Este artigo tem como objetivo apresentar um relato de experiência, no qual narramos encontros formativos no Instituto Benjamin Constant (IBC), instituição referência no atendimento de pessoas com cegueira e baixa visão, localizada no bairro da Urca, no Rio de Janeiro. Somos professoras e pesquisadoras das nossas trajetórias formativas e consideramos que a formação não está apenas circunscrita aos cursos de formação de professores, ela vai além, transbordando tais fronteiras. Nesse sentido, conviver no IBC nos proporcionou problematizar algumas certezas que alimentamos por algum tempo, fruto de uma formação sócio-histórica moderna e ocidental. Dentre elas, a desnaturalização dos modos como percebemos o mundo e decretamos juízo sobre ele. Assim, buscamos refletir, a partir de nossas experiências, sobre os elementos que têm nutrido nossa formação, nos permitindo ver com outros olhos, propondo uma reflexão sobre os efeitos das condições formativas a que somos submetidas em nossas ações educativas e contribuindo para pensarmos os processos formativos no que diz respeito à educação de pessoas nomeadas com deficiência visual, a partir do encontro com outros.
O presente artigo consiste em um estudo teórico sobre as condições de formação de mulheres negras licenciandas em Biologia como professoras antirracistas, e como as opressões de gênero e raça que interseccionam as histórias de diferentes mulheres podem ser articuladas para pensarmos seus processos formativos. Inspirando-nos na experiência de um Projeto de Extensão, discutimos como a constituição de um grupo de estudos, a contribuição de intelectuais negras, e exercícios de escritas, podem possibilitar a formação de professoras negras antirracistas no ensino de biologia. Consideramos, com estudo, que as intersecções entre gênero e raça nos permitem enxergar caminhos possíveis na formação de mulheres negras e professoras antirracistas no ensino de biologia.
Este texto é sobre experiências do samba. Sobre as astúcias de sambistas e as formas que estes foram produzindo para equilibrarem-se entre miséria e festa. O samba assumido como um circuito comunicativo que possibilitou aos negros conversas e sincronização de significativos elementos da vida cultural numa sociedade produzida para os brancos. O texto está organizado em duas partes: a primeira, recupera elementos importantes do samba: o encontro para as dinâmicas das parcerias, das com-vivências que levam às composições e estas às maneiras de lidar com as memórias e com as relações entre presente e passado da diáspora africana; a segunda parte dedica-se a buscar em Michel de Certeau modelos para pensar as formulações das práticas: os relatos, os atos de palavras, as enunciações.
Como nós negros e negras temos sido representados historicamente nas mídias, nos livros didáticos, nas propagandas e em outras narrativas que sustentam o racismo? Seriam tais representações os espelhos com os quais temos aprendido a ver o mundo e a nós mesmos? Estas e outras questões nos impulsionam a problematizar como os chamados regimes de visualidades presentes em nossa sociedade influem na educação do preconceito. Este texto, portanto, nasce na encruzilhada em que três pesquisas se encontram para refletir sobre o racismo, os projetos de embranquecimento e as consequentes dificuldades de pessoas negras identificarem-se como negras. Neste sentido, trabalhamos com autoras e autores como Gonzalo Curto, Stuart Hall para entendermos os conceitos de regime de visualidades e representação do povo negro. Buscamos também, a partir de leituras de Carlos Skliar e Grada Kilomba, compreender melhor como se dá a invenção do Outro, os diferentes que deverão ser excluídos. Bem como as produções de Patrícia Collins a fim de nos ajudar com seu conceito de imagens de controle para a manutenção da matriz de dominação. Com estes autores e autoras, dentre outros, articulamos narrativas fílmicas, dispositivos e recursos orais e imagéticos a fim de refletir sobre as imagens que permeiam o imaginário social e que atuam na produção, manutenção e atualização do racismo em nossa sociedade.
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