Apresenta-se um estudo histórico sobre a constituição de uma obra publicada no Brasil na década de 1930 como guia oficial de treinamento dos corpos de tropa: o Regulamento Nº 7 de Educação Física – Método Francês. Ao destacar esta obra como objeto de estudo, tem-se por objetivo empreender análises históricas sobre o processo de implementação do Regulamento Nº 7, apontando os seus principais pressupostos metodológicos a fim de desvelar as bases sobre as quais foi constituído no contexto brasileiro. Ao mesmo tempo, o trabalho procurou compreendê-lo a partir dos interesses políticos e comerciais que o ressignificaram durante o período abordado. O corpus documental selecionado para a pesquisa é composto pelo Regulamento Nº 7 de Educação Física e sua versão original em francês – Règlement Général d’Éducation Physique –, e também por fontes complementares, analisados segundo os seguintes critérios: organização e seleção do material a ser observado, descrição aprofundada do corpus das fontes, busca do referencial teórico e interpretação do material para desvendar os conteúdos mais expressivos. A título de conclusão, destaca-se que a implementação dessa obra no Brasil foi fundamentada sobre um discurso nacionalista, inspirado em modelos europeus de civilidade e modernidade, e com o objetivo de unificar o método de educação física no país.
Nos estudos sobre gestão do esporte, pesquisadores têm afirmado que as ligas esportivas foram organizadas com objetivo de maximizar os lucros das entidades e regular o mercado esportivo. No entanto, este modelo explicativo pode não se aplicar a todas as ligas fundadas no Brasil ao longo do século XX. Como consequência da aproximação dos militares da prática esportiva, foram fundadas em 1915 a Liga Militar de Football, no Exército, e a Liga de Sports da Marinha (LSM) com função de organizar a participação dos militares no esporte. Este trabalho buscou identificar a estrutura organizacional adotada pela LSM por meio de uma pesquisa histórica e as análises realizadas demonstraram que a LSM não se enquadra nas características de liga com objetivo de maximização de lucros defendido pelos teóricos da economia do esporte, caracterizando-se como uma exceção a este modelo generalizante.
Confere-se a denominação de ‘Estudos Olímpicos’ ao conjunto de estudos, de caráter acadêmico, que apresenta os Jogos Olímpicos/Paralímpicos e/ou o Movimento Olímpico/Paralímpico - em suas diferentes manifestações - como temas, lócus ou aspecto da análise dos fenômenos esportivos. Nesta direção, pretende-se elaborar um breve levantamento da literatura acerca do tema, no Brasil, no século XXI, com o objetivo de fomentar estudos que articulem as temáticas do esporte, da cultura e da sociedade, apoiadas em teorias, conceitos e metodologias das Ciências Sociais. Ao seguir tal proposta, o dossiê proporciona estudos sobre a programação cultural e artística, bem como a respeito das participações sociopolíticas e esportivas da organização de edições recentes dos Jogos Olímpicos/Paralímpicos. Também estão presentes discussões acerca da relação entre preservação e Jogos Olímpicos, do percurso e da formação em pesquisa no campo dos Estudos Olímpicos no Brasil, da introdução de atletas da seleção brasileira feminina de voleibol sentado na prática esportiva paralímpica, além de um debate historiográfico sobre a pesquisa em história do esporte. Conta-se ainda com demais questões de equivalente importância, apreciações que se tornam ainda mais relevantes diante de um cenário em que o esporte brasileiro depende quase que inteiramente de dinheiro público.
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