<p>O tema da posse e do usufruto da terra, no Brasil, tornou-se problema desde a chegada dos conquistadores portugueses, no início do séc. XVI. Arrancada das mãos dos habitantes primitivos do solo brasileiro, a propriedade fundiária tornou assunto da Coroa Portuguesa, que transformou sua nova colônia em reservatório de inesgotáveis recursos naturais. As lutas para superar a exploração dos colonizadores começou desde cedo, numa tentativa de dar à terra sua destinação social, para além da visão mercantilista europeia. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) inscreve-se numa larga epopeia de luta pela terra, numa guerra sem trégua contra o latifúndio, tendo no horizonte a utopia do acesso de todos à terra, de modo especial, quem dela depende para trabalhar, produzir e sobreviver, na contramão do <em>agrobusiness</em> e sua ação destruidora do solo e do recursos naturais. Uma leitura teológica da ação MST detecta, nas entrelinhas do movimento, os sinais da passagem de Deus, como na história do Povo de Israel, libertado da terra da escravidão e conduzido à terra da fraternidade. </p>
A leitura atenta dos oráculos atribuídos aos profetas bíblicos permite detectar como cada um fala de Deus, ou seja, sua maneira de fazer teologia. Este texto detém-se na profecia atribuída a Miqueias, um profeta do século VIII a.C. Uma vez contextualizado, mostrar-se-á como sua teologia parte da vivência da fé, com as questões levantadas pelas circunstâncias. Constrói-se como discernimento da história, locus da revelação YHWH e de sua intervenção, por intermédio do profeta, que denuncia os promotores da injustiça, os inimigos de Deus. Miqueias, “cheio de força e do Espírito de YHWH” (Mq 3,8), mostra-se livre em face da religião de seu tempo, com seu falso culto, seus falsos teólogos e suas falsas teologias. Não obstante a dureza de seus oráculos, a esperança se faz presente na edição final de sua obra. O modo miqueano de fazer teologia constitui-se em excelente paradigma para os teólogos e as teólogas profetas da América Latina.
RESUMO: A figura de Maria, no início da catequese lucana, tem uma importante função narrativa: apresentá-la como modelo dos discípulos de Jesus de Nazaré. Maria encarna aquilo que os discípulos são chamados a ser, ao se deixarem conduzir pelo Mestre, ao longo do evangelho. Lc 1,26-56 descreve a dinâmica da fé de uma “pequenina”, que se reconhece “humilde serva”, sem qualquer importância sociorreligiosa, em quem o Senhor “fez grandes coisas”. Este artigo explicita as grandes linhas da fé da “pequenina” Maria de Nazaré, enquanto serva do Senhor e servidora do próximo, em cuja vida contemplação e ação se entrecruzam e cuja fé é proclamada no Magnificat. A narração do diálogo com a prima Isabel descreve duas “pequeninas” expressando sua fé no Deus de Israel, atento aos empobrecidos e marginalizados da história. A perícope lucana estudada fala das periferias como lugar privilegiado da fé e os pobres como os mais aptos para compreender a ação de Deus em favor da humanidade carente de salvação.ABSTRACT: The figure of Mary, in the beginning of the Lukan catechesis, has an important narrative role: to present her as the model for the disciples of Jesus of Nazareth. Mary embodies what the disciples are called to be, as they let themselves guided by the Master throughout the gospel. Luke 1: 26-56 describes the dynamics of the faith of a “liale one”, who recognizes herself as a “humble servant,” without any socio-religious importance, in whom the Lord “did great things”. This article explains the deep aspects of faith of the “liale” Mary of Nazareth, as servant of the Lord and servant of the neighbor, in whom contemplation and action intertwine and whose faith is proclaimed in the Magnificat. The narrative dialogue with her cousin Elizabeth describes about the two “liale ones” expressing their faith in the God of Israel who is aaentive to the disadvantaged and marginalized of the history. The selected Lukan pericope speaks of the peripheries as the privileged places of faith and the poor as the most apt to understand the action of God in favor of the humanity which is in need of salvation.
O estudo abordará as questões normativas legais contidas na Torah, e suas retomadas e reformulações na ciência do direito, ocupando-se das linguagens jurídica e teológica, muitas vezes ininteligível, devido ao formalismo, que provoca o “efeito de desconhecimento” sobre o texto religioso, mais propriamente na questão do “olho por olho, dente por dente”. Verificará, assim, as questões acerca do erro e do consequente castigo e ou punição contidas na Bíblia, em Deuteronômio, e as possíveis relações para com a ciência do Direito. Dessa forma, procurará observar concepção de lei presente na Torah, a fim de explicitar as iluminações que a tradição bíblica pode oferecer para o direito moderno e, dessa forma, postular uma prática do direito mais humanizadora.
A espiritualidade inaciana, condensada nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio, possibilita a produção de uma teologia profético-espiritual. O profetismo inaciano sintoniza-se com a grande tradição dos profetas bíblicos e seu modo peculiar de fazer e explicitar a experiência de Deus. A espiritualidade inaciana reflete-se na produção teológica de quem a assumiu como pauta de vida cristã. A teologia é produzida a partir do centramento em Deus, permitindo ao teólogo contemplar a realidade com o olhar de Deus. Livre diante das criaturas e atento aos anseios dos empobrecidos, o teólogo estará em condições de julgar a realidade a partir do projeto de Deus. A consciência de ser chamado para o serviço do povo leva-o a ser otimista em relação à humanidade. A teologia se faz como discernimento espiritual da história.ABSTRACT: Condensed in the Spiritual Exercices of Saint Ignatius, Ignatian spirituality fosters the production of a prophetic-spiritual theology. Ignatian prophetism gets on with the great tradition of biblical prophets and their peculiar way of having and explaining the experience of God. Ignatian spirituality is expressed on the theological production of the one who assumes it as program of Christian life. Theology is done from the perspective of Gods centrality allowing the theologian to contemplate reality with Gods eyes. Freed from creatures and paying attention to the poors needs the theologian will always be able to judge reality from Gods project. His/her conscience of being called to serve his/her people transforms the theologian into an optimistic about humanity. Theology is done as a spiritual discernment on history.
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