O alto rio Uruguai é uma área importante para compreender o povoamento pré-histórico da bacia do rio da Prata. Nela foram localizados sítios de caçadores-coletores, referentes ao passado mais antigo da região, e de grupos ceramistas relacionados às unidades arqueológicas Tupiguarani e Taquara-Itararé. Este artigo apresenta os primeiros resultados das pesquisas realizadas no sítio ACH-LP-07 situado próximo à foz do rio Chapecó na margem direita do rio Uruguai, no oeste de Santa Catarina. O mesmo apresentou várias ocupações por caçadores-coletores no início do Holoceno, caracterizadas por uma variabilidade nas produções de pedra lascada, onde se destaca a produção de lâminas por uma debitagem específica. No último milênio o local também foi povoado por grupos ceramistas Guarani. O sítio tem trazido diferentes contribuições a respeito dessas antigas sociedades, especialmente as modalidades de ocupação e de sucessão dos grupos humanos no alto rio Uruguai.
Este artigo apresenta alguns aspectos fundamentais do manejo de recursos ambientais e da territorialidade Guaraní no Brasil meridional e Bacia Platina. A partir de uma vasta base de dados interdisciplinares legada por vários autores desde o século XVI, temos por hipótese que os Guaraní reproduziam em seus assentamentos um sistema de conhecimentos originalmente desenvolvidos na Amazônia, que configurava a forma e a função da sua cultura material e dos seus conhecimentos ecológicos e botânicos. A base da subsistência era a policultura agroflorestal de plantas alimentícias, medicinais e matérias-primas transportadas e manejadas na longa duração, incluindo-se as espécies adotadas nas novas áreas que dominavam. Tais características tornavam os Guaraní aptos a fundar assentamentos, manejar plantas e animais em diversos ecossistemas e a modificar as paisagens vegetais para prover sua segurança alimentar.
Resumo: Este artigo apresenta uma proposta de sequência arqueológica regional para a Planície Costeira do Extremo Sul Catarinense, com cronologia média entre os 3.500-235 anos AP. Os dados baseiam-se nos resultados dos estudos realizados no projeto de pesquisa Arqueologia Entre Rios: do Urussanga ao Mampituba (AERUM). O setor Norte do projeto AERUM é apresentado no presente artigo como modelo de integração dos dados. Em 286 km 2 , foram encontrados 53 sítios arqueológicos relacionados a duas fases paleoambientais associadas ao estabelecimento da floresta tropical úmida na região. Existem quatro conjuntos arqueológicos diferenciados: sítios líticos com pontas bifaciais relacionadas à tradição Umbu; sítios concheiros de diferentes cronologias e associados a Sambaquis Plenos (fase 3), Tardios e/ou Jê Meridionais (fase 4) e Guarani (fase 4); e sítios ceramistas com formação de Terra Preta Arqueológica (TPA) associados a grupos Guarani. Os resultados nos permitiram inferir, em uma perspectiva regional, quais grupos pré-históricos ocuparam a região no tempo e no espaço, assim como suas adaptações culturais às paleopaisagens.Abstract: This paper presents an archaeological sequence propose for the region of the coastal plain of the Extreme South of Santa Catarina state. The chronology dates between 3.697 and 230 year BP. These data are based on the results of studies developed within the research project "Archaeology Between Rivers: from Urussanga to Mampituba". The North sector of the AERUM project is presented in this article as the data integration model. In 286 km 2 , were found 53 archaeological sites related to two paleoenvironmental phases associated with the establishment of the humid tropical forest in the region. There are four different archaeological groups: lithic sites with bifacial points related to Umbu Tradition; shellmiddens sites of different chronologies and associated with Sambaqui Plenos (fase 3), Sambaqui Tardio and/or Jê of Southern Brazil (fase 4) and Guarani (fase 4); and ceramic sites with anthropological soil formation related to Guarani groups. The results allowed us to infer, in regional perspective, which prehistoric groups occupied the region in time and space, as well, their cultural adaptations to paleolandscapes.Recebido em 11 de abril de 2016. Aprovado em 06 de junho de 2016.
IntroduçãoAs ocupações pré-históricas na vertente Atlântica do Sul de Santa Catarina têm como palco paisagístico as feições geomorfológicas marcadas pelo abrupto desnível entre o Planalto e os vales escarpados da Serra Geral, os alinhamentos serranos e morros isolados (espigões) − que se projetam em direção ao litoral − e a extensa planície costeira. Os dados arqueológicos pré-históricos advindos dessa região apresentam cerca de 6.000 anos de ocupações ininterruptas, mas sem clara linearidade diacrônica entre os sítios arqueológicos das encostas da Serra Geral e os encontrados na Planície Litorânea por grupos associados arqueologicamente às tradições Umbu, Sambaquieiras, Jê Meridionais e
No presente artigo objetivamos apresentar uma discussão e atualização sobre a trajetória dos estudos do patrimônio arqueológico no âmbito das políticas culturais no Brasil, dando ênfase para os estudos no Licenciamento Cultural, destacando os certames vigentes, numa perspectiva multivocal. Em seguida, enfatizamos a preponderância da efetivação de uma gestão integrada em sinergia com os diferentes Stakeholders (comunidade, empreendedores, pesquisadores, órgãos de proteção), lançando luz para os desafios, perspectivas e reflexões sobre o papel e a relevância da arqueologia nesta seara.PALAVRAS-CHAVE: Brasil. Legislação. Licenciamento cultural. Patrimônio arqueológico.
O objetivo deste trabalho foi analisar os componentes faunísticos do sítio arqueológico Sambaqui do Papagaio, localizado na praia de Bombas município de Bombinhas, litoral Norte de Santa Catarina, sul do Brasil.
O litoral do Extremo sul Catarinense é uma área importante para compreender as dinâmicas das ocupações pré-históricas no litoral meridional brasileiro. Nessa área foram localizados sítios de grupos com hábitos caçadores-coletores, pescadores-coletores e horticultores ceramistas relacionados a grupos indígenas Jê-Meridionais e Guarani. Este artigo apresenta os primeiros resultados integrados das pesquisas realizadas no sítio Sambaqui Lagoa dos Freitas, situado município de Balneário Rincão, na localidade de Lagoa dos Freitas, Santa Catarina. O mesmo apresentou dois horizontes cronológicos associados as fases finais de ocupação Sambaquieira estabelecidas na região arqueológica de Santa Marta (fase 3 e 4), com padrões estratigráficos e cultura material que indicam uma continuidade de exploração ambiental que foi replicada entre as regiões sul de Santa Catarina e Norte do Rio Grande do Sul. O sítio apresenta uma quantidade de dados que podem trazer diferentes contribuições a respeito das antigas sociedades litoraneas meridionais, especialmente nas modalidades de ocupação que refletidas em diferentes sítios arqueológicos, apresentam no contexto estratigráfico a sucessão dos grupos humanos no litoral meridional brasileiro. Os dados aqui apresentados são oriundos das pesquisas desenvolvidas no projeto de pesquisa Arqueologia Entre Rios: do Urussanga ao Mampituba (AERUM).
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