RESUMO: Este trabalho objetiva evidenciar os movimentos políticos e sua participação na constituição do público-alvo das políticas de Educação Especial no Brasil. Com os pressupostos do materialismo histórico dialético, compreendem-se a política como relação de forças. Analisaram-se fontes documentais que demarcaram mudanças relativas ao público-alvo, bem como literatura acadêmica. Apoiadas no conceito de Estado Integral, verificam-se que as instituições privadas e assistenciais, como aparelhos privados, marcaram posição nas definições das políticas de Educação Especial. Ressaltam-se a criação de dois tipos de movimento: de e para pessoas que demandam políticas públicas de Educação Especial - o primeiro representado por instituições privadas e assistenciais; e o segundo, formado pelos próprios sujeitos com condições específicas, cada qual com demandas particulares. Constataram-se que a participação dos movimentos na constituição do público-alvo da Educação Especial acontece em níveis diferentes, com os movimentos de e para pessoas com deficiências adotando a estratégia de participação em cargos públicos na esfera do aparelho de Estado para que seus interesses sejam incorporados às políticas educacionais, evidenciando a articulação das organizações da sociedade civil como elemento constituidor do Estado Integral. Por fim, destacam-se a forma de atuação política fragmentária dos movimentos com vistas a demandas específicas.
Nesse artigo buscamos discutir as propostas para a educação especial no contexto de pandemia causada pela COVID-19. Com base nos pressupostos teóricos e metodológicos do materialismo histórico e dialético, analisamos documentos internacionais e nacionais que propõem alternativas de ensino não presencial para os estudantes da educação especial. Verificamos a participação de organizações multilaterais na difusão de novas formas de produzir educação no mundo e na construção do consenso de que, no Brasil, o ensino remoto é a única forma de adequar o calendário escolar neste contexto. Constatamos que as recomendações para a educação dos estudantes da educação especial não diferem das propostas para o ensino presencial já difundidas pelas políticas educacionais, embora reconheçam que esses estudantes não se beneficiam das soluções à distância. Concluímos que as propostas para a educação especial no período da pandemia escancaram a exclusão do acesso ao conhecimento científico, que permeia, historicamente, a educação desses grupos de estudantes.
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