Célebres descobridores de minas de ouro nas Minas Gerais e nas de Goiás - entre fins do século XVII e o século XVIII -, os moradores da Capitania de São Vicente, especialmente os da vila de São Paulo, tiveram ações nebulosas quanto às supostas riquezas minerais de seu próprio solo. A existência de minas na capitania nos séculos XVI e XVII sempre foi um assunto controvertido, tanto em seu tempo, quanto para a historiografia. Superestimadas por alguns ou menosprezadas por outros, as verdadeiras dimensões dessa riqueza se perderam no emaranhado de interesses que a envolvia. Aqui, pretendemos apresentar alguns indícios desta riqueza mineral, bem como parte dos interesses ambíguos em relação às minas de São Paulo nesse tempo, em especial quando da presença na vila do governador geral do Brasil, D. Francisco de Souza.
Neste texto – apoio documental e do campo da história social ao trabalho de investigação arqueológica da região de Guarulhos (PIPAG) – analisa-se a expansão e ocupação colonial no território que configuraria mais tarde o município guarulhense. Centrada nos séculos XVI e XVII, a pesquisa busca acompanhar o assentamento de colonos em datas e sesmarias, e as formas de transmissão dessas propriedades entre algumas poucas famílias. Investiga as formas de beneficiamento dessas terras, dentre elas a produção agrícola, criação pastoril e principalmente a mineração de ouro, essa última, atividade fundamental na exploração do território e pouco analisada na historiografia. Por fim, o texto discute as interações estabelecidas entre os colonos e os índios, assentados no aldeamento de Nossa Senhora da Conceição dos Guarulhos e imediações, problematizando as formas de agência indígena.
Imagens em trânsito: as virgens de Luján e Sumampa e os circuitos coloniais na América Meridional na primeira metade do século XVII 1 José Carlos Vilardaga 2 RESUMO: Neste artigo busca-se analisar a materialidade e parte da trajetória de duas imagens seiscentistas em terracota -uma de Nossa Senhora da Conceição e outra de Nossa Senhora da Consolação -que se tornaram, respectivamente, a Virgen de Luján, padroeira da Argentina, e a Virgen de Sumampa. Ambas são compreendidas aqui como entrelaçadas nas variadas redes e conexões estabelecidas entre a América portuguesa e espanhola, nos espaços contíguos da América Meridional na primeira metade do século XVII. No texto, discute-se uma possível procedência "paulista" dessas imagens, o que, para além de uma aparente casualidade, atesta como o grande "espaço peruano", articulado por Potosí, incluía também distintas regiões da América portuguesa. É nesse espaço ampliado, marcado pelo tráfego de pessoas, mercadorias e objetos atrelados às redes comerciais de contrabando, que acompanhamos os percursos dessas duas imagens, buscando visualizar como elas ganharam sentidos peculiares em ambientes e contextos diversos. PALAVRAS-CHAVE: Virgem de Luján. Virgem de Sumampa. Circulação. Contrabando. América Meridional.ABSTRACT: This article seeks to analyze the materiality and part of the trajectory of two seventeenth-century terracotta statuettes -one of Nossa Senhora da Conceição and another of Nossa Senhora da Consolação -who respectively became the Virgin of Luján, patron of Argentina, and Virgen of Sumampa. Both are understood here as intertwined in the various networks and connections between the Portuguese and Spanish America in the contiguous areas of South America in the first half of the seventeenth century. In the text, we discuss a possible "Paulista" origin of these images which, in addition to an apparent coincidence, attests that the great "Peruvian space," articulated by Potosí, also included distinct regions of Portuguese America. Ii is in this expanded space marked by the traffic of people, goods and objects linked to the networks of smuggling that we follow the paths of these two images, trying to visualize how they got peculiar meanings in different contexts and environments.
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