Resumo Crédito rural e assistência técnica são importantes instrumentos de estímulo à agropecuária. Mas de que maneira eles têm sido utilizados pela agricultura familiar, que engloba quase 80% dos estabelecimentos agropecuários brasileiros? O presente artigo, usando microdados da PNAD de 2014, analisa o acesso de Pessoas Potencialmente Classificadas como Agricultor Familiar (PPCAF) a programas de crédito e assistência técnica e extensão rural (ATER), diagnosticando possíveis diferenças pessoais e regionais neste acesso. A análise tabular e via o modelo lógite sobre as PPCAF mostra que: (1) nordestinos são predominantes entre as PPCAF, mas não entre os contemplados no Pronaf e na ATER; (2) à medida que aumenta a faixa de rendimento domiciliar e a escolaridade das PPCAF, aumenta o acesso ao Pronaf e à ATER; (3) enquanto as PPCAF nordestinas e da região Norte fazem maior uso de ATER pública, as PPCAF do Sul e do Centro-Oeste fazem mais uso de ATER privada; (4) os modelos lógites indicam que há menor probabilidade do homem, do menos escolarizado e do nordestino ter acesso à ATER do que os seus contrários nesses requisitos. Constata-se, portanto, haver diferenças pessoais e regionais no acesso à ATER e que precisam ser mais bem tratadas por políticas econômicas.
Num primeiro momento, este estudo atualiza e reconstrói, sob alguns aspectos, a análise realizada por Soares (2008) sobre o fenômeno da mudança na identificação racial que vem ocorrendo no Brasil desde o início dos anos 2000. Num segundo momento, expandindo tal análise, investiga-se a existência de diferenças regionais nesse processo. Os resultados mostram que os aumentos observados na porcentagem de negros no total do país e nas suas cinco macrorregiões foram devidos quase que exclusivamente à mudança ocorrida no modo como as próprias pessoas se veem. Quanto ao efeito da mudança na identificação racial sobre o aumento no número de negros, verificou-se que este varia consideravelmente de região para região,sendo mais forte no Sul e Sudeste. Por fim, argumenta-se que qualquer análise intertemporal, a partir dos anos 2000, que envolva autodeclaração de cor ou raça, é potencialmente afetada por esse processo de mudança na identificação racial.
AGRADECIMENTOSAgradeço aqui, muitíssimo, a todos os meus familiares, em espacial a minha mãe, Dona Lindaura, pelo apoio incondicional a mim conferido.Sou também muito grato aos colegas, professores e funcionários do Programa de Pós-Graduação em Economia Aplicada da Esalq com os quais tive a oportunidade de estudar, trabalhar e conviver nos últimos anos.Em especial, agradeço aos professores Ana Lucia Kassouf, Alexandre Nunes de Almeida e Humberto Francisco Silva Spolador, pelas valiosas contribuições no exame de qualificação, e aos parceiros Rodrigo Peixoto, Luis Gustavo Baricelo, Rafael Pontuschka , Diogo Del Fiori, Diego Botassio, Augusto Seabra, Pedro Paiva e Felipe Tavares, pelas conversas esclarecedoras e, principalmente, pelos momentos de descontração.Ao professor Alexandre Sartoris agradeço a pronta aceitação do convite para participar da banca de defesa e pela leitura cuidadosa do trabalho.Aos meus amigos de longa data, Guto, Junior e Preta, por todos as histórias, gratíssimo! Confesso, porém, que agradecimento maior e mais profundo é a Rodolfo Hoffmann, meu orientador, pela orientação acadêmica, dando a este trabalho a consistência física de coisa palpável e legível, e, sobretudo, pela amizade. Levarei como exemplo sua conduta impecável enquanto professor e pesquisador.Por fim, agradeço à CAPES pelo apoio financeiro a esta pesquisa. RESUMO Diferenças de rendimento entre negros e brancos no Brasil: evolução e determinantesUtilizando dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o trabalho investiga o comportamento e os determinantes dos diferenciais de rendimento do trabalho entre negros e brancos no Brasil, bem como as causas da mudança observada nesse diferencial, no período 1995-2013. Contatou-se que, embora a diferença remanescente seja substancial e inaceitável, houve nesse período uma redução do hiato de rendimento entre os dois grupos de cor. Os resultados da decomposição de Oaxaca-Blinder indicam que a diferença entre os níveis de escolaridade média e as desiguais distribuições geográfica e ocupacional dos dois grupos são os principais determinantes dos diferenciais de rendimento observados. No que diz respeito à mudança observada no hiato de rendimento entre 1995 e 2013, os resultados da decomposição de Smith-Welch apontam para a queda nas taxas de retorno à escolaridade e para as mudanças na distribuição regional da população negra ocupada como seus principais determinantes.Palavras-chave: Diferenças de rendimento; Negros e brancos; Mercado de trabalho 12 13 ABSTRACTThe black-white income gap in Brazil: evolution and determinants Using data from an annual household survey (PNAD), this study analyses the behavior and the determinants of black-white income gap in the Brazilian labor market, as well as the causes of the observed change in this gap, in the period 1995-2013. It was observed that, while the remaining income gap is substantial and unacceptable, during this period there was a reduction in this gap between the two groups of skin-color. By applying the Oaxaca-Blinder proce...
É analisada a distribuição da Renda Domiciliar Per Capita (RDPC) no Brasil usando microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua anual de 2012 a 2020. Considera-se a decomposição dessa renda em onze parcelas, mostrando que o rendimento dos empregadores, o rendimento proveniente de aluguéis e a remuneração dos funcionários públicos são parcelas regressivas e que o rendimento do Bolsa-Família é o mais progressivo, com focalização nos pobres bem superior à do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Analisando os dados trimestrais do primeiro trimestre de 2018 ao quarto trimestre de 2020, ressalta-se o impacto do Auxílio Emergencial pago a partir do segundo trimestre de 2020, mostrando que foi o responsável pela queda da desigualdade de 2019 a 2020.
Utilizando os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares 2017-2018, são estimadas as elasticidades-renda do consumo domiciliar (em quilogramas per capita) para diversos tipos de frutas, hortaliças, leite, carnes etc. A metodologia consiste no ajuste, para cada alimento, de uma poligonal para a variação do logaritmo do consumo per capita em função do logaritmo da renda per capita, usando valores médios em dez classes de renda familiar per capita. Verifica-se, por exemplo, que a elasticidade-renda do consumo domiciliar é praticamente nula para arroz e feijão, é negativa para farinha de mandioca e que, como esperado, é maior para carne bovina de primeira (0,613) do que para carne bovina de segunda (0,204). Para produtos selecionados são analisadas as diferenças entre áreas urbanas e áreas rurais e entre as cinco grandes regiões do País.
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