Este artigo apresenta uma leitura crítica da participação de Paulo Freire no processo de descolonização na África durante a década de 1970, bem como uma análise da atualidade de sua proposta político-pedagógica para a realidade educacional daquele Continente. No primeiro momento, procuramos situar social, histórica e culturalmente a colonização na África, suas características e as particularidades da dominação. No segundo momento, apontamos as principais propostas político-educacionais de Paulo Freire para a África pós-colonial, deparando-se com a pluralidade cultural africana. E, para finalizar, apresentamos um panorama conjuntural da situação político-educacional africana, de modo a identificar a atualidade da contribuição de Freire diante dos novos desafios educacionais naquele Continente.
Este artigo trata sobre a curiosidade enquanto uma categoria fundante no processo de aquisição do conhecimento em Paulo Freire, seja este do senso comum, seja cientifico. A partir das leituras de Marx (1977) e Engels (1979) parte-se da análise de que é pelo trabalho que se estabelece uma relação entre ser humano e natureza, de modo que a perspectiva dialética desta compreensão material e histórica permite conceber a curiosidade humana como fator imprescindível ao processo gnosiológico. Assim, o sentido que Paulo Freire atribui à curiosidade humana está em situá-la concretamente nas condições históricas, sociais e econômicas em que o indivíduo se encontra. Deste modo, é possível identificar em Paulo Freire aquilo que denominamos de dialética da curiosidade, ou seja, o movimento que conduz o ser curioso a uma superação constante de sua condição numa perspectiva totalizadora da realidade. O fato de não serem rigorosamente constituídos não significa que não haja ‘episteme’ nos conhecimentos provenientes do senso comum, há sim, de acordo com Paulo Freire (2005), uma distinção proveniente das relações de poder pelas quais o conhecimento denominado “científico”, da academia, é denominado “ciência”.
Este artigo apresenta uma reflexão sobre a ética da responsabilidade do filósofo alemão Hans Jonas, especificamente a partir da sua concepção de heurística do temor em diálogo com o pensamento de Paulo Freire. A reflexão objetiva compreender a expressão heurística do temor a fim de interpretar a contribuição do seu significado com algumas proposições pedagógicas para contribuir com as discussões sobre ética, responsabilidade e a ação educativa. A metodologia da abordagem é de cunho bibliográfico e hermenêutico. Discute-se que a educação pode assumir essa tarefa de produção intencional da representação dessa imagem do temor que ainda não foi experimentado, de modo que a mesma traduza em aspectos político-pedagógicos seus reais propósitos de problematizar conjunturas e conscientizar a partilha global da responsabilidade. Propõe-se, com base em Paulo Freire, uma educação conscientizadora, uma ecopedagogia para a cidadania planetária.
No ano de 2012 tive a oportunidade de ir à Genebra, Suíça, para realizar um intercâmbio de seis meses, a fim de investigar alguns elementos relevantes para o desenvolvimento da minha tese de Doutorado em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCPR, em Curitiba, sob a orientação do professor Dr. Peri Mesquida. Para aprofundar alguns aspectos da pesquisa e ampliar os horizontes da investigação, propus para esse intercâmbio três tarefas: Pesquisar as correspondências de Paulo Freire arquivadas no Conselho Mundial de Igrejas (CMI); cumprir os créditos na disciplina ofertada pelo meu codiretor de pesquisa da UNIGENÈVE, o professor Abdeljalil Akkari, e entrevistar o Professor Pierre Furter, para compreender a sua relação com Paulo Freire e sua possível influência no que se refere à perspectiva utópica e antecipatória da educação. Portanto, esta entrevista foi resultado de nosso encontro em seu apartamento localizado à rua Chemin des Tulipiers, no dia 15 de maio de 2012.
Este artigo apresenta uma discussão sobre o ensino de ciências em Paulo Freire. O objetivo é compreender os pressupostos epistêmicos a respeito da relação entre saber popular e conhecimento científico, bem como sua compreensão de ensino-aprendizagem, para elaborar algumas considerações sobre o Ensino de Ciências na ótica freiriana. Os pressupostos metodológicos têm como base a hermenêutica e a investigação bibliográfica freiriana. Conclui-se que o pensamento político-pedagógico freiriano não sugere, propriamente, métodos ou técnicas para o ensino de ciências. No entanto, contribui de maneira crítica para este campo ao apontar a proximidade da etnociência com suas concepções de educação e provocando os educadores para que aprofundem sempre mais a compreensão crítica da sua prática educativa em diálogo com o contexto sócio-histórico.
Para aprofundar o debate, no intuito de delimitar uma compreensão mais aprofundada sobre significado dos Direitos Humanos para a emancipação humana, fomos provocados pelas reflexões de Boaventura Sousa Santos, o qual realiza uma crítica ao caráter eurocêntrico e iluminista da sua pretensa universalidade.
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