Diversas questões ainda estão em aberto no que se refere a um tema tão amplo quanto a saúde mental das mulheres em período de gestação e puerpério. Por mais contraditório que possa parecer, muitas pacientes apresentam tristeza ou ansiedade em vez de alegria nessas fases de suas vidas. Os limites entre o fisiológico e o patológico podem ser estreitos, o que pode gerar dúvidas em obstetras, clínicos ou psiquiatras. Muitas pacientes também sentem-se culpadas, prejudicando a aderência ao tratamento e a aceitação de uma patologia em uma fase que, em tese, deveria ser de alegria. Nas últimas décadas, estudos têm investigado um pouco mais sobre o tema, mas algumas questões ainda estão em debate: os transtornos puerperais poderiam ser uma manifestação de um transtorno prévio não adequadamente tratado? Seriam a gestação ou o puerpério fatores protetores ou de risco para o desencadeamento de transtornos psiquiátricos? As alterações hormonais que ocorrem nesse período poderiam estar envolvidas na sua etiologia? Quais seriam os principais fatores de risco? Em quais situações seria adequado usar psicofármacos como medida de tratamento? Neste artigo, serão abordadas algumas dessas questões, sobre um tema que ainda precisa ser muito investigado para que tenhamos conclusões mais precisas.Palavras-chave: Gestação, puerpério, transtornos psiquiátricos, fatores de risco, tratamento
ResumoObjetivo: O pós-parto é um período de alterações biológicas, psicológicas e sociais. Essa é considerada a época mais vulnerável para a ocorrência de transtornos psiquiátricos. A disforia puerperal, a depressão pós-parto e a psicose pós-parto têm sido classicamente relacionadas ao pós-parto. Atualmente, tem sido observado que os transtornos ansiosos também estão associados a esse período. Método: Neste artigo é feita uma revisão da bibliografia acerca de transtornos psiquiátricos no pós-parto a partir de artigos encontrados no PubMed e no SciELO entre os anos de 2000 e 2009. Livros, teses e outros artigos considerados relevantes citados no material consultado também foram incluídos. Resultados: A disforia puerperal ocorre em 50% a 85% das mulheres, o quadro é leve e transitório e não requer tratamento. A depressão pós-parto tem prevalência em torno de 13%, pode causar repercussões negativas na interação mãe-bebê e em outros aspectos da vida da mulher e deve ser tratada. A psicose pós-parto é rara, aparecendo em cerca de 0,2% das puérperas. Tem quadro grave que envolve sintomas psicóticos e afetivos, havendo risco de suicídio e infanticídio e geralmente requerendo internação hospitalar. Os transtornos ansiosos podem ser exacerbados ou precipitados no pós-parto, especialmente o transtorno de ansiedade generalizada, o transtorno de estresse pós-traumático e o transtorno obsessivo-compulsivo. Conclusão: Apesar de não serem reconhecidos como entidades diagnósticas pelos sistemas classificatórios atuais, os transtornos mentais no puerpério apresentam peculiaridades clínicas que merecem atenção por parte de clínicos e pesquisadores.Cantilino A, et al. / Rev Psiq Clín. 2010;37(6):278-84 Palavras-chave: Transtornos psiquiátricos, pós-parto, depressão, ansiedade, psicose. AbstractObjective: The postpartum period is marked by biological, psychological and social changes. Women are considered most susceptible to psychiatric disorders during the postpartum period. Puerperal blues, postpartum depression and postpartum psychosis have been classically associated to the postpartum. Anxiety disorders have also recently been associated to this period. Method: The present article reports a review of the literature on postpartum psychiatric disorders based on articles found on the PubMed and SciELO databases, published between 2000 and 2009. Relevant books, theses and other articles cited in the articles found were also included in this review. Results: Puerperal dysphoria occurs in 50% to 85% of women following childbirth and is typically mild and transient in nature and requires no treatment. Postpartum depression has a prevalence rate of around 13% and can have negative repercussions on mother-infant interaction and other life events and must therefore be treated. Postpartum psychosis is rare, occurring in approximately 0.2% of puerperium cases. This condition is severe with psychotic and affective symptoms as well as risk of suicide and infanticide. Postpartum psychosis patients generally require hospital treatment. Anxi...
ResumoOs autores revisaram amplamente a literatura em relação aos fatores psiquiátricos envolvendo o câncer de mama. Dentro da linha de raciocínio mestra dos tratamentos cirúrgico e oncológico dessas pacientes, ressalta-se seu impacto sobre a saúde mental. Aspectos como possibilidades cirúrgicas, imagem corporal e impacto sobre auto-estima e sexualidade, tratamentos sistêmicos e conseqüências físicas, tais como fadiga, náuseas e vômitos, foram discutidos. As diferenças entre os grupos etários submetidos ao tratamento também foram relevadas, separando-se suas questões. Tópicos sobre a qualidade de vida sempre foram ressaltados. Questões sobre intervenções farmacológicas e psicoterapêuticas foram igualmente levantadas, incluindo medicina alternativa.Palavras-chave: Câncer de mama, psiquiatria, qualidade de vida, tratamento, revisão. AbstractThe authors performed a broad literature review about psychiatric factors in breast cancer. Inside the master reasoning of the surgical and oncological treatments, an emphasis was made on heir impact over the mental health. Aspects like surgical possibilities and body image and its impact over the self-estime and sexuality and systemic treatments and their physical consequences, like fatigue, nausea and vomiting were discussed. The differences between the aged groups treated also were considered, separating their issues. Topics about Quality of Life was always considered. Questions about pharmacological and psychotherapeutical approach were considered too, including alternative medicine.
Background:This randomized, placebo-controlled, double-blind pilot study evaluated the impact of repetitive transcranial magnetic stimulation (rTMS) on clinical, cognitive, and social performance in women suffering with postpartum depression.Methods:Fourteen patients were randomized to receive 20 sessions of sham rTMS or active 5 Hz rTMS over the left dorsolateral prefrontal cortex. Psychiatric clinical scales and a neuropsychological battery were applied at baseline (pretreatment), week 4 (end of treatment), and week 6 (follow-up, posttreatment week 2).Results:The active rTMS group showed significant improvement 2 weeks after the end of rTMS treatment (week 6) in Hamilton Depression Rating Scale (P = 0.020), Global Assessment Scale (P = 0.037), Clinical Global Impression (P = 0.047), and Social Adjustment Scale-Self Report-Work at Home (P = 0.020).Conclusion:This study suggests that rTMS has the potential to improve the clinical condition in postpartum depression, while producing marginal gains in social and cognitive function.
The efficacy of estrogen replacement therapy (ERT) for mood disturbances associated with menopause has yet to be firmly established. The objective of this study was to investigate the efficacy of ERT for improving mood and anxiety of non-depressive postmenopausal women. This double-blind, randomized, placebo-controlled study involved two treatment groups: one receiving conjugated equine estrogens (CEEs; 0.625 mg/day) and the other placebo, for six cycles of 28 days each. Subjects were hysterectomized, healthy, non-depressive (according to Schedule for Affective Disorders and Schizophrenia, Life Time Version [SADS-L]) women. Depressive and anxiety symptoms were assessed with the Beck Depression Inventory (BDI), and the Hamilton Anxiety Scale (HAMA), respectively. The Profile of Mood States (POMS) and other scales were used to characterize symptoms. In both groups, BDI scores were significantly lower at cycles 1, 2, 3, and 6, compared with baseline assessments (p<0.01). Anxiety scores for both groups significantly improved from cycle 3 to study endpoint. The only significant difference favoring the active group occurred at cycle 1. POMS scores were significantly improved at the end of cycles 1, 2, 3 and 6 among treated subjects and at the end of cycles 2, 3, and 6 among placebo subjects. ERT is not associated with improvements in mood or anxiety symptoms in non-depressive, hysterectomized, postmenopausal women.
This study aimed to evaluate the effect of estrogen replacement therapy on verbal cognitive performance of middle-aged postmenopausal women. Middle-aged (40 to 59 years) hysterectomized, oligosymptomatic women receiving 0.625 mg/day of conjugated equine estrogens (N = 27) or placebo (N = 32) in a double-blind parallel group design were compared according to their performance on a verbal memory battery before and after six 28-day cycles of treatment. Both groups had similar age and educational level. The estrogen group performed better on digit span-forward and on the recall of the easy stimuli on the verbal-paired associates test regardless of age, education, physical symptoms, number of years of menopause, or blood estradiol levels. However, the small magnitude of difference in the effect on attentional span suggests that the estrogen-related improvement is unlikely to be of clinical relevance. Estrogen replacement therapy did not improve verbal memory in middle-aged, hysterectomized, postmenopausal, asymptomatic women.
Objective: To systematically review the literature focusing on obstetric and perinatal outcomes in women with previous or current eating disorders (EDs) and on the consequences of maternal EDs for the offspring. Methods: The study was performed following the systematic review and meta-analysis (PRISMA) statement. PubMed, SciELO, and Cochrane databases were searched for non-interventional studies published in English or Portuguese from January 1980 to December 2020. Risk of bias was assessed using the Methods guide for effectiveness and comparative effectiveness reviews (American Agency for Healthcare Research and Quality). Results: The search yielded 441 records, and 30 articles were included. The psychiatric outcome associated with EDs in women was mainly perinatal depression. The most prevalent obstetric outcomes observed in women with EDs were vomiting, hyperemesis, bleeding, and anemia. Most studies found maternal anorexia nervosa and bulimia nervosa to be associated with low birth weight and slow fetal growth. Women with binge EDs delivered children with increased birth weight. Of the 30 studies included, methodological quality was good in seven, fair in eight, and poor in 15 studies. Conclusion: A considerable body of evidence was reviewed to assess obstetric and perinatal outcomes in EDs. Acute and lifetime EDs, especially if severe, correlated with poor perinatal, obstetric, and neonatal outcomes. Obstetricians and general practitioners should be vigilant and screen for EDs during pregnancy.
ResumoA síndrome da insuficiência androgênica na mulher (SIA) desperta, mesmo nos dias atuais, muitas discussões e encerra muitas controvérsias. Sabe-se, no entanto, que os níveis plasmáticos de testosterona declinam progressivamente ao longo do período reprodutivo. Conceitua-se a SIA como o conjunto de sintomas clínicos, a presença de biodisponibilidade diminuída de testosterona e os níveis normais de estrogênios. Entre os principais sintomas, citam-se o comprometimento do bem-estar, o humor disfórico, a fadiga sem causa aparente, o comprometimento do desejo sexual, o emagrecimento e a instabilidade vasomotora em mulheres pós-menopáusicas sob terapêutica estrogênica. Esses sintomas, no entanto, são potencialmente atribuíveis a diferentes etiologias e dificultam o correto diagnóstico na maioria dos casos, ainda que ele seja lembrado com freqüência em pacientes que se submetem à ooforectomia bilateral. O diagnóstico da SIA parece ser essencialmente clínico, não havendo a necessidade das dosagens laboratoriais para a sua comprovação. Não se deve indicar a terapêutica androgênica (TA) em pacientes que não estejam adequadamente estrogenizadas. Considera-se a testosterona o hormônio ideal para a TA. As pacientes com sintomas sugestivos de SIA, excluídas outras causas identificáveis, especialmente se pós-menopáusicas, são candidatas à TA. Não existem dados de segurança sobre a TA em usuárias em longo prazo. A via transdérmica -através de adesivos, cremes e gel -parece ser preferível à oral.Palavras-chave: Deficiência androgênica, terapêutica androgênica, disfunção sexual feminina.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.