RESUMO:Este artigo intenta mostrar as bases conceituais de uma metafísica do irracional em Schelling e Schopenhuaer. Ambos os autores apontam na vontade a essência cega e irracional do mundo.
Palavras-chave:Schelling, Schopenhauer, vontade, mau radical.
ABSTRACT:This article intends to show the conceptual base of a metaphysics of the irrational in Schelling and Schopenhauer. Both authors point to the blind and irrational essence of the world in the will.Key words: Schelling, Schopenhauer, will, radical evil.1 PUC/PR. Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho, 80215-901 Curitiba PR, Brasil. E-mail: jbarboza@ gmx.net.
Colocação do problemaA imagem moderna do homem é fortemente marcada pelo "cogito" de Descartes, ou seja, por uma "substância pensante", racional, que apreende a natureza do mundo sem nada deixar escapar a essa matriz pensante e, se o deixa, é para depois esse resquício ser realocado no pensamento como um momento que lhe passara à margem, mas agora processado cognitivamente. Se, de um lado, Kant segue o caminho cartesiano quando, como teórico da Ilustração, confere à razão prática o poder de legislar na moral e na destinação histórica do homem, ao atribuir um foco imaginário com idéias à ação dos seres racionais e à ciência mesma, por outro lado, entretanto, já entre os pós-kantianos surge uma desconfi ança em face dos