Introduçãom 15 de setembro de 2014, o ministro da Fazenda, naquela ocasião Guido Mantega, fez uma apresentação no Fórum de Economia da Fundação Getulio Vargas, na qual desenvolveu um balanço da economia brasileira e das medidas implementadas pelo governo Dilma Rousseff para enfrentar os efeitos da crise econômica e seus desdobramentos no Brasil. Há ali uma avaliação critica da política econômica e o reconhecimento de um necessário ajuste macroeconômico para que se recuperassem as condições de um novo ciclo de crescimento. A proposta apresentada era um ajuste gradual contraposto a um ajuste de choque que impusesse uma forte redução dos gastos públicos e do crescimento econômico, aumento do desemprego, redução do salário real, desmonte da política de valorização do salário mínimo, encolhimento do investimento pú-blico e aprofundamentos da financeirização e da desindustrialização brasileiras. Esse segundo ajuste o ex-ministro intitulou de neoliberal. Mas, de forma surpreendente é esse o ajuste que o segundo governo Dilma está implementando.É surpreendente, porque a candidata Dilma apresentou, durante a campanha eleitoral, um programa compromissado com os interesses dos trabalhadores, prometendo manter o emprego e a renda. Esse ajuste que, ironicamente, promete o crescimento econômico acaba eliminando as chances reais de crescimento num futuro próximo por reduzir o investimento, o emprego, a renda, a arrecadação de impostos e comprometer a engenharia dos gastos sociais construída nos últimos anos. Ademais, a escolha pela permanência da política em curso até 2014 parecia ter sido validada pelas urnas, quando a presidenta Dilma foi reeleita com 54,5% dos votos válidos no país.O estopim para a decisão de implementar o ajuste neoliberal parece ter sido a confirmação de um déficit de 0,6% do PIB brasileiro, em 2014, após 17 anos de superávits consecutivos. Como não é possível separar economia da política, atribuímos algum peso também à reação de inconformismo do grupo derrotado que passou a ameaçar a presidenta reeleita com um possível impediPolítica econômica, mercado de trabalho e democracia: o segundo governo Dilma Rousseff
A questão regional nordestina sempre esteve colocada para o Estado e, dificilmente, perderá, nos próximos anos, essa vinculação. A população rural do Nordeste deverá passar de 45% do total da população trabalhadora do País (1987) para 56% no fim da década de noventa. A questão agrária tem, pois, um peso importante na questão regional. Novos investimentos de infra-estrutura e a ação no sentido de complementação do parque produtivo local, a fim de internalizar na Região os efeitos positivos do crescimento, não podem ficar dissociados das questões agrícola e agrária.
Contextualização: As mudanças ocorridas no mundo trabalho, agravadas após a crise financeira de 2008, demonstram que o capitalismo cada vez mais reforça suas contradições e, no intento de superar suas crises, reorganiza-se, sob o aspecto da financeirização do capital, fazendo uso de ferramentas como a tecnologia digital e a internet, para aprofundar a precarização nas relações de trabalho. Objetivos: Diante das transformações tecnológicas em curso, este estudo tem por objetivo investigar em que medida alternativas, como a economia compartilhada, podem ser vistas como uma utopia transformadora no sentido de dar aos trabalhadores uma condição de vida e trabalho dignos. Busca-se algumas concepções de utopia, com o fim de refletir acerca do papel da Economia Compartilhada, analisando como esta poderá influenciar nas relações de trabalho. Investiga-se um dos casos mais conhecidos, o da empresa Uber, pois esse modelo tem potencial de se replicar rapidamente para todo o mercado de novos serviços. Metodologia: A metodologia utilizada foi de caráter qualitativo, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, os motoristas de apps e de uma organização, a empresa Uber, bem como a pesquisa bibliográfica de caráter exploratório. Resultados: O artigo mostra que está ocorrendo uma apropriação da essência da economia compartilhada, camuflando uma relação trabalhista, afetando cada vez mais o trabalhador. O crescente número de pessoas sem emprego ou subempregados e o forte aumento da informalidade contribuem sobremaneira para a manutenção e expansão do fenômeno da uberização, pois sem colocação no mercado de trabalho, os trabalhadores se submetem a condições cada vez mais precárias de renda e de trabalho.
O objetivo deste artigo é analisar em que medida a Teoria da Dependência é ainda capaz de iluminar a discussão sobre o mercado de trabalho em países subdesenvolvidos, especialmente os da América Latina. Inicialmente, ele aborda a discussão clássica sobre desenvolvimento/subdesenvolvimento, baseada na visão centro - periferia. Em seguida, apresenta aspectos centrais da contribuição de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto, a qual será contraposta àquela de Rui Mauro Marini, acerca da dependência. O artigo, então, discute os impactos da globalização sobre os mercados de trabalho em países periféricos como o Brasil e reflete sobre as possibilidades de a Teoria da Dependência ainda esclarecer aspectos importantes desta realidade.
No abstract
Este artigo se propõe a problematizar interpretações recentes que admitem um processo de "brazilinização" do Norte, a partir das tendências dos mercados de trabalho. No centro da nossa discussão está o conceito de hibridização, enquanto categoria capaz de capturar as diferentes formas de flexibilização vivenciadas pelos mercados de trabalho e construir uma comparação sobre o desempenho recente dos mercados de trabalho na França e no Brasil. O artigo está estruturado em cinco passos. No primeiro deles, fazemos uma análise da natureza da globalização; num segundo, discutimos a especificidade do mercado de trabalho bem como as condições sócio-políticas de sua regulação em cada uma das realidades em análise; no terceiro, introduzimos o conceito de hibridização que captura os efeitos da flexibilização e da precarização d(n)os mercados de trabalho. No quarto, associamos mercados de trabalho e hibridização para evidenciarmos que a uniformidade de mercado de trabalho que existe entre o Norte e o Sul, ou mais precisamente, entre a França e o Brasil, é configurada pela prevalência do assalariamento como forma dominante de inserção nos mercados de trabalho; no entanto, a hibridização nos mercados de trabalho na França e no Brasil é de natureza, volume e conseqüências distintos.
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