O objetivo deste artigo é analisar a história da institucionalização da Psicologia na Universidade Federal da Paraíba (UFPB), considerando o contexto em que estava situado. Para tanto, foi necessário compreender o processo de criação do curso, ou seja, seu contexto histórico-cultural, a demanda, os sujeitos sociais e os formatos teóricos e metodológicos que assume. Fez-se uso de documentos do acervo da instituição e de 13 entrevistas com professores do Departamento de Psicologia ativos e aposentados que participaram do processo de institucionalização ou dos anos iniciais do curso de graduação. Os dados revelam três influências na institucionalização: a demanda inicial e o contexto histórico, o corpo docente e suas características, e o formato teórico-metodológico. A demanda inicial e o contexto histórico destacam o processo de “modernização” da cidade de João Pessoa, a necessidade acadêmica de caráter produtivista da Psicologia enquanto ciência e um espaço mercadológico. O contexto de implantação do curso de Psicologia da UFPB se dá entre o segundo e o terceiro período da ditadura civil-militar no Brasil, momento da expansão universitária da UFPB, que permitiu aprovação do curso e contratação de diversos professores vindos de dentro e de fora do estado que, alinhados à Psicologia nacional e internacional, reproduzem o modelo hegemônico, de cunho elitista, que não fazia frente ao momento vivenciado, de restrição de direitos. Tais aspectos, segundo os atores sociais da época, têm rebatimento direto na orientação teórico-metodológica dos primeiros professores, divididos entre dois grupos: um mais alinhado a um modelo hegemônico, positivista e privativo; e outro, a um modelo mais coletivo e comunitário, com características contra-hegemônicas. O modelo de curso e formação da Psicologia na UFPB acaba centralizando a produção de conhecimento e estabelecendo o modelo formativo a ser adotado na região.
Os desafios do serviço social frente ao pensamento pós-moderno: crítica à ilusória concepção burguesa de realidade Challenges of social work in the face of postmodern thought: criticism of the illusory bourgeois conception of reality
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