RESUMO.A AIDS está entre as principais causas de mortalidade em mulheres de idade fértil, o que demonstra a magnitude com que essa infecção tem atingido a população feminina. Esta pesquisa visou compreender o papel do trabalho no enfrentamento da aids entre mulheres. A pesquisa foi realizada no Grupo Humanitário de Incentivo à Vida (GHIV), com 10 mulheres com idade entre 27 e 57 anos e tempo de soropositividade entre 5 e 10 anos. Análises de conteúdos da transcrição na íntegra das entrevistas permitiram identificar as seguintes categorias temáticas: "Sentidos do trabalho"; "Suporte psicossocial e preconceito"; e "Tratamento e absenteísmo". Como resultado, o trabalho é visto como um lugar de acolhimento e suporte, mas também como um ambiente hostil, com o preconceito ainda visível. A implantação de programas nas instituições, visando minimizar a estigmatização e a discriminação, é vista como uma alternativa para a manutenção da qualidade de vida das pessoas soropositivas. Palavras-chave:HIV/AIDS, trabalho, mulher. WORK AND HIV/AIDS: COPING AND DIFFICULTIES REPORTED BY WOMENABSTRACT. AIDS is among the leading causes of mortality in women of childbearing age, demonstrating the extent to which this infection has reached the female population. This research aimed at understanding the role of work in responding to AIDS among women. The survey was conducted in the Humanitarian Group of Incentive Life (GHIV), with 10 women, aged between 27 and 57 years and duration of seropositivity between 5 and 10 years. Analysis of the contents of the full transcript of the interviews have identified the following themes: meanings of work, psychosocial support prejudice, treatment and absenteeism as a result, work is seen as a place of welcome and support, but also a hostile environment, with prejudice still visible. The need to develop programs in institutions in order to minimize stigmatization and discrimination is seen as an alternative to maintaining the quality of life of people living with HIV.Key words: HIV/AIDS, work, woman. TRABAJO, VIH/SIDA: AFRONTAMIENTO Y DIFICULTADES SEÑALADAS POR LAS MUJERESRESUMEN. El SIDA es una de las principales causas de mortalidad en mujeres en edad fértil, lo que demuestra la magnitud del impacto que esta infección ha llegado a tener en la población femenina. Esta investigación tuvo como objetivo determinar el papel que juega el trabajo en la lucha contra el SIDA entre las mujeres. La encuesta fue realizada por el Grupo Humanitário de Incentivo a la Vida (GHIV), a 10 mujeres seropositivas. El análisis de las transcripciones literales de las entrevistas permitió identificar categorías temáticas. Como resultado, el sitio de trabajo es visto no sólo como un lugar de acogida y apoyo, sino también como un ambiente hostil en donde el sesgo hacia los seropositivos sigue siendo evidente. La necesidad de implementar programas que minimicen el estigma y la discriminación es una alternativa para mejorar la calidad de vida de las mujeres portadoras del VIH.Palabras-clave: VIH/SIDA, trabajo, mujer.
Cláudio Márcio Camiloto Grupo Humanitário de Incentivo à Vida, Ribeirão Preto, Brasil RESUMOO trabalho voluntário representa uma das bases de sustentabilidade das Organizações Não-Governamentais, principalmente para a manutenção e continuidade dos projetos institucionais. Em contrapartida, vem sendo considerado fator de degradação do trabalhador que está excluído do mercado. Partindo de uma experiência de implantação de rotinas para acolhimento e integração de voluntários em uma ONG/AIDS, este estudo teve por objetivo a caracterização dos voluntários e a compreensão da diversidade de sentidos presentes nas ações voluntárias, visando subsidiar a avaliação e planejamento das ações de organização do trabalho adotadas pela instituição. A análise temática de conteúdo das entrevistas, realizadas com 20 candidatos ao trabalho voluntário, permitiu a caracterização do perfil, das suas concepções e expectativas. Em síntese, o trabalho voluntário pareceu representar um recurso de qualificação para a inserção no mercado de trabalho e elemento importante para formação da identidade social e socialização do conhecimento em HIV/AIDS. Palavras-chave: trabalhadores voluntários; identificação social; organizações não-governamentais; altruísmo; trabalho. ABSTRACTVoluntary work represents one of the foundations for NGO sustainability mainly for the maintenance and continuity of institutional projects. On the other hand, voluntary work has masked unemployment problems being considered a degradation factor in the labor market. In order to support the planning and evaluation for the work organization actions adopted by the institution, this study aims to understand the diversity of meanings presented in voluntary actions based on the implementation experience of receptiveness and volunteer's integration routines in an AIDS/NGO. Content analyses of interviews with 20 volunteer work candidates were carried out. Through this analysis, it was possible to characterize the worker´s profile as well as their conceptions and expectancies. In summary, volunteer work seemed to represent a resource to qualify for inclusion in the labor market and an important element of social identity formation and socialization of knowledge on HIV/AIDS.
Resumo: O esforço para conciliar trabalho e subjetividade determina no trabalhador um desgaste que incide sobre sua qualidade de vida. A busca pelo equilíbrio psico-afetivo, dentro deste "mundo" contraditório repercute na vida cotidiana, criando sistemas auto-agravantes de enfrentamento, que foram estudados com a participação de 16 profissionais de Campus da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto. Para isso, foram realizadas entrevistas devolutivas sobre a percepção da qualidade de vida, avaliada pelo WHOQOL-100. Entrevistas semi-estruturadas complementaram a avaliação com elementos sobre significados, sobre o trabalho e caracterização do contexto de vida. Estudos realizados sobre a qualificação dos profissionais apresentaram diferenças quanto às formas de enfrentamento e à busca do equilíbrio psico-afetivo, indicando, nos mais qualificados, uma dissociação entre o universo do trabalho e necessidades básicas para qualidade de vida, enquanto que para os menos qualificados o trabalho representou parte indissociável da sobrevivência.Palavras-chave: trabalho; subjetividade; qualidade de vida. PROFESSIONAL QUALIFICATION AND REPRESENTATIONS ABOUT WORK AND QUALITY OF LIFE.Abstract: The effort to reconcile work and subjectivity is a source of wear for workers which affects their quality of life. The search for psycho-affective equilibrium within this contradictory "world" has repercussions on daily living, creating self-aggravating systems of coping which were studied in the present investigation with the participation of 16 professionals of the Ribeirão Preto Campus of the University of São Paulo. Feed -back interviews were held about the perception of quality of life as evaluated by the WHOQOL-100 questionnaire. Semi-structured interviews complemented the evaluation by dealing with the meanings, of work and the characterization of the life context. Studies related to the qualifications of the professionals detected differences in the mode of coping and in the search for psycho-affective equilibrium, indicating a dissociation between the job universe and the basic needs of life quality among the more qualified subjects, whereas the job represented an undissociated part of survival among the less qualified subjects.Key-Words: work; subjectivity; quality of life. Este trabalho é uma síntese da experiência acumulada ao longo de 10 anos junto à Prefeitura do Campus Administrativo de Ribeirão Preto, à frente de um projeto de desenvolvimento de recursos humanos, que tinha por base a recuperação dos significados atribuídos pelo trabalhador ao seu trabalho.Foram anos de enfrentamento à perda da compreensão da totalidade dentro de uma multiplicidade de atividades que subordinava as pessoas a um referencial já definido, planejado e afeto, a uma determinação externa à sua subjetividade.Este distanciamento observado estava relacionado às questões de perda de auto-estima, busca de realizações externas ao trabalho, insegurança e falta de uma perspectiva que colocasse as pessoas diante do trabalho como seu sujeito, e portanto, ...
Machado CYSB, Figueiredo MAC, Souza LB. Determinantes psicossociais do cuidado doméstico por membros de famílias de pessoas que vivem com HIV/aids. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (2): 153-61.RESUMO: O investimento em formação e orientação de pessoas leigas envolvidas no cuidado em HIV/aids tem permitido a criação de recursos paralelos ao atendimento hospitalar. A família pode representar uma fonte de recursos para regular o fluxo da hospitalização e amenizar o convívio da pessoa com a doença e seus efeitos desagregadores, determinados por pré-concepções de gênero, sexualidade, uso de drogas e homossexualidade. Esta pesquisa teve como objetivo identificar, sob a perspectiva de cuidadoras domésticas, alguns elementos para a apropriação de condições efetivas para a manutenção do cuidado de pessoas com HIV/aids no ambiente doméstico. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 4 cuidadoras domésticas, acompanhantes de seus familiares com HIV/aids, no ambulatório da Unidade Especial de Tratamento a Doenças Infecto-Contagiosas do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto -USP. As entrevistas seguiram os procedimentos de evocação, enunciação e verificação de respostas. Posteriormente, sucessivas análises de conteúdo sobre a transcrição das entrevistas, permitiram a síntese em Categorias e Subcategorias Temáticas. Os conteúdos relacionados à continência para as necessidades físicas e afetivas, características de papéis incorporados pela mulher na divisão de trabalho por gênero, e a busca de uma reciprocidade quanto à troca de afetos, envolvendo cuidador e pessoa cuidada, foram prevalentes na fala das participantes. Os resultados apontam para a necessidade de reintegração do equilíbrio psicoafetivo da mulher, enquanto cuidadora doméstica, num contexto determinado pela vulnerabilidade feminina e a naturalização dos papéis de gênero. (CNPq).Descritores: HIV. Cuidadores. Família.153 Medicina, Ribeirão Preto, 2008; 41 (2): 153-61, abr./jun. ARTIGO ORIGINAL 1-INTRODUÇÃOApós 20 anos da descoberta do vírus da imunodeficiência adquirida (HIV) e do início da epidemia da aids que atingiu todo o mundo, diversos avanços rela-tivos ao tratamento, prevenção e políticas de saúde têm sido feitos. Nesse contexto, a Psicologia e suas áreas afins têm dado importantes contribuições como, por exemplo, no âmbito da prevenção de comportamentos de risco, na adesão ao tratamento farmacoló-*Este trabalho foi financiado pelo CNPq.
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