A obra resenhada é resultado de uma pesquisa realizada em uma cidade do interior paulista sobre a percepção de pais e educadores/as a respeito da sexualidade infantil. Embasadas de arcabouço teórico que alerta sobre a visão da sexualidade infantil a partir do viés adulto, e a consequente criação de tabus sobre a temática, as autoras alertam para o importante papel em se abordar a sexualidade infantil na escola, desvencilhando-se do cunho moral que este tema carrega consigo. Leitura relevante para entender e desmistificar a sexualidade infantil rumo a uma educação mais inclusiva e menos violenta.
A partir das hierarquias escolares identificadas por Adorno, investigou-se a relação entre o desempenho escolar (destaque nas notas e atividades de classe – hierarquia oficial) e ser vítima ou praticante de maus tratos; a relação entre o desempenho em Educação Física, a popularidade (hierarquia não oficial) e a condição de sofrer ou praticar maus tratos entre pares e, ainda, se os estudantes que se destacam na primeira situação, também se destacam na segunda. As respostas aos questionários e escalas aplicados a 223 estudantes do nono ano do Ensino Fundamental de escolas públicas de uma cidade da Grande São Paulo indicaram, sobre a hierarquia oficial, que os que nessa se destacam não tendem a ser vítimas ou agressores, enquanto aqueles que não se destacam, tendem a ser vítimas e agressores, conforme indicação de colegas. Se o mau desempenho na hierarquia oficial coloca o aluno como vítima ou agressor, é a sua posição na hierarquia não oficial que influencia qual desses papéis ele ocupará. Os considerados populares e com bom desempenho físico tendem a ser identificados como agressores e os impopulares e que não se saem bem em Educação Física, como vítimas. Além da correlação entre ser popular e sair-se bem nos esportes, que confirma a existência da hierarquia não oficial na escola, também há uma correlação entre popularidade e destaque na hierarquia oficial, sugerindo que a popularidade também é um aspecto importante nessa hierarquia. Esse dado leva ao questionamento sobre quais atributos identificam atualmente o “bom aluno” e quanto o reconhecimento do bom desempenho acadêmico pode ser confundido atualmente com um mero cumprimento de tarefas.
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