As efemérides sinalizam o poder do campo jornalístico de construção da memória social, de participar das disputas que definem aquilo que deve ser lembrado e os modos de acionar esta lembrança. Nas rotinas planejadas do jornalismo cultural, são recursos para atualizar e reinserir temas, personagens e produtos na economia da oferta de bens culturais. Este artigo discute como o suplemento Cultura de Zero Hora, entre 2006 e 2009, recorreu às efemérides e de que forma a escolha de boa parte dos eventos cíclicos configurou-se como narrativa daquilo que deve ser lembrado sobre a cidade. Retomam-se índices obtidos na análise de conteúdo de 1.413 textos em 208 edições do caderno Cultura de ZH no período. Desse total, analisa-se um conjunto de temas de capa selecionados para discussão. A presentificação do passado aponta para três movimentos de projeção da cidade: a espacialidade personalizada, a espacialidade material e a espacialidade imaterial.
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