O artigo tem por objetivo analisar a Educação de Jovens e Adultos no contexto das políticas educacionais, especificamente, o Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem Urbano). A problemática que insurge desse debate recai na proposta de inclusão social que o Partido dos Trabalhadores tem direcionado à juventude brasileira. Utilizando de fragmentos da pedagogia socialista para dar um novo sentido às políticas de governo, o Estado passa a utilizar o discurso voltado à qualificação social com vistas a proporcionar o desenvolvimento humano. Contudo, o resultado dessa pesquisa aponta para um cenário caótico de precarização na oferta, qualidade social dos cursos e mau uso do dinheiro público, com experiências frustrantes quanto às expectativas dos sujeitos históricos atendidos pelo programa. O objetivo de proporcionar a inclusão social através da qualificação profissional vem materializando-se numa política assistencialista, cuja prática pedagógica resgata a teoria do capital humano em seus fundamentos, reproduzindo a força de trabalho simples necessária à reprodução do capital.
Resumo A primeira década do século XXI é particularmente importante para a educação brasileira por registrar o crescimento das políticas de governo direcionadas aos jovens e adultos trabalhadores. Especificamente, após a criação do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (2005), a relação entre as políticas de governo e a educação profissional tornam-se parte da promessa integradora da educação hegemônica para a redução das desigualdades sociais. Nessa direção, o Projovem Urbano passa a instituir, em suas práticas pedagógicas, a formação inicial em um arco de ocupações para que os trabalhadores consigam responder às demandas da reestruturação produtiva, reduzindo, assim, a crise do desemprego. O objetivo deste estudo foi apreender a realidade concreta sobre a formação inicial para o trabalho, com base em um quadro categorial, composto por algumas experiências do Projovem Urbano. O resultado da pesquisa aponta na direção de que o signo da formação inicial tem servido para mascarar a precarização da qualificação profissional para o trabalho simples.
RESUMO:Neste artigo, a análise do PROJOVEM pretende evidenciar algumas de suas marcas de política de governo de caráter sazonal, transitório e precário. Por suas características, o Programa soma-se a outros expressivos exemplos de ações fragmentadas que, sob a forma de campanhas, movimentos ou programas, marcam a História da Educação de Jovens e Adultos no Brasil desde a década de 1940. O desenvolvimento da argumentação apresenta, inicialmente, aspectos descritivos do Programa, sublinhando alguns de seus limites e paradoxos. A seguir, a partir de revisão de literatura sobre o tema, são abordados aspectos relevantes evidenciados em estudos empreendidos em vários estados do país. Finalmente, abordamos o PROJOVEM Urbano/RJ, com particular destaque para sua implementação pela
A criação da Política Nacional da Juventude (PNJ) consolidou a democratização do acesso ao ensino fundamental, resgatando o debate acerca da formação de educadores de jovens e adultos no Brasil. Em 2005, o governo federal instituiu o programa de formação inicial e continuada para adaptar os docentes à proposta pedagógica do Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano). De fato, existia uma lacuna a ser preenchida, dada a necessidade de modificar o perfil alfabetizador perpetuado historicamente na EJA. Nessa direção, o artigo investigou os novos sentidos do trabalho docente, especificamente, a formação inicial e continuada. Para isso, recorremos ao materialismo histórico dialético, de modo a revelar os fios invisíveis entre o direito à educação e o dever de educar do Estado. O resultado da pesquisa qualitativa realizada através de levantamento bibliográfico e análise documental aponta para realidades distintas, reafirmando a precarização do trabalho docente frente às exigências do “educador polivalente”; de formação aligeirada; de critérios político-eleitoreiros para escolha de docentes etc. Notadamente, as formas de apropriação do programa pela “pequena política” reforçaram o distanciamento entre a teoria e a prática, ou seja, os objetivos do programa e a necessidade social dos trabalhadores docentes, refletindo na qualidade social da educação dos jovens e adultos trabalhadores.
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