ResumoO sofrimento social vem sendo discutido por pesquisadores brasileiros em diferentes contextos, normalmente associado às populações socialmente excluídas, vítimas de violência e da miséria crônica, com atenção especial para sua repercussão nos corpos de mulheres e crianças. Neste trabalho discute-se o conceito de sofrimento social, que tem como referência a Antropologia Médica a partir dos trabalhos da antropóloga indiana Veena Das, buscando diálogo com questões de gênero e saúde em nosso meio. A importância dessas concepções é investigada nos trabalhos de Das sobre a resistência do feminino no imaginário e no cotidiano, nos quais esta resistência aos discursos hegemôni-cos em meio à violência e ao sofrimento social se apresenta de maneira sutil nos usos cotidianos dos corpos. Concluindo, a posição sobre a resistência feminina na perspectiva de Veena Das pode ser útil para estudos e intervenções no campo da saúde, realizados com mulheres brasileiras de populações em situação de miséria crônica em contextos de sofrimento e exclusão social. A escuta de mulheres jovens e pobres a respeito da maneira como (não) dirigem seus destinos e elaboram projetos de vida, aponta para a possibilidade de investigar fenômenos que remetem aos mesmos cená-rios descritos por Das. A busca de sua inserção em movimentos imaginários que se materializam em suas falas e nos usos e cuidados com seus corpos pode ser decisiva para, em contextos de promoção de saúde, dar entendimento e intervir sobre processos que parecem sem sentido, mas que guardam na sua incompletude e incerteza a marca indelével do humano.
A influência da mídia sobre a opinião pública causa interesse tanto à população quanto aos cientistas sociais. Época de eleições para cargos políticos costuma trazer à tona tal discussão, quando a sugestionabilidade dos eleitores pelos meios de comunicação é questionada. Embora a literatura que trata do debate político, ou ainda, os próprios cientistas sociais, nem sempre tenham considerado suficientemente o poder da mídia, muitas vezes relegandoa a uma posição coadjuvante, 1 a discussão das relações entre mídia e prática política no Brasil tem recebido nos últimos anos importantes contribuições. R R R R Resumo esumo esumo esumo esumo: Tendo como pano de fundo a sobreposição das presenças da mulher e do político nas candidaturas a cargos públicos, neste artigo discutimos o peso da mídia na influência sobre a escolha dos eleitores e a posição destes como intérpretes dessas mensagens midiáticas. Assumindo um entendimento que relativiza o poder da mídia, indicamos como a idéia de discurso de (e sobre) gênero pode ser compreendido como mediador dessa influência. Embora pesquisas indiquem que a presença da mulher na mídia como candidata, transformada em um produto de marketing, tendem a desqualificá-la, esses efeitos apenas acompanham o estereótipo da
Contemporary research reveals the body as a privileged place for social memory and resistance, especially among those people who are politically and economically marginalized. But what might the body signify within the context of teenage pregnancy in conditions of chronic poverty? To explore these issues, semi-structured interviews were conducted with 21 boys and 17 girls living in a favela in São Paulo, Brazil. In their responses, young people drew a clear distinction between sex and parenthood. If sex sometimes holds negative connotations, maternity and the physical appearance of pregnancy increases social status. Young people's representations of teenage pregnancy do not portray it as a social or health problem. Instead, they understand it as a consequence of the desire to be visible and active in social life. Findings highlight the importance of investigating the relationship between young people's sexuality and the social imaginary, particularly in conditions of social inequality and suffering.
During the past few years, the Brazilian government and society have been engaged in plan-
As práticas em Psicologia Social Comunitária (PSC) estão diretamente relacionadas ao compromisso com a mobilização de populações excluídas e com desafios à identidade profissional do psicólogo. Neste trabalho apresentamos uma experiência de intervenção e formação em PSC no curso de Psicologia da Universidade Paulista. Foi realizada pesquisa etnográfica junto ao Complexo da Funerária, conjunto de favelas da Zona Norte de São Paulo, e entrevistadas seis lideranças sobre a história da comunidade. Todo material foi submetido à análise de conteúdo. Os resultados mostram a importância das dimensões psico-espaciais para o reconhecimento da comunidade, materializadas na imbricação das características físicas do espaço e da história das lideranças. Concluímos pela potencialidade da associação entre intervenções que permitam trabalhos de extensão com atividades de pesquisa e formação, uma estratégia importante no redirecionamento crítico e engajado do profissional para dimensões comunitárias, institucionais e sociais do saber e do fazer da Psicologia brasileira.
O objetivo de artigo é discutir uma forma de conhecimento que se estabelece no âmbito dos grupos, as representações sociais. Recorrentemente utilizada no campo da saúde pública, especialmente no Brasil, a Teoria das Representações Sociais (TRS) tem sido muitas vezes apresentada como uma ferramenta de análise, no que essa concepção tem de cristalizadora dos fenômenos em que pretende se deter, ao invés de sustentar a crítica embutida nas aspirações de Moscovici quanto à produção de um conhecimento que estivesse socialmente enraizado, sujeito ao contexto e à história. Neste trabalho, procura-se situar como este “uso” da TRS pode ser compreendido num certo entendimento da função da Linguagem, o que a mantém, recorrentemente ligada a uma concepção de linguagem como “cálculo”. Conclui-se que a TRS, resgatada na concepção da linguagem como meio universal, deve ser compreendida no âmbito da pesquisa social e das metodologias qualitativas, o que implica um desafio à naturalização dos grupos e das representações sociais, e implica um relacionamento entre o pesquisador, sujeito e objeto de conhecimento, que não é apenas de descoberta, mas de construção.
No abstract
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.