Antes de escrever meus agradecimentos, sinto necessidade de reconhecer minha condição privilegiada em um país tão desigual. Meus pais tinham condições financeiras para me oferecer além do básico; nunca passei fome, sempre tive roupas, brinquedos e livros, estudei em ótimas escolas, viajei o país todo e fiz diversos cursos, enquanto muitas crianças brasileiras da minha geração mal tinham o que comer. Nasci branca em uma sociedade racista e preconceituosa, e isso com certeza não me fechou algumas portas enquanto meus conterrâneos sofriam violências pela cor da pele desde a infância. Nasci mulher, o que não é fácil, mas desde pequena fui ensinada pelas minhas antepassadas a lutar pelos meus direitos e a me proteger. Para mim, é necessário dizer isso, para que não afirmem nunca que eu cheguei aqui apenas por meritocracia; para quem não tem tais privilégios, concluir um mestrado é bem mais difícil. Agora, sim, meus agradecimentos, afinal, eu não chegaria até aqui sozinha. À minha mãe Vera Sueli, pelo respeito à minha infância, pelo amor explícito, pelo apoio e por todos os colinhos e cafunés. Ao meu pai Dalmo Mano, pelo incentivo, por me ensinar sobre disciplina e por me fazer vivenciar e amar a política desde pequena. Ao mais novo integrante da família, Nicolas Mano, por existir. À minha vó, por mostrar que nunca é tarde para recomeçar. Aos meus tios e primos, todos tão queridos, por comporem meu repertório de lembranças afetuosas, de histórias engraçadas e de exemplos de força, fé e coragem. À Juba, por saber que sempre poderei contar com alguém nas mais difíceis situações. À Clarissa, pelos chás, colinhos, conversas e por florescer a vida e estrelar o meu céu. Aos amigos Aaron Juraski, Carlos Alexandre, Davi Gabarra, Rafael Bissi e Marcelo Osakabe, pelas infinitas histórias partilhadas, discussões sobre os mais diversos assuntos e pelos abraços e ombros sempre que precisei. A todos os meus professores, diretores e coordenadores da escola cooperativa Professor Florestan Fernandes, por me fazerem vivenciar a gestão democrática em um lugar tão alegre e colorido. Aos professores e amigos do colégio Einstein nos anos de 2001 a 2006, por me ajudarem a construir princípios ideológicos e me formarem para além do que é cobrado no vestibular. Aos docentes do curso de pedagogia da FFCLRP, por me fazerem descobrir o amor por uma profissão, mas também por ensinar sobre a complexidade da luta por uma educação de qualidade. À minha orientadora, Bianca Correa, por ser um exemplo de luta, de sensibilidade e determinação que me inspira à docência no Ensino Superior. Ao GEPPEI, por todas as contribuições, os estudos, as trocas e o apoio que me fizeram evoluir tanto nesse processo.
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