As políticas públicas – como a Lei das Cotas - buscam assegurar e ampliar a presença de afrodescendentes na educação superior. Contudo, as desigualdades de acesso à universidade continuam sendo uma realidade para a população negra, bem como a ocupação de posições neste âmbito. Neste sentido, a presente investigação analisa os percursos profissionais de docentes universitárias negras, enfatizando as relações entre educação, trabalho e docência universitária. Foi desenvolvida pesquisa qualitativa, de característica exploratória, a partir de histórias de vida analisadas sob a perspectiva hermenêutica. Identifica-se que as participantes tiveram suas escolhas profissionais incentivadas pela família e todas vivenciaram condições semelhantes: precisaram conciliar educação e trabalho durante o percurso acadêmico, e a docência universitária tornou-se objetivo profissional após o ingresso na pós-graduação. As docentes revelam que suas histórias são marcadas pela dupla discriminação – de raça e gênero – sendo suas presenças nas instituições de ensino superior valorizadas por colegas afrodescendentes, gerando reflexões em estudantes negras/os e não negras/os. Palavras-chave: Docência. Ensino superior. Mulheres negras.
As políticas afirmativas como a Lei nº 12.711/2012 – conhecida como lei de cotas - e a presença de mulheres negras no mercado de trabalho podem sugerir que a discriminação de raça e gênero estejam minimizadas. No entanto, as desigualdades sociais e educacionais continuam sendo uma realidade em especial para as mulheres negras. Neste sentido, a presente pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, foi desenvolvida na perspectiva de estudo de caso, abordando o percurso profissional de docente universitária negra. A entrevistada revela que investir em educação foi uma estratégia utilizada para ultrapassar as barreiras experienciadas e a docência universitária tornou-se objetivo profissional após o ingresso na pós-graduação. Também foram mencionados pela participante os episódios de discriminação racial no ambiente acadêmico e a necessidade constante de demonstrar sua competência nos espaços em que ocupa. A presença enquanto docente negra é ser vista com estranhamento pela sociedade, mas valorizada por colegas e estudantes afrodescendentes, estabelecendo-se como referência para outros/as profissionais e estudantes negros/as. A docente ainda avalia que sua atuação na universidade pode potencializar a reflexão dos estudantes sobre a presença e empoderamento da população negra em diversos contextos sociais.
A representação de professores no ensino superior brasileiro é desigual de acordo com os dados estatísticos do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (BRASIL, 2020) quanto ao gênero, à raça, etnias, pessoas com deficiência e identidades de gênero. Isto ocorre por diversos contextos históricos, culturais e no que concerne a padrões e diferenças. Buscamos neste estudo um diálogo com os pensadores Marx, Vygotsky e Deleuze, que destacam conceitos importantes à discussão pertinente para refletirmos a realidade da contemporaneidade educacional. O objetivo deste estudo é analisar os norteadores teóricos que abordam a diferença, educação e o trabalho, dialogando com a presença dos diferentes grupos identitários na docência da educação superior. Trata-se de uma pesquisa qualitativa de cunho descritivo e caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica. Os resultados provenientes da pesquisa destacam a importância da discussão e exposição das diferenças, que não configuram o cenário da educação superior brasileira, devido à homogeneização, que dificulta o ingresso de professores universitários considerados fora do padrão, bem como a lucratividade e mercantilização existente no âmbito educacional. A sociedade normativa precisa ser transformada para que as diferenças não sejam impeditivas de ingresso laboral e que existam condições equitativas aos cargos na educação.
As políticas públicas - como a Lei nº 12.711/2012, conhecida como a lei das cotas - buscam assegurar e ampliar a presença de afrodescendentes no ensino superior. Contudo, as desigualdades de acesso à educação continuam sendo uma realidade para a população negra. Neste sentido, a presente investigação analisa os percursos profissionais de docentes universitárias negras, enfatizando as relações entre educação, trabalho e etnia. Neste intuito foi desenvolvida pesquisa qualitativa, de característica exploratória, tendo como instrumento de coleta de dados entrevistas com duas professoras negras que atuam no ensino superior, posteriormente analisadas sob a perspectiva hermenêutica. As entrevistadas tiveram percursos semelhantes: precisaram conciliar educação e trabalho durante a trajetória acadêmica e a docência universitária tornou-se objetivo profissional após o ingresso na pós-graduação. As docentes revelam que seus percursos são marcados pela dupla discriminação – de raça e gênero – sendo suas presenças valorizadas por colegas e estudantes afrodescendentes.
A pesquisa qualitativa de nível exploratório investiga a presença de mulheres negras na educação, examinando as interseccionalidades existentes nas experiências docentes. A análise da história de vida de uma professora universitária negra na perspectiva do lócus de enunciação estabeleceu-se a partir da interlocução com os marcadores de gênero e raça. O estudo revela que a escolha pela carreira docente se deu pelas restritas possibilidades de carreira e que a formação de professores tornou-se o seu foco de atuação. A intersecção de raça e gênero é visibilizada em episódios de discriminação no percurso educacional e profissional da professora entrevistada. A participação em coletivos configura um instrumento de resgate, valorização da cultura negra e conexão com a ancestralidade.
A crescente presença das mulheres no mundo do trabalho brasileiro pode sugerir que esteja minimizada a discriminação relacionada a gênero. Contudo, as profissionais negras enfrentam índices diferenciados mesmo em contexto em que a empregabilidade estaria ampliada às mulheres, especialmente àquelas que possuem formação universitária. Nesta direção investigativa, esta pesquisa tem como objetivo identificar como as mulheres negras com curso superior vivenciam o mundo do trabalho. A pesquisa exploratória, de abordagem qualitativa, teve como instrumento entrevistas em profundidade que abordaram a história de trabalho das participantes. Os resultados indicam que a formação superior ampliou as perspectivas das profissionais, mas estas continuam vivenciando ou presenciando atitudes de discriminação.PalavrasChave: Discriminação; Ensino Superior; Mulheres Negras; Trabalho.The growing presence of women in the Brazilian working world may lead us to think that gender related discrimination has been minimized. However, black female workers face different rates even in contexts in which employability would be extended to women, particularly those who have a college degree. This research aimed to identify how black women with college degrees have experienced the work market. This exploratory, qualitative research used indepth interviews as its tool, addressing the interviewees' work backgrounds. The results have evidenced that education has widened the perspectives of those workers, but they still experience or witness discrimination actions.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.