A necessidade de se garantir a integralidade do cuidado e a formação de profissionais habilitados para o trabalho no Sistema Único de Saúde (SUS), sobretudo na consolidação da Estratégia Saúde da Família, impulsionou a criação dos programas de Residência Multiprofissional em Atenção Básica e Saúde da Família (RMABSF). Dentre as possibilidades de atuação destes(as) profissionais, destaca-se a gestão em saúde, contemplando os instrumentos de planejamento, formulação e execução de políticas públicas voltadas para as necessidades de saúde inadiáveis da população brasileira. Neste contexto, emergem as Políticas de Atenção à Saúde Integral da População Negra e LGBT e as perspectivas de atuação de profissionais residentes em sua implementação nos territórios. O presente trabalho, elaborado a partir de um relato de experiência descritivo, expõe as vivências do trabalho de residentes na gestão das Políticas de Saúde da População Negra e LGBT, entre os meses de Outubro/2021 e Novembro/2021, no município de Jaboatão dos Guararapes/PE. O trabalho em gestão permitiu o contato com o planejamento em saúde, a gestão de pessoas e a articulação intersetorial, bem como com a educação permanente em saúde, ampliando o escopo de atuação profissional para o SUS, para além do foco assistencial. Ao fim, concluiu-se que a relação entre a RMABSF e o espaço de gestão em políticas de saúde fornece benefícios a partir de uma efetivação da educação em serviço e das vivências significativas na formação profissional.
A violência é um problema mundial de saúde pública e a notificação compulsória é fundamental para a definição de estratégias de intervenção no enfrentamento e na construção de políticas públicas de saúde e de segurança. A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travesti e Transexuais (LGBT) apresenta a importância do preenchimento dos campos orientação sexual e identidade de gênero, que integram a ficha de notificação compulsória de violência interpessoal e autoprovocada do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN), reconhecendo e dando visibilidade a estes agravos perpetrados contra essas pessoas. O presente estudo tem como objetivo analisar os dados de violência contra as pessoas Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travesti e Transexuais. Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e exploratório. A fonte de dados secundários para a obtenção dos dados foram as fichas do SINAN, tendo como âmbito temporal o período de janeiro de 2014 a agosto de 2019, disponibilizadas pela Vigilância em Saúde através da Coordenação de Agravos e Doenças Crônicas Não-Transmissíveis (DANTS) do município de Jaboatão dos Guararapes – Pernambuco (PE), Nordeste do Brasil. As notificações de violência se mostram incipientes, dificultando não só conhecer o perfil das pessoas LGBT como, também, impedir o desenho de perfis de vítimas com vulnerabilidades cruzadas.
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