O artigo discute aspectos da trajetória intelectual e profissional do médico Flamínio Fávero (1895-1982). Formado pela Faculdade de Medicina de São Paulo, Fávero teve importante atuação no campo da Medicina Legal e das discussões criminológicas no período, bem como atuou no sistema penitenciário do estado. O estudo dessa e de outras trajetórias abre possibilidade de compreensão do papel das elites e de suas representações no que diz respeito ao controle do crime e às práticas e instituições de punição na história da sociedade brasileira.
Contamos a história do ‘Movimento de Educação de Base’ (MEB) em Pernambuco, através da experiência dos monitores e alunos, que por meio das cartas deram visibilidade aos limites e às suas expectativas em relação à alfabetização. Partindo da história cultural e da história da cultura escrita, apresentamos as características de produção, circulação e o conteúdo das cartas, que em diálogo com a história da educação, permitiu identificar na experiência cotidiana as estratégias mobilizadas para o funcionamento das escolas radiofônicas, que possibilitaram a formação de uma comunidade de escreventes, em torno do intercâmbio epistolar e da circulação dos conteúdos educativos pelo rádio, práticas que transformaram as escolas radiofônicas em espaços de aprendizagem, produção e circulação da cultura popular.
RESUMO: O artigo tem como objetivo analisar conteúdos e aspectos materiais da cartilha “Viver é lutar”, publicada em 1963, que integrava a coleção didática, de mesmo nome, elaborada pelo Movimento de Educação de Base (MEB) como suporte às aulas de alfabetização de adultos no contexto das escolas radiofônicas brasileiras nos primeiros anos da década de 1960, tendo em vista o contexto político do regime ditatorial brasileiro (1964-1985) e a repressão aos movimentos sociais voltados à educação de adultos. Também foram utilizados como fontes documentais “O Conjunto Didático ‘Viver é lutar’”, relatórios produzidos pelo MEB e cartas escritas por monitores que participaram do movimento. Observa-se no material didático o esforço em trazer elementos da cultura popular sertaneja como estratégia didático-pedagógica para gerar identificação com os camponeses atendidos pelo movimento, tendo em vista ainda as diferentes tendências intelectuais e ideológicas em disputa no interior da Igreja Católica mobilizadas na construção do material, relacionadas às suas concepções política, pedagógica e religiosa, que resultaram em um modelo próprio de educação dos camponeses. Por fim, abordamos o processo de reestruturação do MEB no contexto do regime ditatorial que, de acordo com historiografia recente, se deu por meio de processos de acomodação ao regime, cuja consequência foi a reordenação de seus princípios pedagógicos e o afastamento de militantes das alas mais radicais do movimento.
Resumo A pesquisa investiga a participação das monitoras e monitores na alfabetização dos adultos camponeses e na educação de base, assim como suas práticas nas escolas radiofônicas em Pernambuco, entre 1961 e 1966. Apontamos também os limites impostos ao cotidiano das escolas, pela realidade econômica e social das populações rurais. Investigamos uma mostra de 649 cartas, além de relatórios e materiais para treinamento, produzidos pelo Movimento de Educação de Base (MEB).
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