Resumo Em razão do número significativo de crianças maiores e adolescentes disponíveis para o processo de adoção no Cadastro Nacional de Adoção, e de a idade representar um fator de restrição e obstáculo para os pretendentes à adoção, torna-se necessário desmistificar as crenças enraizadas sobre adoção tardia. Pensando nessas questões, o presente estudo objetiva compreender os aspectos psicológicos e comportamentais das crianças e dos pais por adoção, comumente presentes no período de adaptação e convivência pós-adotiva, e analisar as atitudes dos pais diante dos obstáculos, observando a eficácia da preparação necessária aos pretendentes à adoção. Para tanto, a metodologia adotada consistiu inicialmente em embasar teoricamente a adoção tardia e suas fases de adaptação, com fundamentação psicanalítica, para a compreensão abrangente do assunto, e em uma pesquisa de campo com dois casais, pais por adoção que se encontravam no período de convivência de seis meses a um ano, para coletar dados relevantes e os correlacionar com a teoria. Por meio dos resultados obtidos, foram apontados os estágios de convivência e os aspectos psicológicos envolvidos nesse processo, bem como a importância de os pretendentes à adoção se instrumentalizarem com informações e se prepararem para a filiação afetiva. Assim, mesmo com todas as dificuldades que possam surgir no processo de adaptação na adoção tardia, em virtude de fatores como idade, preconceitos, mitos e histórico prévio de vida da criança, conclui-se que o afeto e a adoção recíproca prevalecem a qualquer desafio e que, se a experiência da adoção tardia for bem orientada, pode apresentar excelentes resultados.
Muito se especula a respeito da criança contemporânea em virtude da sua falta de limites e indisciplina. Alguns autores lançam a hipótese de que esse processo ocorre em decorrência da queda e falência do referencial patriarcal. Entretanto, em vez de atribuirmos as dificuldades e a indisciplina das crianças ao declínio da autoridade parental, podemos pensar na mutação e deslocamento que ela vem sofrendo em virtude da Ciência e do Estado, que passam a legislar como autoridade dentro do meio familiar. Diante do exposto, o presente trabalho visa refletir sobre a posição subjetiva ocupada pela criança na contemporaneidade, considerando a existência de um tempo no qual a criança ocupa o lugar de objeto e o discurso científico que produz a fragmentação de subjetividades.
Com a migração dos nipo-brasileiros para o Japão, movimento denominado decasségui, iniciado em meados de 1980, os seus filhos, nascidos naquele país ou no Brasil e que migraram em idade precoce, vivem os desafios da escolarização, a qual pode ocorrer nas escolas públicas japonesas ou em escolas privadas brasileiras no Japão. De acordo com a experiência da escolarização, a aquisição do idioma, os planos de futuro, a constituição identitária e do pertencimento apresentam questões específicas. Este artigo focaliza os dados obtidos de 2012 a 2015, através do desenvolvimento de um projeto em escolas no Japão. Constata-se que o tipo de escola influencia a aquisição do idioma, alterando as possibilidades de acesso ao ensino superior e, em ambos os casos, os jovens se identificam com o Japão. Utilizando a teoria psicanalítica e estudos migratórios, podemos notar que o processo educativo resultará em implicações subjetivas, sociais e identitárias desses jovens.
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