As ações de promoção da alimentação saudável são estratégicas para reversão dos problemas nutricionais. Este artigo analisa as disputas em torno das ideias presentes em repertórios discursivos sobre alimentação saudável em políticas nacionais, documentos internacionais, societários e do setor privado comercial, nos últimos vinte anos. Com base no método de análise documental em diálogo com a literatura acadêmica, foram identificadas as seguintes perspectivas de alimentação saudável: tradicional culturalista; nutricional biologicista medicalizante; multidimensional e sistêmica. As disputas instituem-se em torno das ideias sobre: a existência de “alimentos não saudáveis”; as atribuições, limites e formas de intervenção do Estado; a alimentação como uma questão da esfera individual ou de caráter público; os sentidos da sustentabilidade, da comensalidade, da cultura e da comida. Os posicionamentos adotados nas políticas em relação aos agrotóxicos, à fortificação de alimentos e à suplementação são elementos-chave dessas disputas. No âmbito da ação política, a fragmentação, a relativização e a distorção de significados são estratégias adotadas pelo setor privado comercial que reforçam a polarização entre ações individuais (estilos de vida, liberdade de escolha) e intervenções ambientais, e disseminam uma concepção restrita de educação alimentar e nutricional. A sociedade civil incide politicamente pressionando os governos a instituírem, em suas políticas, concepções e princípios que afetam diretamente os parâmetros das disputas. Estes, por sua vez, agem de forma mais ou menos permeável às pressões dos atores (internos ou externos) a depender de sua composição e dos espaços institucionais de interlocução com a sociedade.
João Como você avalia a classificação NOVA? Como você avalia isso tudo? O que você acha que são seus avanços e quais são seus pontos fracos? Boyd Bem, o seu ponto fraco é que é algo novo, então leva tempo para as pessoas se acostumarem. As pessoas tendem a reagir contra coisas novas, afinal. Ela constitui uma grande ameaça aos grandes fabricantes de alimentos, portanto há bastante resistência contra ela politicamente. Eles não querem ver que o que eles fazem é fundamentalmente prejudicial à saúde, daí essa resistência. Como com qualquer classificação, não exclusivamente da NOVA, há problemas mais periféricos para se lidar nos quais você pode adicionar um pouquinho disto a um iogurte, e ele deixa de ser um alimento processado saudável e se torna um alimento ultraprocessado que faz mal para você. Mas isso vale para tudo, para os Health Star Ratings, qualquer coisa. Ao meu ver estes são seus principais pontos fracos. É uma fraqueza em potencial, uma vez que não há um entendimento mecanístico claro sobre como isto afetará a saúde. Isso é particularmente desafiador para pessoas que tendem a pensar por meio de processos lineares de uma relação só. Que o sal aumenta a pressão sanguínea, que isso gera risco de derrame e por aí vai, esse tipo de mecanismo é relativamente fácil de entender. Mas mesmo as pessoas do meio acadêmico ainda vêem o mecanismo como intrínseco do produto. Em outras palavras, os componentes do produto ao invés do panorama geral da comida ultraprocessada, ou seja, sua hiper palatabilidade, o fato de que se come mais rápido, o fato de que tem bastante marketing por trás, que está disponível em todo lugar, que é de alto lucro, que tem longo prazo de vencimento, este tipo de coisa está sempre por aí. Há todo um conjunto de potenciais razões, não só biológicas, mas psicológicas, sociais e econômicas para o por quê isso pode levar ao sobreconsumo e obesidade e doenças não transmissíveis. Então eu acho que as pessoas têm dificuldades em entender isso.Acho que as vantagens da classificação são o fato de ter uma boa quantidade de dados a respeito 2 . E os dados incluem ensaios clínicos randomizados. Então, os dados também mostram que o impacto dos alimentos ultraprocessados vai além dos componentes de nutrientes que são fáceis de medir, como sal, açúcar, gorduras saturadas e assim por diante. E então o ensaio clínico randomizado tentou buscar estes nutrientes. Estudos epidemiológicos muitas vezes tentam ajustar-se a esses nutrientes para ver se é aí que está seu efeito. De qualquer maneira está bem claro para mim que a parte dos mecanismos envolvendo nutrientes é apenas uma parte disso tudo. Tem bastante coisa envolvida, muitos efeitos que não entendemos de verdade. Então, sabe, eu acho que as evidências estão realmente
A Educação do Campo tem um vínculo com sujeitos sociais e com suas especificidades, exigindo do docente um trabalho diferenciado em relação a educação urbana, mediando o diálogo entre teoria e prática pedagógica, currículo e realidade do campo. Neste sentido, delineou-se como objetivo geral da pesquisa, analisar como as formações continuadas contribuem para o desenvolvimento da prática pedagógica dos professores que atuam nas escolas do campo, e como objetivos específicos identificar o perfil dos docentes que atuam do 6º ao 9º ano no ensino fundamental na escola do campo do município, investigar como são as práticas pedagógicas dos professores nas escolas do campo; compreender como estão sendo realizadas as formações continuadas para os docentes que atuam em escolas do Campo. Para tanto, foi realizada uma pesquisa descritiva de caráter qualitativo, o instrumental utilizado foi entrevista com professores, e observações não participantes no contexto escolar. Os encaminhamentos da pesquisa mostraram que os professores possuem formação para atuarem do 6º ao 9º ano, porém, trabalham com diversas disciplinas, com o intuito de completar a carga horária proposta pela secretaria, além disso, as formações oferecidas, não contribuem de forma significativa, pois não são voltadas a realidade do campo e docentes sentem-se excluídos, pois tudo é voltado para a zona urbana.
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