Realizou-se um estudo epidemiológico observacional retrospectivo para caracterizar os acidentes escorpiônicos em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil, entre 2005 e 2009. Foram coletados dados do Sistema Nacional de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) e Sistema de Vigilância Epidemiológica (SISVE) e das fichas de atendimento do Hospital João XXIII. Observou-se um total de 2.769 casos no período (114,7/100 mil habitantes), tendência decrescente e maior ocorrência entre agosto e janeiro. A espécie Tityus serrulatus foi responsável pela maioria das picadas. Não houve diferença estatística entre os gêneros dos indivíduos acometidos e a faixa etária entre 55 e 64 anos foi a que apresentou maior risco para escorpionismo. Noventa e seis por cento dos quadros clínicos evoluíram para a cura, tendo sido observados dois óbitos. Alerta-se para necessidade de melhorias no processo de notificação de acidentes por escorpião e sugere-se considerar seus determinantes para o planejamento e direcionamento de intervenções por parte do serviço público de saúde.
Estudou-se a situação epidemiológica da raiva bovina em Minas Gerais de 1998 a 2006. Foram avaliadas 6873 fichas de diagnóstico de raiva por imunofluorescência direta. Para análise da distribuição temporal da raiva, foram construídas tabelas e gráficos no software Excel 2003 e o mapeamento dos diagnósticos foi feito no aplicativo Tabwin 1.4. Verificou-se tendência anual decrescente do número de exames e dos diagnósticos positivos (Y= -41,133x+544,89). Os meses de maio, junho e julho apresentaram o maior percentual de diagnósticos positivos. O número de municípios com raiva bovina variou ao longo do período estudado e manteve tendência decrescente (Y= -7,0833x+166,64), com expansão da doença para os municípios da região do Triângulo Mineiro.
Avaliou-se a prevalência de aglutininas anti-Leptospira interrogans nos cães recolhidos pelo Centro de Controle de Zoonoses nas nove regionais administrativas de Belo Horizonte, em diferentes épocas do ano. As áreas de prevalência de cães reagentes foram correlacionadas às áreas de saneamento ambiental, usando recursos georreferenciamento. As amostras de sangue dos 3417 cães, coletadas no período de setembro de 2001 a setembro de 2002, foram processadas pela técnica de soroaglutinação microscópica, encontrando-se 13,1% de positividade. As sorovariedades Canicola, Ballum, Pyrogenes e Icterohaemorrhagiae foram as mais prevalentes. As mais altas prevalências ocorreram nas regionais Centro-Sul (22,5%), Leste (19,1%) e Nordeste (13,2%). A menor prevalência foi observada na Regional Pampulha (8,2%). Os meses com maior percentual de cães reagentes foram dezembro/2001 e janeiro/2002, período de maior precipitação pluvial e temperaturas médias mais elevadas. As áreas de maior risco coincidiram com as regiões de vilas, favelas e bairros da periferia onde existia deficiência de saneamento ambiental.
As leptospiroses são enfermidades transmissíveis entre animais e o homem, amplamente difundidas e caracterizadas como doença febril aguda. Representam importantes zoonoses que causam problemas na saúde pública e prejuízo na criação de animais de produção. A maioria das infecções por leptospira é subclínica, e a principal fonte de infecção é um animal infectado, que contamina o pasto, a água e os alimentos via urina. Os animais contaminados podem eliminar leptospiras por longo período, mesmo após a cura clínica. A porta de entrada do microrganismo ocorre através da mucosa ocular, digestiva, respiratória e genital, ou até mesmo pela pele íntegra quando em contato, por longo período, com água contaminada (Fainne et al., 1999).
As relações homem/natureza parecem condicionar o convívio com animais em um mundo de ambiente cada vez mais artificialmente humanizado. As mudanças na sociedade, geradas pelo aumento da longevidade, diminuição da natalidade e mudança no estilo de vida, têm tornado as famílias menores, o que estimula uma busca afetiva preenchida pelos animais de estimação, em especial cães e gatos.
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