Primeiro relato de Salmonella enterica e Campylobacter spp. isolados de Garibaldi (Chrysomus ruficapillus) e Canário-da-terra (Sicalis flaveola) silvestresFirst report on the Salmonella enterica and Campylobacter spp. isolation from wild birds Garibaldi (Chrysomus ruficapillus) and Canário-da-terra (Sicalis flaveola) RESUMO Algumas espécies de aves silvestres têm sido identificadas como reservatórios de Campylobacter e Salmonella, as quais atuam como propagadoras desses micro-organismos; entretanto, não há estudo sobre o papel das aves silvestres na transmissão desses agentes patogênicos no Brasil. O objetivo do presente trabalho foi de verificar a presença desses agentes patogênicos em aves silvestres que se alimentam em lavouras orizícolas. Vinte e três Garibaldis (Chrysomus ruficapillus), uma Rolinha-picuí (Columbina picui) e um Canário-da-terra (Sicalis flaveola) foram capturados com redes de neblina. As amostras de fezes das aves foram coletadas com o uso de zaragatoas e foram processadas para efetuar pesquisa de Campylobacter spp. e Salmonella enterica. Oito (32 %) amostras de fezes de C. ruficapillus foram positivas para Campylobacter e seis (24 %) foram positivas para Salmonella enterica. Cinco (20 %) amostras coletadas de C. ruficapillus e uma de S. flaveola foram positivas para Salmonella. C. ruficapillus e S. flaveola mostraram ser reservatórios de Campylobacter e Salmonella e, consequentemente, podem atuar como potenciais disseminadores destes patógenos. Este é o primeiro registro de isolamento de Campylobacter e Salmonella de amostras de fezes de C. ruficapillus e S. flaveola silvestres. Palavras-chave. aves silvestres, orizicultura, Salmonella, Campylobacter.
RESUMO As aves silvestres podem ser reservatório de bactérias patogênicas e atuar como veiculadoras desses microrganismos para o ambiente, os animais domésticos e o homem. Portanto, o objetivo deste trabalho foi verificar a ocorrência de Campylobacter spp., Yersinia enterocolitica e Salmonella enterica em aves silvestres capturadas nas áreas próximas de aviários e em frangos de corte alojados nesses estabelecimentos, além de verificar a presença dos genes cdtA, cdtB e cdtC nos isolados de Campylobacter e identificar os sorotipos de Salmonella encontrados. Amostras de fezes de 189 aves silvestres capturadas com redes de neblina nas áreas próximas de 10 aviários e de 200 frangos de corte foram processadas para pesquisa de Campylobacter spp., S. enterica e Y. enterocolitica. Duas espécies de aves silvestres, Sicalis flaveola (canário-da-terra) e Zonotrichia capensis (tico-tico), foram positivas para Salmonella e Campylobacter, respectivamente. Foram isolados Campylobacter spp., S. enterica e Y. enterocolitica de frangos. Todos os isolados de Campylobacter analisados apresentaram os genes cdt. Em dois aviários, Campylobacter foi isolado tanto de frangos como de aves silvestres, entretanto a contaminação mútua entre essas aves não foi comprovada. Este foi o primeiro relato de isolamento de Campylobacter de Z. capensis e de Salmonella do sorotipo Derby de S. flaveola.
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