14Castelhano, L.M. "O medo do desemprego e a(s) nova(s) organizações de trabalho"As organizações, que são os alicerces da produtividade do capital, estruturam-se de forma a conduzir o processo de acumulação, incentivando mudanças que propiciem aumento de produtividade.Nas organizações a racionalização das estruturas e das relações pessoais se dissemina afetando os modos de vida e de trabalho, desenvolvendo uma estrutura mais enxuta, e muito mais flexível em suas formas contratuais, do que as antigas estruturas agrí-colas e/ou as industriais dos primeiros períodos da industrialização.Deflagram-se várias transformações no processo produtivo, alterando-se aos modos de gestão e as relações dentro das organizações, afetando, segundo Guimarães (2002), tanto os 'sobreviventes' deste processo, quanto os que dele parecem estar sendo 'excluídos'."A situação se modificou por completo a partir do inicio dos anos 1990, quando a atividade industrial foi profundamente golpeada pela abertura do mercado: o desemprego disparou, aumentou enormemente a informalidade, o desassalariamento avançou." (LEITE, 2003, p.105). Mas, se por um lado temos mudanças nas estruturas organizacionais, temos por outro, novas O MEDO DO DESEMPREGO E A(S) NOVA(S) ORGANIZAÇÕES DE TRABALHOLaura Marques Castelhano Pontifícia Universidade Católica de São Paulo RESUMO: O objetivo deste artigo é discutir como o aumento do desemprego altera as relações entre o sujeito e a organização, intensificando o medo no ambiente de trabalho. Demonstra-se como o medo de perder o emprego, torna o trabalhador mais vulnerável e sujeito a formas de dominação e controle, e produz efeitos como o aumento do sofrimento, a neutralização da mobilização coletiva e o individualismo. PALAVRAS-CHAVE: desemprego, organização, medo, dominação, sofrimento. THE FEAR OF THE UNEMPLOYMENT AND THE NEW CORPORATIONABSTRACT: The objective of this article is to discuss how the unemployment increase alters the relationship between the subject and the organization, intensifying the fear factor in the work environment. The study demonstrates how the fear of losing the job leads the worker to become more vulnerable and susceptible to forms of domination and control. This fear also produces effects such as the increase of suffering, the neutralization of the collective mobilization and the individualism. KEY-WORDS:: unemployment, organization, fear, domination, suffering "o medo de perder o emprego aumenta a dependência à empresa, intregando-se (o sujeito) à produção e silenciando a própria dor." (Barreto, 2000, p. 144).exigências feitas ao sujeito da organização, que será afetado em toda intensidade. O sujeito reproduzirá o novo discurso da organização: deverá ter responsabilidade, autonomia e senso de cooperação. No entanto, isto poderá explodir em conflito, já que a realidade, desejo e intenção do sujeito são diferentes dos desejos, realidades, e intenções da empresa.Por isso Pagès (1987) afirmou que a organização funciona como um sistema de mediação das contradições, que tem de um lado os trabalha...
O estudo das emoções na prática clínica expõe sua influência na relação médico-paciente. Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa qualitativa cujo objetivo foi explorar o discurso dos médicos sobre as próprias emoções no atendimento a pacientes. Das entrevistas com oito médicos foram extraídos os seguintes temas de análise: função apostólica e o entendimento da emoção; defesas e estratégias perante as emoções; e a companhia de investimento mútuo: frustração e consequências. Os médicos demonstraram pouca percepção da influência das emoções sobre a própria atuação, apesar de terem relatado situações nas quais foram afetados por elas. Revelaram sofrimento em razão da dificuldade de elaborar conteúdos emocionais, usando distanciamento afetivo como um mecanismo de defesa. Conclui-se que a gestão emocional por parte do médico maximiza recursos na interação com o paciente, lançando novas perspectivas para a atuação médica.
Resumo O objetivo deste artigo foi investigar as emoções do médico e as implicações para a prática clínica. Utilizou-se o método misto, avaliando, na fase quantitativa, trinta médicos com atuação em consultório. Para a fase qualitativa, foram escolhidos quatro médicos para o estudo de caso. Os resultados mostraram que médicos mais velhos, com mais tempo de formação, que ficam mais tempo em consulta com o paciente sentiram-se mais impactados diante dos estímulos emocionais; e os que trabalham mais horas semanais no consultório perceberam os estímulos de forma menos prazerosa. Esses dados foram confirmados pelos agrupamentos dos quatro clusters. Efetuou-se a análise de caso com um representante de cada cluster. Os resultados revelaram que as emoções podem influenciar atitudes e percepções do médico na relação com o paciente.
RESUMO As emoções dos médicos têm um papel importante na relação com o paciente, pois podem interferir em suas atitudes, percepções e nos processos de julgamento e decisão. O objetivo desta pesquisa foi analisar a resposta emocional dos médicos aos estímulos do International Affective Picture System (IAPS). Este estudo utilizou o método quantitativo e avaliou 30 médicos, homens e mulheres de diversas especialidades, que dedicassem parte (ou a totalidade) de seu tempo ao atendimento clínico no consultório, que tivessem no mínimo dois anos de experiência após a conclusão da residência médica e que atuassem em medicina convencional (clínica médica). Os instrumentos utilizados na análise foram: o questionário sociodemográfico, para análise das variáveis; o IAPS, composto por imagens afetivas capazes de induzir estados emocionais; e o Self-Assessment Manikin (SAM), para classificação das respostas emocionais por meio de duas escalas: prazer e alerta. Os resultados mostraram que, quanto à percepção emocional, não houve diferença entre os resultados da amostra e da população geral, mas houve diferença na relação com as variáveis sociodemográficas – idade, tempo de formado, tempo médio de atendimento (consulta) e horas semanais dedicadas ao trabalho no consultório –, concluindo-se que médicos mais velhos, com mais tempo de formados e que ficam mais tempo em consulta com o paciente se sentiram mais impactados diante dos estímulos emocionais do que os médicos mais jovens, com menos tempo de formados e que ficam menos com o paciente em consulta. Os resultados também mostraram que os médicos que dedicam mais horas semanais ao trabalho no consultório perceberam os estímulos de forma menos prazerosa que os médicos que trabalham menos tempo no consultório e que dividem seu tempo com outras atividades. São necessárias novas pesquisas e estudos para o aprofundamento do tema das emoções e de sua influência na prática médica, considerando amostras maiores, em contextos distintos e novas variáveis.
O artigo busca fazer um estudo teórico sobre as razões e motivações da hospitalidade. Foram consideradas tanto as motivações extrínsecas, impostas pela cultura ou por políticas organizacionais; como as intrínsecas, fruto de características próprias do indivíduo. Hospitalidade é formação de vínculo: para avaliar a necessidade de ser hospitaleiro, é preciso compreender as motivações e as causas da formação de vínculos. A análise foi realizada pela confrontação das conceituações de hospitalidade com as motivações humanas. A hospitalidade pode estar centrada no instinto de autopreservação. Além disso, ela pode ser motivada pelo instinto gregário e sentimentos de empatia. Como está presente em todas as religiões, ela pode ser motivada por imposição ética e religiosa. Ela é também uma forma de socialização. A hospitalidade pode ser motivada por códigos e leis, mas pode ir além e ser vista como um dever moral incondicional e entendida como uma característica fundamental inerente ao humano. A análise permitiu estabelecer quais delas estavam na causa da ação humana no processo hospitaleiro. O estudo mostrou que a hospitalidade é resultante de várias forças motivacionais.
O Prof. Roberto Garcia foi editor da Psicologia Revista no período de 2018 a 2020. Professor dedicado, não faltava às reuniões e sempre chegava no horário – com seu sorriso um tanto tímido –, se destacando pelo seu entusiasmo e por sua enorme capacidade de trabalho, sem se importar em ajudar qualquer que fosse a tarefa editorial. Foi editor responsável por diversos artigos durante esse período, mesmo que alguns destes não fossem exatamente de sua área (como na edição especial sobre Psicologia do Esporte). Isso não importava. Roberto trazia a sua experiência com outras revistas e tinha grande bagagem acumulada dentro do processo de revisão por pares. Basta ver o seu currículo para encontrar publicações suas em periódicos nacionais e internacionais, participação como autor em capítulo de livro e nos inúmeros congressos e cursos de que participou. Procurava sempre se atualizar e se aprofundar em sua área da Psicologia: a Psicologia Clínica. Em destaque, nos cabe ressaltar o prêmio que ganhou em 2017 da Associação Paulista de Psicologia por sua tese de doutorado, sob orientação da Profa. Dra. Denise Ramos, intitulada: “Fatores envolvidos nos comportamentos de omissão circunstancial e de recusa do uso do preservativo em Homens que fazem sexo com Homens”. A passagem do Prof. Roberto na Psicologia Revista, sempre alegre, nos marcou e ficará registrada nos números em que participou e nas memórias de nossas reuniões. Por conta disso, esse número da Psicologia Revista é dedicado in memoriam ao nosso amigo Roberto Garcia. A seguir, alguns depoimentos de colegas que trabalhavam com o Prof. Roberto na PUC-SP.Equipe Editorial da Psicologia Revista
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