação identificar uma relação possível entre o quadro A coluna partida, da pintora mexicana Frida Kahlo, com a chamada cultura fitness feminina contemporânea. Para fundar tal diálogo semiótico, suspendemos duas categorias: dor/sofrimento e biotecnologia, pois entendemos que elas podem ser vistas iconicamente mediante imagem e metáfora tanto na vida e na obra de Frida Kahlo -retratada especificamente na pintura aqui analisada -, como no contexto da cultura fitness, no que tange a marcas, expressões e discursos que tais práticas inscrevem no corpo feminino. Mirar o quadro A coluna partida com as lentes da semiótica, visando estabelecer relações imagéticas e metafóricas com a cultura fitness, remete-nos a uma leitura em que os padrões modernos de beleza e saúde recaem sobre os corpos femininos por meio das biotecnologias médicas cujo preço paga-se também com dor/sofrimento.
Num primeiro plano, partindo do fato de que Diadorim é uma subjetividade atravessada pelo olhar do outro – ou seja, não se trata de uma subjetividade que narra a si mesma, mas de uma subjetividade cujo “ser” se põe, face a um narrador em primeira pessoa, como “ser-para-outro” – é preciso indagar em que medida a revelação de seu corpo como sendo corpo-de-mulher contribui, na maneira pela qual Riobaldo-narrador tece os fios do passado, para o acorde entre feminino e alteridade. Trata-se, portanto, de investigar o ajuste firmado, no romance de Rosa, entre o feminino e a condição de “Outro absoluto” que lhe é atribuída e sobre a qual discorre Simone de Beauvoir. Num segundo plano, para além do exame sobre o que o romance fala (seus ajustes e pactos), é preciso deslindar o que o romance dissimula. Em outras palavras, mais do que capturar Diadorim em uma identidade de gênero, ainda que provisória – visto que Diadorim parece não performar os padrões de masculinidade impostos por seus pares e daí receber o epíteto de “o delicado”; tampouco Diadorim “torna-se mulher”, mas é, discursivamente, “tornada” mulher, no advento de sua morte – pretendemos demonstrar que o que o romance dissimula é o escândalo, manifesto já no nome “Diadorim”, da desorganização das normas de inteligibilidade de gênero; a essa altura, tomaremos como pressupostos teóricos os estudos de Judith Butler sobre o tema.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.