A teoria dos processos civilizadores de Norbert Elias aporta um modelo analítico suportado por conceitos e noções, tais como figuração, interdependência, habitus, trajetórias, relação estabelecidos-novatos, entre outros. Mesmo não tratando diretamente das questões relacionadas à educação, elas aparecem como pano de fundo de seus estudos sobre as sociedades europeias. Nosso ponto de partida é mostrar alguns usos das ferramentas desse modelo analítico nas pesquisas sobre educação, escolarização e sobre juventudes. Na continuidade apresentamos uma questão importante e atual que desafia nossos sistemas educativos: a crítica a um projeto educacional que é monocultural em sociedades compostas por grupos sociais diversos, em que as histórias e culturas dos povos originais e afrodescendentes são ignoradas. Esse problema revela alguns limites da teoria dos processos civilizadores. Como alternativa teórica para a pesquisa em educação discutimos os aportes do pensamento decolonial, teoria que vem sendo produzida por pesquisadores não europeus, especialmente latino-americanos. Os conceitos de colonialidade e de interculturalidade do pensamento decolonial geram propostas de enfrentamento ao eurocentrismo, em sua roupagem de projeto de modernidade, que seduz elites e classes sociais latino-americanas, mas que está a serviço da globalização neoliberal e ocidentalização do mundo.
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