Resumo Este trabalho objetiva problematizar o ensino e a aprendizagem da escrita na universidade, apresentando uma experiência investigativa com acadêmicos do 2º período do curso de Matemática, na disciplina de Leitura e Produção de Textos, durante o segundo semestre de 2017. A execução da pesquisa considerou a aplicação de uma estratégia didática para apropriação do gênero acadêmico resumo/abstract, qual seja, a de retextualização, em que o estudante deveria ler um artigo científico da área com o propósito de escrever o resumo correspondente, colocando-se na posição de autor do artigo lido, cujo resumo circularia no portal de periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) para consulta de pesquisadores e demais acadêmicos. Dessa forma, esperava-se que a mobilização de recursos linguísticos e enunciativos mantivesse o tom assumido pelo artigo científico em questão, porém a partir da organização arquitetônica do gênero dada pelo acadêmico. A pergunta de pesquisa girou em torno da seguinte questão: Quais são os limites entre a palavra do outro e a do acadêmico, considerando um processo de retextualização que tensiona os lugares destinados aos enunciadores e coloca em xeque o processo de autoria? Com tal estratégia, compreendeu-se, ainda que panoramicamente, como a universidade e os seus sujeitos regulam o universo discursivo do outro e garantem a manutenção dialógica da escrita. Para chegar a essa conclusão, adotou-se um quadro teórico que se fundamentou na perspectiva bakhtiniana e foucaultiana de linguagem (BAKHTIN, 2009; FOUCAULT, 1996) e nos estudos do letramento acadêmico (RINCK, BOCH, ASSIS, 2015), seguindo uma metodologia de abordagem qualitativa, com finalidade aplicada.
Neste artigo, objetivo demonstrar como a metodologia de Autoconfrontação se constitui no contexto do trabalho docente, valendo-me, para isso, tanto de dados construídos com uma professora em atuação, quanto com professores em formação no âmbito de suas próprias pesquisas. Traçarei, também, alguns questionamentos evidenciados nas minhas investigações sobre como a Autoconfrontação pode/deve ser problematizada para atender ao campo profissional da docência, e sua limitação no que diz respeito ao entendimento da aula. Uma vez comprometida com esses aspectos, compreendo a metodologia em questão como capaz de produzir conhecimento sobre o trabalho do professor, servindo, por isso, como instrumento de apoio à formação docente, ainda que necessite de ajustes e de outros acabamentos. Apoio-me, teoricamente, na perspectiva de Clot e também na compreensão bakhtiniana de linguagem.
Procuro neste estudo responder a seguinte questão: quais conhecimentos sobre ensino de língua portuguesa são produzidos e posteriormente colocados em circulação nas escolas, tomando como ponto de partida a escrita dos projetos de regência desenvolvidos nos estágios supervisionados de Letras? Teoricamente, as principais referências aqui assumidas são de ordem bakhtiniana, uma vez que o encaminhamento discursivo-interacional oportuniza a an álise de uma escrita que pressupõe a presença de outras vozes e olhares que marcam a jornada formativa do professor.
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