-INTRODUÇÃOOs tricotecenos são micotoxinas constituídas por anéis tricotecanos que apresentam uma ligação dupla entre os carbonos 9 e 10 e um grupamento epóxido nas posições 12 e 13 da estrutura. A literatura relata 190 estruturas de tricotecenos que tem sido identificadas [12]. Os átomos de carbono ligados a um grupo hidroxila, acetil ou cetônico podem sofrer reações químicas características destes grupamentos. Estas reações são principalmente realizadas para estudo da estrutura e detecção destes compostos em alimentos e rações [1,3,27,31].As micotoxinas deste grupo são produzidas por diversos gêneros de fungos: Fusarium, Trichoderma, Myrothecium, Stachybotrys, Cylindrocarpon, e Trichothecium, do qual o nome tricoteceno foi derivado. Apesar do grande número destes compostos na natureza, somente pequena quantidade, menos de 10, têm sido detectados a partir de contaminação natural em alimentos, tais como desoxinivalenol (DON), nivalenol, toxina T-2, diacetoxiscirpenol e toxina 17,20].Os tricotecenos inibem a síntese de proteínas, de DNA e RNA e acarretam efeitos imunossupressores e hemorrágicos [10,12]. O efeito tóxico dos tricotecenos se deve principalmente ao anel epóxido, pois sua destruição resulta em perda total da toxicidade. No entanto, há evidências que indicam a influência dos grupamentos substituintes e da ligação dupla entre o carbono 9-10 nesta característica [13,27,31].A cromatografia gasosa é a técnica mais utilizada na separação, identificação e quantificação de misturas de tricotecenos, embora também sejam utilizadas cromatografia de camada delgada, cromatografia líqui-da de alta eficiência e cromatografia de fluído supercrítico [18]. Além da etapa de extração, um ponto críti-co na determinação de tricotecenos, por cromatografia gasosa, vem a ser a derivação que deve ser efetuada DETERMINAÇÃO DE TRICOTECENOS EM CERVEJA E AVALIAÇÃO DE INCIDÊNCIA NO PRODUTO COMERCIALIZADO NO RIO GRANDE DO SUL 1Jaqueline GARDA 2 , Rejane Martins MACEDO 3 , Eliana BADIALE-FURLONG 4, * RESUMOEste trabalho adaptou um método e avaliou os seus indicadores de mérito para determinação de tricotecenos, desoxinivalenol (DON) e toxina T-2, em cervejas comercializadas na região Sul do Rio Grande do Sul, empregando cromatografia gasosa. As adaptações foram realizadas na etapa de extração, purificação, derivação e condições cromatográficas usando amostras de cerveja artificialmente contaminadas, avaliando a adequação do procedimento pela recuperação obtida. Foram estudados os solventes acetonitrila, metanol e cloreto de metileno puro ou em misturas para a etapa de extração. A purificação do extrato foi realizada empregando ou não minicoluna de carvão:alumina:celite (7:5:3). Para a derivação testou-se basicidade do meio (bicarbonato de sódio, piridina), agente acilante (TFAA e HFBI), tempo (30 e 60 minutos) e temperatura (60 e 80ºC). Foram otimizadas as condições cromatográficas em cromatógrafo gasoso equipado com injetor split/splitless e detector de ionização de chama. A melhor recuperação foi obtida quando se empregou partição ...
Recebido em 8/1/07; aceito em 13/7/07; publicado na web em 19/12/07 OPTIMIZATION OF THE METHODOLOGY FOR DEOXYNIVALENOL DERIVATIZATION BY EXPERIMENTAL PLANNING. The objective of this work was to optimize the derivatization reaction for determining deoxynivalenol (DON) by gas chromatography employing an experimental planning procedure. The factors were: temperature, reaction time, catalyst and trifluoroacetic anhydride concentration. The relative peak areas were used to evaluated the effects. The best conditions for DON derivatization were 200 µL TFAA and 18 mg sodium bicarbonate for 6 min at 74 °C for 7 to 21 µg of DON. Under these conditions, the detection limit was 1.4 µg of DON.Keywords: deoxynivalenol; derivatization; methodology. INTRODUÇÃOA molécula de desoxinivalenol (DON) possui uma estrutura de um sesquiterpenóide tetracíclico com sete centros estéreos. Sua fórmula empírica é C 15 H 20 O 6 , nomeado como 12,13-epoxi-3,7,15-triidroxi-tricotec-9-en-8-ona, (3α,7α)-(9CI). Esta estrutura é produzida por diversas espécies fúngicas do gênero Fusarium, um contaminante natural de cereais e seus resíduos, e até em vegetais intactos 1-3 . Além do gênero Fusarium, outros como Mirothecium, Cephalosporium, Verticimosporium e Stachybotrys podem ser produtores desta micotoxina, podendo ocorrer em pré ou pós-colheita, em temperatura entre 0 a 35 °C e umidade relativa entre 80 e 90% 3,4 . Este composto se caracteriza pela estabilidade, que pode ser verificada durante muitos anos quando estocado a temperatura ambiente, mesmo aquecido a 135 °C não sofre degradação e, portanto, também em condições ambientais usuais de processamento e preparo de alimentos 5,6 . O DON, como outros tricotecenos, não é volá-til e pode ser desativado sob condições drásticas ácidas ou alcalinas, em presença de hidretos de alumínio, lítio ou peróxidos e hidratação em autoclave, onde o anel epóxido pode sofrer abertura. A enzima epóxido hidrase também é capaz de abrir o anel e produzir glicóis 6,7 . Fungos e bactérias podem também alterar a estrutura deste tricoteceno, detoxificando-o 8 . Desde a demonstração da toxicidade dos tricotecenos, o desenvolvimento de técnicas aplicadas na detecção, análise e caracterização cromatográfica vem sendo grandemente incentivada pela possibilidade de separar diferentes metabólitos simultaneamente em suas matrizes de origem. Várias metodologias para determinação de tricotecenos tem sido revisada por autores, tais como Betina . Estão descritos diferentes sistemas para derivação empregando anidrido trifluoroacético, heptafluoro-butirilimidazol, pentafluorobutilimidazol, trimetilsilil, bis-trimetilsililacetamida, hexametildisilazano e trimetilsilimidazol, sendo que melhores resultados foram conseguidos com heptafluoro-butiril e anidrido trifluoroacético, utilizando como catalisador a piridina ou bicarbonato 10,17,20,21 . No entanto, a maioria dos derivatizantes não estão disponíveis no comércio nacional, o que dificulta o estabelecimento de rotinas analíticas acessíveis para a maioria dos laboratórios envolvidos com ...
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.