O artigo tem por objetivo discutir a automutilação e suas narrativas por adolescentes em contexto escolar. Trata-se de uma pesquisa que envolve a psicanálise e o campo da educação, como um trabalho possível da clínica institucional. A partir de estudos de casos de uma escola privada em Fortaleza, são discutidos os seguintes aspectos: autolesão e os efeitos na escola, conflitos socio-familiares e processo de subjetivação adolescente. Conclui-se que a partir de uma escuta qualificada na escola é possível dar voz aos adolescentes para que possam produzir um saber sobre si, e ao seu modo sustentar seu mal estar.
ResumoAs reflexões que se seguem objetivam elaborar a contribuição freudiana em relação à constituição do sujeito e do socius. Para tanto, iniciou-se com a problematização do artigo Totem e tabu, ressaltando nele as funções paterna e fraterna como fundamentais à constituição subjetiva operada na trama social. Em um segundo momento, a fratria foi destacada como espaço ético no qual as vicissitudes dos laços sociais se efetuam. A ambivalência Eros-Tanatos foi destacada, especialmente pelo caráter de um dualismo não simplista. Tal discussão abordou os riscos do exercício não tão silencioso da pulsão de morte nas configurações societárias contemporâneas. Palavras-chave: Psicanálise; Sociabilidade; Fratria; Ética; Cultura. Fatherhood function, phratry and violence: on the constitution of socius in freudian psychoanalysis AbstractThe following reflective thoughts aim at elaborating a freudian contribution regarding the constitution of the subject and of the society. Beginning with the problematic issues of the article Totem and Taboo, the fatherhood and fraternal function were highlighted as fundamental to the subjective constitution, which operates in the social tissue. In the second part, the phratry was highlighted as the ethical space in which the alternation of the social ties is affected. The ambivalent Eros-Tanatos was also highlighted, especially by the nature of a dualism, which is not simplistic. The discussion deals with the risks of using not so silent instinct of death in the configuration of contemporary members of society. Keywords: Psychoanalysis; Sociability; Phratry; Ethics; Culture. Tal discussão abordou os riscos do exercício não tão silencioso da pulsão de morte nas configurações societárias contemporâneas. IntroduçãoSeguir pistas sobre a questão da gênese da cultura e da violência na obra freudiana parece tornar sensível o lugar de importância do texto Totem e Tabu (Freud, 1913), ressaltando que apesar deste abordar o advento do social e das instituições, não merece ser pensado somente por esse viés. A redução de sentido da leitura do citado artigo parece não fazer justiça a Freud, já que ele delineia a gênese do sujeito, enfatizando os impasses e avanços com os quais se defrontava quanto à relação entre civilização e sexualidade, núcleo da teoria das neuroses. Nessa perspectiva, Assoun (1993) afirma que a experiência da neurose aguça o interesse freudiano pela cultura, funcionando como um verdadeiro operador de leitura do social.
Este artigo versa sobre as vicissitudes subjetivas e institucionais das medidas sócioeducativas a partir das interfaces entre os estudos sobre a subjetividade nos campos da Psicanálise e do Direito. O adolescer é analisado a partir dos paradoxos e enigmas estruturantes que se instauram no processo de constituição subjetiva, sendo privilegiado como momento lógico a partir da construção de um caso clínico que interroga as intervenções junto ao sujeito adolescente no campo nebuloso de interface entre Psicanálise e Direito. A perversão social consiste no foco da discussão teórico-clínica, sendo o conceito que fez trabalhar a possibilidade de uma clínica psicanalítica quando indicações jurídicas não consideram as vicissitudes subjetivas.
RESUMOAs especificidades da clínica com crianças pequenas interrogam os conhecimentos já estabelecidos sobre os sintomas e as possibilidades de abordagem psicanalítica. Quando se trata de crianças, a clínica se constitui no entrecruzamento de subjetividades, imprimindo impasses e possibilidades para o paciente, seus pais e o analista. Objetivou-se investigar os efeitos da clínica com crianças no processo de re-configuração da organização familiar. O estudo de um caso clínico foi privilegiado, tendo sido focalizadas as experiências do luto e seus destinos na malha familiar. A articulação dos sinais que a criança pequena apresenta em uma rede simbólica que possibilite os deslocamentos das manifestações psicossomáticas em direção a alternativas outras de reconstituição subjetiva indica-nos que muito há para ser feito numa análise no campo da prevenção, no qual as intervenções precoces já constituem tratamento propriamente dito.Palavras
O presente artigo visa apreender os discursos contemporâneos sobre o corpo pensando-o como um espaço de inscrição subjetiva. O trabalho é resultado da interlocução entre pesquisas coordenadas pelas autoras em três programas de pós-graduação, cujo foco recai nos estudos acerca de diferentes modalidades de inscrições corporais. Tomando como crivo de nossas elaborações a psicanálise, enfocamos as tatuagens e as escarificações que, embora distintos, apresentam-se como formas de linguagem.
O objetivo deste ensaio é refletir sobre o uso das variadas modalidades de narrativas de si nos estudos da subjetividade. O escrito autobiográfico é privilegiado como espaço de construção subjetiva. Teóricos como Lejeune, Gusdorf, Miraux e Howarth são convocados à discussão sobre questões conceituais e metodológicas ligadas às vicissitudes das histórias de vida. Com essa finalidade, discorrer-se-á sobre alguns aspectos da delimitação do campo (auto)biográfico, especialmente no que tange a sua contextualização na modernidade. Em seguida, serão discutidos aspectos da escrita de si no terreno complexo da pesquisa em Psicanálise.
A partir de um breve histórico de dispositivos clínicos utilizados no campo da saúde mental, discute-se a prática do Acompanhamento Terapêutico. Tal discussão se instrumentaliza da transferência, como conceito psicanalítico. Levantamos as hipóteses de que nesse trabalho realizado cotidianamente fora dos moldes do consultório, a fala de um usuário instiga a uma articulação entre teoria e prática e que a própria psicanálise pode dela adquirir um novo saber fazer clínico.
<p>Este artigo tem como objetivo analisar os desdobramentos da perspectiva biomédica em atendimentos psicológicos em um serviço interdisciplinar de transtornos alimentares. A metodologia consistiu em uma pesquisa documental de prontuários dos pacientes atendidos no programa diagnosticados com transtorno alimentar e que estavam em atendimento no período de agosto de 2012 a janeiro de 2013. As categorias clínicas privilegiadas nesta análise foram transferência, sintomas e diagnóstico. Ao todo foram 17 prontuários, todos de pacientes do sexo feminino, com idades entre 14 e 61 anos. Identificamos além da prevalência do discurso biomédico nos relatos de sessões, questões subjetivas presentes no discurso do paciente, mas pouco elaboradas nos prontuários, como as relações familiares, questões da oralidade, puberdade e da feminilidade. A partir da teoria psicanalítica de Freud e Lacan, discutimos tais questões, ressaltando a importância para a compreensão e acompanhamento de pacientes com transtornos alimentares.</p>
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