introdução embora as manifestações de Carnaval na cidade do Rio de Janeiro sejam bastante variadas, os desfiles suntuosos das escolas de samba pertencentes ao grupo especial e ao de Acesso no Sambódromo sobrepõem às demais formas de se brincar o carnaval, prevalecendo a visão quase consensual de que as brincadeiras estariam restritas a eles. A apresentação de blocos independentes, a realização de bailes em clubes, a premiação de fantasias e um conjunto de outras manifestações compõem, portanto, o panorama da festa de Carnaval, nessa cidade.Os fazedores dos desfiles carnavalescos saú-dam o surgimento da Cidade do Samba como, por exemplo, Joãosinho trinta para quem a sua construção significa, ao lado do incentivo aos blocos independentes, "um sonho realizado". 1 no entanto, esse empreendimento condensa uma tensão entre aspectos tradicionais e modernos, na medida em que o velho é recriado e re-significado, sob outras condições históricas. Desse modo, são reafirmadas as imagens "glamourosas" que associam essa cidade ao samba, aos desfiles carnavalescos, às festas, à alegria, às praias e ao estilo de vida do "povo brasileiro" e, em particular, dos cariocas. Um modo de viver possível ou almejado por todos no planeta.Os turistas, chegando às dependências da Cidade do Samba, recebem uma publicação editada pela Liga independente das escolas de Samba (LieSA) com o título "RiO, Cidade do Samba" e um subtítulo -"A fábrica dos sonhos se torna re-
Este texto trata da estreita relação entre a presença das mulheres na pré-montagem e montagem final dos veículos e os novos paradigmas produtivos. Ao contrário do que se poderia supor, as mulheres não estão fora de lugar nas indústrias automobilísticas, como revela um estudo comparativo, sobre essas indústrias, em Portugal e no Brasil.
Este artigo explora as representações identitárias relativas às diferentes cidades brasileiras, como expressão do jogo de rivalidades entre elas. Nesse sentido, põe em questão o discurso em torno da cidade de São Paulo que a considera, basicamente, como cidade do trabalho, a “locomotiva” do Brasil e, portanto, símbolo do desenvolvimento do país. Um dos objetivos principais seria mostrar que a noção de trabalho inventada na modernidade europeia ocidental modela o ideário sobre as cidades, como, por exemplo, o do Rio de Janeiro e de Salvador. Os cartões postais adquiridos, em setembro de 2002, respectivamente no Aeroporto de Congonhas, ao sair de São Paulo para a cidade do Rio de Janeiro, e ao embarcar, no Aeroporto Santos Dumont, para retornar a cidade de São Paulo, são concebidos, na análise aqui proposta, como metáforas visuais, e algumas composições musicais seriam metáforas sonoras. Constituem, assim, a sua principal fonte de dados.
Em que medida o debate contemporâneo em torno da chamada nova questão social contempla as relações entre trabalho, emprego e lazer? A análise aqui proposta resulta de uma pesquisa recentemente concluída sobre a produção dos desfiles de Carnaval pelas escolas de samba de São Paulo que abrange uma pluralidade de processos de trabalho, desde a elaboração de um enredo, até a construção das alegorias, confecção dos adereços e fantasias, focalizados na figura síntese do carnavalesco. Suas funções e papel mesclam práticas de trabalho e de emprego, no chamado mundo do não trabalho (ou da festa).Partindo de uma leitura interna dessa produção, pretendo, entre outros objetivos, questionar a noção moderna de trabalho; mostrar o modo popular de organizar e produzir esses desfiles que antecede ao debate contemporâneo acerca das modernas formas de gestão calcadas nos novos paradigmas produtivos; ponderar a respeito dos significados do trabalho e do emprego , tendo em vista o sistema de relações sociais em que estão inseridas. Nessa medida, a reflexão aqui sistematizada pode contribuir para o estudo das metamorfoses contemporâneas do trabalho, retomando o debate sociológico sobre o entrelaçamento das práticas sindicais com as lúdicas, bem como sobre as relações entre trabalho, emprego e lazer. Palavras- chave: trabalho, emprego, não trabalho, lazer, Carnaval. In the interfaces of work, employment and leisure How does the contemporary debate on the so-called new social question contemplate the relations between work, employ and leisure? The analysis proposed here results from a recently concluded research on the production of Carnival parades by escolas de samba in São Paulo, that comprehends many kinds of work, from the creation of a scenario to the constructions of alegories, confection of costumes, focused in the central figure of the carnavalesco. His functions and role mix work and employ tactics in the so-called world of non-work (or party). I intend, beginning from an internal point-of-view of this production, to question the modern notion of work, show the popular way or organizing and producing these parades that precedes the contemporary debate about modern management ways based in the new productive paradigms; think about the meaning of work and employ, considering the relationship system in which they are inserted. Thus, the reasoning shown here may add to the study of the contemporary changes of work, continuing the sociological debate about the interweaving of union and fun practices, as well as the relations between work, employ and leisure. Key words: work, employ, non-work, leisure, Carnival. DANS LES INTERFACES DU TRAVAIL, EMPLOI ET LOISIRS Dans quelle mesure le débat contemporain relatif à ladite nouvelle question sociale prend-elle en considération les relations existantes entre travail, emploi et loisirs ? L’analyse qui est faite ici est le résultat d’une recherche récemment conclue concernant la production des défilés de Carnaval réalisés par les écoles de samba de Sao Paulo dont la pluralité du processus de travail va de l’élaboration du thème jusqu’à la construction des allégories, la confection des costumes et des accessoires, le tout tournant autour de l’élément synthèse représenté par le “carnavalesque” (professionnel du carnaval). Ses foncions et son rôle mélangent les pratiques de travail et d’emploi dans un monde dit du non-travail (ou de fête).Partant d’une lecture interne de cette production, il s’agit de remettre en question, entre autres, la notion moderne du travail; de montrer la manière populaire d’organiser et de produire ces défilés qui vient bien avant le débat contemporain sur les formes modernes de gestion inspirées par les nouveaux paradigmes productifs; de faire des pondérations sur les significations du travail et de l’emploi, en prenant en considération le système des relations sociales dans lequelle elles sont insérées. C’est ainsi que la réflexion qui a pu être systématisée peut apporter une contribution à l’étude des métamorphoses contemporaines du travail et reprendre le débat sociologique sur les liens existants entre les pratiques syndicales et les pratiques ludiques ainsi que sur les relations existantes entre travail, emploi et loisir. Mots-clés: travail, emploi, non-travail, loisir, carnaval. Publicação Online do Caderno CRH: http://www.cadernocrh.ufba.br
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