O objetivo deste estudo de abordagem qualitativa foi compreender o significado do cuidar do portador de transtorno mental para os seus familiares. Participaram do estudo 12 familiares de portadores de transtornos mentais com histórico de internação psiquiátrica, tendo os sujeitos respondido a um formulário sociodemográfico e a uma entrevista semiestruturada. Os resultados mostraram que os familiares responsáveis pelo cuidado eram predominantemente do sexo feminino, com idade entre 60 e 69 anos, casados, com ensino fundamental incompleto, católicos e aposentados. Quanto ao vínculo familiar do cuidador com o portador de transtorno mental, constatou-se predominâcia de mães, seguidas de irmãs. Os discursos foram analisados sob a ótica da Análise de Conteúdo e possibilitou a elaboração de quatro categorias: (In)compreensão da Doença; Ser Cuidador; Adoecimento do Cuidador e Felicidade pelo Regresso. O cuidar do portador de transtorno mental é representado pela maioria dos sujeitos com imagens internalizadas de angústia, devido à impossibilidade da cura, sobrecarga de trabalho, dificuldade financeira e falta de entendimento acerca do transtorno mental. Concluiu-se que é evidente a necessidade de discussão, desenvolvimento e implementação de políticas destinadas aos cuidadores do portador de transtornos mentais.
Este trabalho aborda a construção do transtorno mental em discursos de usuários de um centro de Atenção Psicossocial e de seus familiares. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que teve como referencial teórico-metodológico a Psicologia social discursiva. Foram entrevistados 15 usuários de um CAPS de Campina Grande-PB e 15 familiares. Em suas elaborações sobre as causas ou determinantes da doença mental, foram detectados cinco fatores determinantes da doença mental: biológicos, socioeconômicos, psicossociais, psicológicos e sobrenaturais. Já em suas elaborações discursivas sobre os sintomas e sinais da doença mental, sobre o modo como se manifesta, predominaram descrições nas quais o doente mental aparece como um ser incapaz de autonomia, um ser de desrazão, caracterizado pelo descontrole e pela periculosidade. Em outras palavras, são discursos que descrevem o doente mental com os mesmos termos encontrados no discurso psiquiátrico usado para justificar a ordem manicomial, discursos que reproduzem os estereótipos sobre a loucura e que são dominantes no imaginário social.
Resumo O objetivo deste estudo foi verificar, por meio de desenhos, como o cirurgião-dentista e o ambiente odontológico são percebidos por crianças de dois municípios paraibanos de portes populacionais diferentes, bem como o impacto de uma intervenção com práticas de promoção de saúde bucal nesta percepção. A amostra foi constituída por 89 estudantes entre 7 e 12 anos, sendo 40 crianças da zona urbana da cidade de maior porte populacional (Campina Grande, PB) e 49 da zona rural, município de menor porte populacional (Queimadas, PB). A interpretação dos desenhos foi feita por duas examinadoras de forma independente através de um roteiro para interpretação, além da aplicação do coeficiente Kappa, a fim de se verificar o nível de concordância. Obteve-se um valor de Kappa igual a 1. Como análise geral, apesar de não se verificar associação significativa ao nível de 5%, as crianças da zona rural elaboraram maior número de desenhos que transmitiram uma impressão geral negativa em comparação àquelas da zona urbana e, posteriormente às ações de promoção da saúde, não houve uma melhora na percepção da situação odontológica através dos desenhos. O cirurgião-dentista e o ambiente odontológico são vistos de forma negativa pelas crianças de ambas as localidades, em sua grande maioria, não havendo diferenças expressivas entre os dois grupos. Assim, demonstra-se a necessidade de compreensão do verdadeiro aspecto que define a construção dessa imagem, incentivando atendimentos que fortaleçam o vínculo paciente-profissional para desmistificação da imagem negativa do profissional.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.