O artigo tem como objetivo problematizar a ideia de progresso como solução dos problemas socioambientais, abordando de forma crítica o debate ecológico das últimas décadas. Como contraponto, apresenta-se a perspectiva de Walter Benjamin sobre a necessidade de interrupção radical e urgente do atual modelo de desenvolvimento, presente até mesmo em setores que defendem o meio ambiente. Em complemento, pretende-se apontar aspectos mais gerais do chamado “ecossocialismo” como alternativa possível de relação entre seres humanos, sociedade e natureza. A conclusão do artigo aponta para a pertinência do referencial teórico adotado, especialmente quando se considera o desenvolvimento tecnológico das últimas décadas no manuseio de recursos naturais, com as implicações socioambientais que dele decorrem.
O trabalho discute a reelaboração da memória no período posterior à ditadura civil-militar no Brasil tomando como referência dois elementos: a legislação e a literatura. Na primeira parte do texto, discutimos aspectos gerais sobre a Justiça de Transição e ocupamo-nos do papel da Comissão Nacional da Verdade (CNV), implantada no Brasil apenas em 2011. Como exercício comparativo – com pretensão de iluminar nossa própria experiência – analisamos também aspectos da Comisión Nacional sobre la Desaparición de Personas (CONADEP), criada na Argentina ainda em 1983. Na sequência, apresentamos aspectos gerais sobre a noção de memória, história e redenção em Walter Benjamin. Este referencial norteará a terceira parte na qual faremos igualmente um exercício comparativo entre a experiência brasileira e a argentina, tomando como suporte a literatura. Os livros são: no Brasil, K. Relato de uma busca (2011), de Bernardo Kucinski; na Argentina, Mi nombre es Victoria (2009), de Victoria Donda. Ao final concluímos que tanto os trabalhos das Comissões dos dois países como a diferença entre as duas narrativas literárias de desaparecimentos evidenciam a dificuldade do Brasil em elaborar o seu passado ditatorial.
ResumoProcuramos refletir neste artigo sobre o ensino de filosofia no nível médio, tendo como referência a perspectiva educacional de Adorno. A preocupação deste autor em situar a educação na sociedade, resultante de um processo de barbárie, simbolizado tragicamente em Auschwitz, e que precisa evitar novas manifestações de caráter parecido aponta para a importância da emancipação o que, no caso do ensino de filosofia, implica em ir além da tradicional transmissão de conhecimento ou de leitura da história da filosofia. Cabe ao professor de filosofia pautar-se numa perspectiva problematizadora. Desse modo, o artigo aprofunda, na parte final, os pontos de aproximação entre os dois temas: a emancipação e o ensino de filosofia no nível médio.Palavras-chave: Adorno. Emancipação. Ensino de filosofia. Problematização.
AbstractIn this article we try to reflect on the teaching of philosophy in secondary level, in the reference of educational perspective of Adorno. The concern of this author to contextualize the education in society that comes from a process of barbarism, symbolized tragically in Auschwitz, and which need to prevent new manifestations of similar character affirms the importance of emancipation which, in the case of teaching philosophy, implies go beyond the traditional knowledge transmission or reading of the history of philosophy. The teacher of philosophy should make the exercise of problematization. In this way, the article ends on the approach between the two themes: the emancipation and the philosophy education at the secondary level.
O artigo discute a importância de Quarup (1967), de Antonio Callado, tomado como romance representativo das contradições presentes na sociedade brasileira na década de 1960, sobretudo a partir do golpe de 1964. Além de situar os traços fundamentais de Quarup, o texto propõe sua articulação com outros romances do autor sobre a ditadura: Bar Don Juan (1971), Reflexos do baile (1976) e Sempreviva (1981). Tal articulação permite compreender o final do romance de 1967 como um sinal de diminuição da expectativa de revolução. Por outro lado, se enfatizarmos exclusivamente o contexto da década de 1960, Quarup pode ser lido como índice da necessária radicalização política diante do horizonte de encurtamento das possibilidades de transformações democráticas.
O presente artigo procura refletir sobre o modo pelo qual Gramsci debate com os autores de seu tempo, a fim de recolocar o marxismo no terreno da história e da dialética. Tomamos como referência o confronto de Gramsci com o neo-idealismo italiano, representado por Benedetto Croce, e com o marxismo economicista, representado por Nicolai Bukharin. Com isso, procuraremos analisar se Gramsci seria autenticamente um marxista ou, dito de outro modo, até que ponto ele teria se afastado de Marx pela aproximação a Hegel. O confronto de Gramsci com o neo-idealismo de Croce e o determinismo de Bukharin evidenciará, como veremos, sua perspectiva crítica.
Em função do reconhecimento da importância da cultura para a formação do ser humano e sendo as manifestações culturais parte fundamental da identidade dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, o presente trabalho analisa o processo de desenvolvimento de três ações do Projeto de Extensão Rádio Zói d’Água, da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, compreendendo-o como um instrumento de valorização e divulgação das produções artísticas e culturais das regiões onde se insere a Universidade, sobretudo a produção musical e literária. O projeto permitiu o experimentar da interdisciplinaridade, o aprimoramento da competência linguística oral e escrita, bem como a oportunidade de reflexão por parte daquele que produziu o conteúdo informado, estimulando ainda o trabalho em equipe. Os três programas desenvolvidos, a saber, “Prosa de Domingo”, “Prosa de Cultura” e “Prosa Literária”, permitiram que a Universidade potencializasse sua interação e integração social.
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