RESUMO Neste artigo, investigamos uma interação entre praticantes do pole dance, com foco na reação e na resistência relacionadas à recorrente construção de estigmas sobre a atividade. Inserida na área da Linguística Aplicada Contemporânea, a pesquisa volta-se à observação dos mecanismos discursivos avaliativos negociados pelas interlocutoras e às contribuições destes para a ressignificação da atividade que praticam. A análise microdiscursiva fundamenta-se no sistema de avaliatividade, integrante da Linguística Sistêmico-Funcional, quando percebemos quais estigmas são problematizados nos discursos das participantes, a partir de avaliações realizadas, principalmente, nas esferas do afeto e do julgamento. O paradigma qualitativo orienta a metodologia do estudo, com o corpus gerado pela gravação de uma conversa entre a primeira autora e sua professora da modalidade. Nossos entendimentos sugerem que as participantes concebem o pole dance como uma prática libertadora, construindo um discurso que o ressignifica positivamente e que resiste a visões hegemônicas conservadoras, as quais estigmatizam a atividade e a consideram uma prática vulgar e desviante da normalidade.
Neste artigo, refletimos sobre as nossas emoções, relacionadas ao ensino-aprendizagem no cenário da pandemia do COVID-19, a partir da análise das avaliações emergentes em histórias por nós relatadas. As narrativas orais foram produzidas durante uma dinâmica reflexiva, realizada com nosso grupo de pesquisa e reportam situações que afetaram nossas práticas educacionais no início da pandemia. Para analisar as contribuições do discurso avaliativo na construção das nossas emoções, propomos uma arquitetura teórica alinhada à Linguística Aplicada Contemporânea, em diálogo com as abordagens interacionais de narrativa, de avaliação e de emoções. Investigamos os três relatos inspiradas por um olhar autoetnográfico, que possibilita entendermos o mundo a partir das nossas próprias vivências. As análises dos dados sugerem que nossas emoções foram reelaboradas de formas diversas: em “ondas” emocionais; a partir de crenças e valores sobre o fazer pedagógico; e em trajetórias de sofrimento, enfatizando o caráter transitório, fluido e dinâmico das emoções.
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