O objetivo deste trabalho consistiu no exame da relação entre variações cambiais nos preços de exportação brasileiros do óleo de soja, relação definida como o pass-through da taxa de câmbio, tendo como referência o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2018. Para tanto, estimaram-se dois modelos: em dólar e em euro. Os dados foram coletados nos sites do Instituto de Economia Aplicada – IPEA e no WORLD BANK. Neste sentido, fez-se uso dos instrumentais de séries temporais, especialmente do Modelo Vetor de Correção de Erros. Os resultados encontrados forneceram indicações de que o grau de pass-through da taxa de câmbio para os preços de exportação do óleo de soja ocorreu de forma incompleta no modelo do dólar, com o coeficiente de -0,16, representando que depreciações da taxa de câmbio não se traduzem em ganhos significativos de competitividade, dado que não reduzem expressivamente os preços de exportação. Já para o modelo em euro, o coeficiente de pass-through foi nulo, representando que as variações da taxa de câmbio afetam apenas o mark-up do exportador.
Nas últimas seis décadas, desde o início do mais intenso período de industrialização, o Brasil utilizou diversos regimes cambiais, passando de um sistema de taxa de câmbio nominal fixa com maxidesvalorizações cambiais esporádicas para um sistema de minidesvalorizações cambiais, para um sistema de taxa de câmbio com flutuação suja e para um sistema de taxa de câmbio limitadamente flexível. Comum a todos esses está a condição de que, em algum grau, a autoridade econômica mantinha certo controle sobre a formação da taxa de câmbio.Todavia as sucessivas crises econômicas externas da década de 1990 associadas a instabilidades políticas internas levaram o Brasil a uma nova mudança na política cambial. Assim, em 1999, o país adotou oficialmente o regime de taxa de câmbio flutuante, na mesma direção das principais economias emergentes, que continua vigente, conquanto sua operacionalidade seja questionada por determinações de política econômica tanto estruturais como conjunturais. Além das condições que levaram à mudança, o novo regime cambial integrou o famigerado tripé da política macroeconômica juntamente com política monetária (determinação da taxa de juros) e com a política fiscal (resultado primário).Neste novo modelo econômico, independentemente das visões que o circundam, a taxa de câmbio passou a ser de relevância ímpar para o país, sobremaneira porque os primeiros 15 anos do século 2000 foram marcados, além do cenário internacional favorável, também pelo crescimento expressivo do preço das commodities no mercado internacional. E, sendo o Brasil um país com inigualável pujança na produção de matérias-primas, principalmente as de origem agropecuária (ou do agronegócio), o comportamento da taxa de câmbio como também os repasses das variações deste agregado àqueles produtos, teoricamente formulado como pass-through, passou a ser variável estratégica para o objetivo de inserção externa e de crescimento econômico.Fundamentado nesta ampla, complexa e ambígua discussão, o livro Pass-though das exportações brasileiras, estruturado em coletânea de 14 textos, buscou trazer evidências empíricas, utilizando diferentes versões do modelo pass-through a respeito do repasse das variações cambiais sobre os principais produtos exportados pelo Brasil. Entre eles, citam-se os produtos dos complexos soja e carnes, além do açúcar, algodão, café, petróleo, etanol, tabaco, minério de ferro e celulose.Os textos são didáticos e de fácil leitura, abordam discussões importantes para o universo acadêmico ao possibilitar a compreensão das questões teóricas e metodológicas empregadas. Também se destinam aos profissionais do comércio internacional, sejam empresários e/ou formuladores de políticas, os quais estejam interessados em compreender, mais especificamente, como ocorrem os repasses cambiais para os principais produtos da pauta comercial brasileira.
Nas últimas seis décadas, desde o início do mais intenso período de industrialização, o Brasil utilizou diversos regimes cambiais, passando de um sistema de taxa de câmbio nominal fixa com maxidesvalorizações cambiais esporádicas para um sistema de minidesvalorizações cambiais, para um sistema de taxa de câmbio com flutuação suja e para um sistema de taxa de câmbio limitadamente flexível. Comum a todos esses está a condição de que, em algum grau, a autoridade econômica mantinha certo controle sobre a formação da taxa de câmbio.Todavia as sucessivas crises econômicas externas da década de 1990 associadas a instabilidades políticas internas levaram o Brasil a uma nova mudança na política cambial. Assim, em 1999, o país adotou oficialmente o regime de taxa de câmbio flutuante, na mesma direção das principais economias emergentes, que continua vigente, conquanto sua operacionalidade seja questionada por determinações de política econômica tanto estruturais como conjunturais. Além das condições que levaram à mudança, o novo regime cambial integrou o famigerado tripé da política macroeconômica juntamente com política monetária (determinação da taxa de juros) e com a política fiscal (resultado primário).Neste novo modelo econômico, independentemente das visões que o circundam, a taxa de câmbio passou a ser de relevância ímpar para o país, sobremaneira porque os primeiros 15 anos do século 2000 foram marcados, além do cenário internacional favorável, também pelo crescimento expressivo do preço das commodities no mercado internacional. E, sendo o Brasil um país com inigualável pujança na produção de matérias-primas, principalmente as de origem agropecuária (ou do agronegócio), o comportamento da taxa de câmbio como também os repasses das variações deste agregado àqueles produtos, teoricamente formulado como pass-through, passou a ser variável estratégica para o objetivo de inserção externa e de crescimento econômico.Fundamentado nesta ampla, complexa e ambígua discussão, o livro Pass-though das exportações brasileiras, estruturado em coletânea de 14 textos, buscou trazer evidências empíricas, utilizando diferentes versões do modelo pass-through a respeito do repasse das variações cambiais sobre os principais produtos exportados pelo Brasil. Entre eles, citam-se os produtos dos complexos soja e carnes, além do açúcar, algodão, café, petróleo, etanol, tabaco, minério de ferro e celulose.Os textos são didáticos e de fácil leitura, abordam discussões importantes para o universo acadêmico ao possibilitar a compreensão das questões teóricas e metodológicas empregadas. Também se destinam aos profissionais do comércio internacional, sejam empresários e/ou formuladores de políticas, os quais estejam interessados em compreender, mais especificamente, como ocorrem os repasses cambiais para os principais produtos da pauta comercial brasileira.
Brasil e Argentina representam o segundo e o terceiro maiores exportadores mundiais do grão da soja respectivamente. Para aumentar a competitividade no agronegócio, por vezes, os governos adotam políticas de desvalorização cambial. Este traabalho teve como objetivo verificar se
O objetivo deste trabalho consistiu no exame da relação entre variações cambiais e os preços de exportação brasileiros do grão de soja, relação definida como o pass-through da taxa de câmbio, tendo como referência o período de janeiro de 2000 a dezembro de 2018. Para tanto, estimaram-se dois modelos: em dólar e em euro. Os dados foram coletados nos sites do Instituto de Economia Aplicada – IPEA e no WORLD BANK. Neste sentido, fez-se uso dos instrumentais de séries temporais, especialmente do Modelo Vetor de Correção de Erros. Os resultados encontrados forneceram indicações de que o grau de pass-through da taxa de câmbio para os preços de exportação do grão de soja ocorreu de forma incompleta, com os coeficientes para dólar e euro de, respectivamente, -0,29 e -0,33, representando que depreciações da taxa de câmbio não se traduzem em ganhos significativos de competitividade, dado que não reduzem expressivamente os preços de exportação.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.