O objetivo da pesquisa é analisar como estudantes de escolas públicas do território do Grande Bom Jardim (GBJ), em Fortaleza-CE, narram suas experiências relacionadas ao racismo, bem como produzem estratégias de enfrentamento e re-existência frente a tal problemática. Trata-se de uma pesquisa participativa em psicologia inspirada nas teorias críticas feministas e nos estudos críticos à colonialidade. Foi realizada a partir de dois dispositivos, ambos registrados por meio de diários de campo: 1) O acompanhamento do IV Festival das Juventudes: Arte, Cultura e Direitos Humanos; 2) A realização de uma oficina sobre negritudes e literaturas periféricas durante o festival supracitado. O racismo tem produzido efeitos psicossociais nas juventudes periféricas, desse modo, reflete-se de diferentes formas nas trajetórias destes jovens, principalmente no ambiente escolar, e nas formas de re-existência que estão sendo acionadas por eles/as a partir da arte e da criação de alianças entre seus corpos.
As relações de gênero e sexualidade têm atravessado a escola, dos documentos públicos de educação e da educação sexual às atividades cotidianas presentes neste espaço. O objetivo deste artigo é analisar a produção discursiva de jovens estudantes de uma escola pública de ensino médio localizada em Fortaleza/CE acerca da relação entre gênero, sexualidade e escola. A análise é realizada com base nos dados construídos em uma Pesquisa-Intervenção que teve como dispositivo um curso de formação de jovens pesquisadores do cotidiano escolar, com participação de 36 estudantes do ensino médio, que, em grupos, construíram pesquisas que tinham a escola como lócus central. Utiliza-se como material de análise a transcrição de encontros do curso e diários de campo. Foram formadas sete (7) equipes de pesquisa, e três (3) destas escolheram temáticas de pesquisa transversais às questões de gênero e de sexualidade. Utiliza-se da Análise do Discurso de base foucaultiana para análise dos dados. Observa-se que os discursos dos/as jovens acerca da discussão das questões de gênero e sexualidade na escola são marcados pelo atravessamento de distintas produções de saber, tornando-os contraditórios, ora reivindicando mudanças na escola, ora afastando-a de qualquer discussão devido a empecilhos morais. Apesar desta dispersão discursiva, a necessidade de romper com situações de violência e sofrimento ocasionadas por práticas normalizadoras em relação ao gênero e à sexualidade é marcante. Conclui-se que os/as estudantes demandam construções coletivas entre os/as membros/as da comunidade escolar, que permitam a produção de novos discursos acerca do gênero e da sexualidade.
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