Buscando-se comparar a política externa do governo de Dilma Rousseff com a do governo de Lula, trabalhamos com a hipótese de que houve continuidade, embora ocorra contenção de esforços – contenção causada pelo perfil da atual presidente, menos tendente a abordar assuntos internacionais, e pela conjuntura internacional de crise, que restringe a margem de ação externa do Brasil. Para verificar essa proposição, comparam-se as características da política externa dos governos de Lula e de Dilma por meio da avaliação de indicadores selecionados, contrapondo os dados às perspectivas já disponíveis de analistas da área. Para compreender o que causou as mudanças constatadas, utiliza-se o modelo de análise de política externa de Hermann, que prevê o estudo dos perfis dos líderes, das conjunturas internacionais durante cada período e de outros fatores capazes de influenciar a política externa do país. A conclusão aponta para a verificação da hipótese e para a importância da continuidade do estudo.
A Questão Acreana aparentava ser apenas uma contenda bilateral entre Bolívia e Brasil, entretanto constituiu-se em um impasse imerso nos entremeios de um tabuleiro estratégico muito mais complexo, moldando a nova balança de poder e de interesses que se configurava na América do Sul. Neste contexto, a Bolívia estava em situação de clara desvantagem, ameaçada territorialmente pelo Brasil no Acre, pelo Chile no Pacífico, pelo Peru no Titicaca e pela Argentina no Atacama. Para garantir a continuidade de sua existência, o país andino apelou para a concessão de parte de seu território legal a uma companhia de capitais essencialmente norte-americanos, o Bolivian Syndicate, acreditando que assim conseguiria o apoio político dos Estados Unidos nos litígios territoriais que vinha enfrentando. A busca do apoio estadunidense não foi fortuita; pelo contrário, foi fruto de um projeto meticulosamente orquestrado por bolivianos e americanos, visando atender os projetos imperialistas deste e garantir a segurança territorial daquele. Com o surgimento da possibilidade de instalação de uma companhia essencialmente norte-americana na região, o Brasil e outros Estados sul-americanos vêem a sua soberania territorial, bem como seus interesses econômicos, ameaçados pela expansão imperialista estadunidense que se alastrava pelo continente. Desta maneira, em meio ao complexo jogo político que envolveu a questão acreana surgiriam impasses diplomáticos entre os principais players da América do Sul e Europa, moldando os rumos políticos e econômicos do continente sul-americano em fins do século XIX e início do século XX.
Em outubro de 2012, fundamentando-se em decisão do Mercosul, o governo brasileiro aumentou a tarifa de importação de mais de cem produtos. Esse artigo apresenta evidências de que o atual governo mantém interesse nas negociações comerciais multilaterais, em oposição a interpretações de que a recente medida sinalizaria o abandono brasileiro da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.