Resumo: O presente artigo pretende evidenciar a importância de (re)conhecer as visões deformadas dos professores sobre o trabalho científico, para a partir daí poderem consciencializar e modificar as suas próprias concepções epistemológicas acerca da natureza da ciência e da construção do conhecimento científico. Afirma-se que o trabalho colaborativo de grupos de docentes, quando da realização de workshops, é bem mais produtivo e positivo do que o trabalho individual na detecção de tais visões. Enumeram-se sete visões deformadas; aliás, abundantemente referidas na literatura, aqui intencionalmente extensa. Caracterizam-se tais visões deformadas e desenvolvem-se sobre elas considerações que ajudam à reflexão. Por outro lado, referem-se as características do trabalho científico e tecem-se orientações epistemologicamente mais adequadas, por sua vez capazes de ajudar a (re)pensar e a qualificar o trabalho científico. Sugerem-se implicações para o ensino das ciências e, num contexto mais vasto, para a Nova Didática das Ciências.
No presente artigo, discute-se a construção epistemológica da Educação em Ciência como área interdisciplinar que integra, por apropriações e transposições educacionais, campos relevantes do saber, nomeadamente a Filosofia da Ciência, a História da Ciência, a Sociologia da Ciência e a Psicologia Educacional. Desenvolvem-se, em seguida, argumentos de natureza curricular e de política educativa4 que procuram clarificar, afinal, para quê e para quem a Educação em Ciência. Debruçamo-nos, necessariamente, por fim, sobre o ensino das Ciências e suas orientações preferenciais e que se perfilam como as mais congruentes com os referenciais teóricos enunciados. Note-se que esse percurso de pesquisa/teoria/prática exige reflexão, tempo, maturação de idéias, cumplicidade com a inovação e empenho na ação.
O presente trabalho tem como propósito dar uma nova contribuição para o debate que se vem desenvolvendo, já faz algum tempo, em volta do papel da natureza da ciência na educação científica e, em particular, na formação de uma cidadania para a participação na tomada de decisões.
Uma preocupação sempre presente da investigação na área da Psicologia Educacional, é a da compreensão do processo de aprendizagem do aluno, nomeadamente em contexto formal de ensino. Nessa linha, o ensino das ciências recorre a essa área de conhecimento para fundamentar teoricamente concepções e práticas de ensino/aprendizagem, no contexto e ecologia de sala de aula específicos. Neste artigo apresenta-se o contributo das diversas teorias de aprendizagem no processo de ensino/aprendizagem das ciências, especificando a influência de algumas delas nas perspectivas de ensino que foram sendo evolutivamente assumidas. Desse modo, inicia-se uma descrição histórica, referindo perspectivas de ensino apoiadas na vertente behaviorista e termina-se a sua abordagem referindo teorias cognitivo-construtivistas, que deram lugar a perspectivas de ensino voltadas para o papel do aluno, como sujeito ativo na construção do conhecimento, e para o reconhecimento do valor meramente instrumental dos conteúdos curriculares.
Resumo: O presente artigo desenvolve-se em torno do estatuto epistemológico da hipótese e da experimentação, numa perspectiva de transposição para o campo da Educação em Ciência. Não se trata de olhar aquela vertente pela estrita óptica dos epistemólogos, mas centrar a nossa atenção na busca e apropriação crítica de elementos fundamentadores de uma teorização para a Educação em Ciência, por sua vez também necessária para orientar práticas educacionais.Unitermos: epistemologia, hipótese, experiência científica, educação em ciência. Abstract:In this paper we study the epistemological status of hypotheses and experimentation, not for the sake of epistemology but in order to better orient science teacher´s education and theirs teaching. Keywords: epistemology, hypothesis, experimentation, science education. IntroduçãoEste trabalho situa-se no quadro de um conjunto de três artigos articulados entre si, a serem publicados na revista Educação & Ciência, e têm em vista discutir problemáticas ligadas à epistemologia do trabalho científico. O primeiro "Por uma imagem não deformada do trabalho científico", foi já editado e desenvolveu-se em torno de uma crítica fundamentada às concepções, mais habituais, dos professores sobre tal trabalho, apresentando uma extensa bibliografia capaz de ajudar a melhorar e organizar a sua formação. O segundo encontra-se no prelo e refere-se à observação e à teoria científicas, bem como à sua complexa relação, sendo aí focadas incidências para uma adequada atuação do professor em nível das estratégias de ensino. O presente artigo, o terceiro, é uma tentativa de resposta às questões e às dificuldades encontradas nas práticas letivas, devido a posições epistemológica marcadamente positivistas, no que diz respeito ao estatuto da hipótese e da experimentação.Na unidade enunciada nos três artigos, o que se procura é contribuir para uma viragem na Educação em Ciência mais congruente com posições epistemológicas contemporâneas. A hipótese em ciênciaNuma perspectiva de pendor empirista a hipótese tem um papel apagado e inserese num processo de verificação em que o exame exaustivo dos fatos é determinante para a sua elaboração. No entanto, na perspectiva racionalista contemporânea, que aqui interessa salientar, a hipótese intervem ativamente, desempenhando um importante papel na construção do conhecimento científico.
Trabalhos recentes de investigação sugerem que freqüentemente os professores de ciências constroem imagens de ciência marcadas por visões de índole empirista/indutivista. O presente artigo desenvolve-se em torno de contributos da epistemologia, numa perspectiva de transposição para o campo da Educação em Ciência, isto é, centra a nossa atenção na busca e apropriação crítica de elementos fundamentadores de uma teorização para a Educação em Ciência, por sua vez, também ela capaz de orientar práticas educacionais. É com naturais limitações, decorrentes ainda do actual estatuto epistemológico da Educação em Ciência que procuramos desenvolver um conjunto de idéias sobre aspectos tão importantes como o problema, a teoria e a observação em Ciência, capazes de contribuir para que os professores se sintam mais informados e, por via disso, sejam mais capazes de fundamentar as suas opções educacionais e didácticas em relação à ciência que ensinam.
Science teachers play an important role in forming the image of science that is held by their pupils. However, recent research suggests that quite often science teacher´s conceptions of the nature of scientific knowledge are marked by empiricist/inductivist epistemologies. Thus, the present paper aims to help science teachers to have a better understanding the epistemology of science aspects which may be relevant for their teaching, in particular, the role of the problem, the theory and its articulation with observation. Arguments in line with proposals of the new philosophy of science are developed and implications for teacher education are considered
Resumen. Numerosas investigaciones han mostrado que la enseñanza de las ciencias, incluso en el nivel universitario, apenas proporciona ocasión a los estudiantes de familiarizarse con las estrategias características del trabajo científico. Como consecuencia de ello las concepciones de los estudiantes, e incluso de los mismos profesores, acerca de la naturaleza de la ciencia no difieren de la visiones ingenuas adquiridas por impregnación social. En este trabajo se argumenta la importancia de estas visiones deformadas como uno de los principales obstáculos para la renovación de la enseñanza de las ciencias y se analiza la atención concedida por la investigación didáctica al conjunto de deformaciones y reduccionismos. Palabras clave. Naturaleza de la ciencia, visiones deformadas de la ciencia, concepciones docentes, formación del profesorado.Summary. Many studies have shown that science education, even at university level, rarely gives students the opportunity to practise the strategies characteristic to the scientific approach. This results in the fact that students' and even science teachers' conceptions about the nature of science don't differ from so-called «folk» or «naïve» views, acquired by social impregnation. In this paper we discuss the importance of these distorted views as one of the main obstacles to renewal movements in science education and we analyse the attention paid by science education research to the different distortions and reductionisms.
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