Resumo. O presente artigo tem por objetivo refletir sobre o uso da psicoterapia psicanalítica vincular em um contexto de preparação de crianças para uma adoção. Por meio do relato de um caso, será comentada a utilização desse referencial no atendimento conjunto a duas irmãs encaminhadas pela justiça para um serviço-escola, com um duplo propósito: avaliar a inclusão de ambas em uma família adotiva e ajudá-las a elaborar o trauma de devoluções anteriores. Concluiu-se que a utilização do enquadre e da escuta psicanalítica na preparação de crianças para a adoção demonstrou sua eficiência no sentido de oferecer um espaço para a elaboração das angústias envolvidas nesse tipo de processo.Palavras-chave: vínculo fraterno, Psicanálise Vincular, adoção.Abstract. This article addresses the use of the psychoanalytic psychotherapy linkage under a context of preparing children for adoption. By a clinical case, we discuss the use of this thesis in the joint treatment of two sisters sent by court to the school-clinic, with a dual purpose: to evaluate their inclusion in an adoptive family and to assist them to elaborate the trauma of previous devolutions. The conclusion is that the use of the psychoanalytic setting in the preparation of the children for the adoption has demonstrated its efficiency in order to provide a space for the elaboration of the anguish involved in this process.Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Atribuição 4.0 International (CC BY 4.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados.
RESUMONeste artigo abordamos um tipo específico de dinâmica conjugal marcada pela violência psicológica. Na clínica com casais, temos observado situações nas quais são utilizadas agressões verbais e humilhações, que afetam a auto-estima e a capacidade de reação e decisão da pessoa agredida. Forma-se um laço perverso caracterizado por um movimento recíproco no sentido do domínio do parceiro, com condições e exigências que submetem a ambos, levando a um tipo de relação na qual impera a complementaridade fusional. O discurso característico da contemporaneidade, de obtenção de prazer e busca da perfeição nos relacionamentos amorosos e da presença do modelo igualitário nas relações homem/ mulher, põe em destaque esse tipo de dinâmica ABSTRACT CONJUGAL RELATIONSHIP, PSYCHOLOGICAL VIOLENCE AND FUSIONAL COMPLEMENTARITY In this article we approach a specific type of conjugal dynamic that is marked by psychological violence. In our clinical work with couples, we have noticed situations in which verbal aggressions and humiliations are used, influencing the self-esteem and the reaction capacity of the person who suffered the aggression. A perverse bond takes form, characterized by a reciprocal RELAÇÃO CONJUGAL, VIOLÊNCIA, COMPLEMENTARIDADE FUSIONAL movement towards dominating one's partner with conditions and demands that subjugate both of them, leading to a type of relationship where a fusional complementarity rules. The typical discourse of the contemporaneousness, concerning the attainment of pleasure, the search for perfection in love relationships and the presence of the equalitarian man/woman relationship model, highlights this kind of relational dynamics. In some cases, one observes the fixing of the "phallic-active-man/castrated-passive-woman" model that remains concurrent to the changing of times.
Neste trabalho pretendemos apresentar uma experiência de utilização de grupos de reflexão como estratégia para a promoção da saúde das famílias que se constituem pela via da adoção. A Vara da Infância, da Juventude e do Idoso (VIJI) da Comarca do Rio de Janeiro tem oferecido um espaço denominado "Café com Adoção", no qual a troca de informações e de experiências vem auxiliando diversos sujeitos a trabalhar as fantasias e temores que envolvem a paternidade adotiva. Dúvidas e dificuldades surgidas desde o início do procedimento de habilitação até a chegada do filho e as etapas iniciais da interação com ele são revistas. Destacamos a importância da função de continente que exerce um grupo com as características apresentadas. Nos casos em que os participantes já haviam recebido o certificado de habilitação, mas ainda aguardavam a chegada do filho, o grupo os auxiliou a viver algo equivalente a uma gravidez psíquica, apesar da ausência da gravidez física. Verificamos que os requerentes à adoção e os pais adotivos participantes do grupo formam uma nova rede de apoio que acolhe suas inseguranças e os auxilia a elaborá-las. Palavras-chave: Adoção, grupos de apoio, família, promoção da saúde.
Neste artigo analisa-se o olhar dos filhos sobre a família contemporânea. Objetiva-se compreender como a criança representa e vivencia sua família, e como percebe a articulação entre trabalho, família e seu mundo pessoal. Solicitadas a elaborar uma redação com o tema "Minha família", 52 crianças participaram de uma pesquisa exploratória. A análise de conteúdo das redações revelou seis categorias de significados atribuídos à família: conflitos, trabalho, lazer, valores, união familiar e desapego. Entre as soluções encontradas pelas crianças para fazer face aos fatores estressantes vinculados à vida familiar, destacaram-se o olhar favorável sobre o trabalho dos pais e a tendência infantil de aproveitar os pontos positivos da convivência familiar e enfatizar os fatores de suporte, mantendo sua família na função de continente para suas ansiedades. Fundamentado no imaginário infantil, o estudo contribui para uma melhor compreensão da dinâmica familiar e da estruturação do sujeito na atualidade.
ResumoO objetivo deste trabalho é estudar a motivação de mulheres solteiras, viúvas ou divorciadas que procuram a 1 a Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro com a intenção de adotar uma criança. Através de seus discursos, duas categorias foram destacadas: o desejo de ser mãe e o medo da solidão. Encontramos diferenças entre mulheres que haviam feito outros investimentos na vida que não apenas a maternidade e mulheres para quem a criança pretendida viria dar sentido a uma vida vazia de estímulos e pobre em relações afetivas.Palavras-chave: adoção; motivação; famílias monoparentais. AbstractMonoparental female families: a study about the motivation in women that adoptThe objective of this work is to study the motivation of single, widowed or divorced women who seek the "1 st Childhood and Family Court of Rio de Janeiro" with the intention of adopting a child. Through their discourses, two categories stood out: the desire to be a mother and the fear of loneliness. We found differences between women who had made other investments in life besides maternity and women for whom the intended child would give meaning to a life empty of stimuli and poor in personal relationships.Keywords: adoption; motivation; single-parent families.Apesar de a mídia veicular, cada vez mais, notícias sobre o tema da adoção e campanhas serem lançadas, a curiosidade e a estranheza da comunidade persistem. Os Grupos de Apoio à Adoção formados no Brasil ressaltam a necessidade de rever os modelos de famí-lia existentes, enfatizando que a criança adotiva não encontra, na maior parte dos livros, um modelo de família como a sua: família composta só de filhos adotivos, de filhos biológicos e adotivos, mãe ou pai solteiro e seus filhos adotivos, entre outras variedades possíveis.Nos últimos anos, o perfil dos candidatos à adoção vem se modificando em nosso país. O Estatuto da Criança e do Adolescente, em vigor a partir de 1990, estabelece no capítulo III, art. 42, que maiores de 21 anos podem adotar, independentemente de estado civil. Como reflexo das transformações sociais, que produziram novas formas de família, a legislação reconheceu o direito de adoção a pessoas solteiras. Desde então, tem aumentado o número de requerentes solteiros em processos de habilitação para adoção, sobretudo de mulheres.Féres-Carneiro (1999), ao estudar a demanda clíni-ca de famílias monoparentais, afirma que, na sua grande maioria, essas famílias são constituídas por mulheres com seus filhos. Se considerarmos o número de pessoas solteiras, viúvas ou divorciadas, que procuram a 1ª Vara da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro, com a intenção de adotar uma criança, encontramos igualmente uma população majoritariamente feminina. Pretendemos no presente trabalho estudar a motivação destas mulheres.A exaltação da maternidade, desde o século XIX, fez com que o projeto principal das mulheres se restringisse à constituição de uma família e à maternidade. Ainda persiste, em alguns grupos sociais e no imaginário de muitas mulheres, a idéia de que ser mulher é o m...
RESUMOLidia Levy Silvia Abu-Jamra Zornig importância das relações objetais precoces na constituição do psiquismo da criança tem sido enfatizada pela teoria e pela clínica psicanalítica, principalmente por relacionar a necessidade da presença de adultos em função de pais ao processo de desenvolvimento do infante. Apesar da teoria freudiana não ter priorizado uma concepção mais detalhada sobre os primórdios do psiquismo, autores pós-freudianos ampliaram e desenvolveram noções fundamentais que nos permitem refletir acerca das relações estabelecidas na primeira infância, especialmente aquelas que têm como referência a noção de sustentação, continência e interações afetivas não verbais.Diversos aspectos presentes na troca afetiva entre aquele que exerce a função materna e o bebê merecem um estudo; entretanto, destacaremos neste trabalho o papel especial atribuído à voz materna Psicóloga, pesquisadora do núcleo de pesquisa em relações objetais precoces da PUC/Rio de Janeiro. Professora do Departamento de Psicologia da PUC-Rio de Janeiro, psicanalista da SPID e da SPCRJ. Professora e supervisora do Depto. de Psicologia da PUC-Rio de Janeiro, psicanalista, presidente ABEBE.
Este trabalho pretende refletir sobre a relação entre trauma e função materna, contrapondo uma concepção do trauma enquanto estrutural (Freud) à noção trazida por Winnicott referida ao trauma enquanto uma descontinuidade de cuidados do meio ambiente. O caso clínico de uma criança adotada tardiamente, com uma história de vida inicial marcada por uma relação com uma mãe psicótica e por sua separação, nos ajuda a discutir pressupostos psicanalíticos sobre a importância das relações precoces no processo de construção subjetiva da criança.
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