O artigo discute a interpretação de Celso Furtado sobre o Golpe Civil-militar de 1964 e os reflexos dos governos militares para a sociedade brasileira. Por meio de recursos filológicos, o trabalho analisa um conjunto de textos produzidos entre 1962 e 2004, a partir de três perspectivas: (a) a ruptura política como um desdobramento do subdesenvolvimento; (b) as implicações do processo de globalização e a influência da hegemonia externa na política do Brasil e seus desdobramentos; e (c) os desajustes estruturais entre o Centro-Sul e o Nordeste. Por fim, o artigo insere Furtado como um autor importante para o debate historiográfico relacionado à Ditadura Civil-militar.
No Brasil, a proibição da Cannabis se consolidou em 1938, através do Decreto-Lei 891, e, desde então, essa planta é tema de debate em diferentes setores sociais. Apoiado nos conceitos de representação e de fonte histórica propostos pela Escola dos Annales, o artigo analisa as representações criadas pelo jornal Diário de Pernambuco em torno das ações policiais no combate à Cannabis entre 1938 e 1981. Através do método de clipagem, foram identificadas 2.926 notícias, das quais 636 traziam informações sobre a tentativa de erradicação dessa planta. O banco de dados formado pelas 636 notícias possibilitou a análise de aspectos sociais, políticos e econômicos, bem como o georreferenciamento das ações da polícia por meio da produção de um mapa. De modo geral, as análises dessas notícias sugerem que a destruição de plantios ilícitos e a apreensão de maconha pronta para o consumo eram uma das principais formas de combate utilizadas pelo Estado. Por fim, o artigo ainda identifica e discute quatro narrativas associadas às ações de combate: as grandes operações coordenadas, as pequenas batidas, as ações violentas e a política de orientação.
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