Neste artigo, apresentamos os resultados de uma análise de construções hipotáticas condicionais em dados escritos do português brasileiro contemporâneo, retirados de cartas pessoais de adeus (ELY, 2019). Procedeu-se ao levantamento qualitativo de aspectos linguísticos formais (ordem, conector e forma verbal) e funcionais (modalidade e expressão temporal) das construções condicionais com base na perspectiva da Gramática de Construções Baseada no Uso, que visa ao pareamento simbólico das construções linguísticas. Os resultados apontaram para uma relação entre a construção condicional e a modalidade, sobretudo a epistêmica, vinculado à predominância da ordem sintática canônica, do uso conjuncional prototípico “se” e da temporalidade futura na forma verbal simples em razão do contexto comunicativo da amostra investigada.
Neste artigo, analisamos a relação entre os usos da construção vai que no português escrito brasileiro e a categoria de modalidade. A partir dos pressupostos teóricos e metodológicos da Gramática de Construção Baseada no Uso e da análise de dados do Corpus do Português, aba Web, e do Twitter, verificamos que vai que está vinculado à modalidade epistêmica quase-asseverativa e é usado, normalmente, como estratégia de flexibilização e como forma de projetar uma possibilidade sobre o que foi dito e, assim, aumentar o poder de argumentação. O falante, ao empregar vai que, lança mão de uma hipótese pautada na crença e expectativa do que diz. Além disso, a construção atua como estratégia de preservação de face, em que há menor comprometimento acerca da proposição por parte do falante.
Este artigo trata da análise dos usos da construção [vai que] no português contemporâneo com base nos pressupostos teóricos da Linguística (Funcional) Centrada no Uso, que concebe a gramática como uma rede de construções linguísticas e analisa os objetivos comunicativos dos usuários da língua e o contexto de interação. A partir de uma metodologia qualitativa, analisamos dados instanciados pela construção [vai que] do Corpus do Português, aba Web-dialetos. A análise dos dados revela que há usos mais fixos, com papéis ligados à conexão de orações e com valor mais próximo ao domínio da condicionalidade; e usos mais livres, com valor de marcadores epistêmicos. A pesquisa também mostra que usos mais lexicalizados surgem a partir da frequência de certos usos, como “Vai que cola”, “Vai que rola” e “Vai que dá”.
Este artigo analisa a constituição de sentido no gênero publicitário, discutindo-o por meio da Semântica Argumentativa. Para isso, verificamos diferentes textos publicitários de épocas distintas à luz da Teoria dos Blocos Semânticos. A seleção do material se deu pelo critério de trabalhar com anúncios dos anos 1960 e 2012/13. As publicidades foram retiradas da internet, com o propósito de relacionar, e discutir, linguisticamente, pares de anúncios publicitários de produtos como cigarro, bebida alcoólica e automóvel. Também averiguamos a importância da imagem nos anúncios, discutindo seu valor a partir da leitura de Toldo (2002) sobre a semiótica de Peirce (2000). Já, Carel e Ducrot (2005) fundamentam a teoria central deste trabalho. Os resultados apontam que apesar da equivalência na seleção dos produtos, o significado obtido pelas relações linguísticas constitutivas dos enunciados não são os mesmos, isso porque a especificidade e o propósito de cada publicidade são diferentes. Além disso, conforme os pressupostos teóricos utilizados, a imagem se demonstrou complementar ao discurso verbal, pois o sentido do anúncio é indicado pelo linguístico.
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