Analisamos 145 doentes portadores de ferimentos penetrantes tóraco-abdominais e de tórax e abdome, operados no Serviço de Emergência da Santa Casa de São Paulo de julho de 1987 a fevereiro de 1996, sendo 72 (49,7%) produzidos por arma branca e 73 (50,3%) por projétil de arma de fogo. Foram estudados fatores relacionados à ocorrência de complicações pós-operatórias (pleuropulmonares, abdominais e sistêmicas), ao prolongamento do tempo de permanência hospitalar e à mortalidade ocorrida durante a internação. Caracterizamos os doentes quanto a sua gravidade, através da aplicação de índices objetivos de trauma, tanto fisiológico (RTS) quanto anatômicos (ISS, PATI, PTTI e PTI). Tanto nos ferimentos tóraco- abdominais quanto de tórax e abdome, o tratamento de escolha foi a drenagem pleural associada à laparotomia exploradora. Os ferimentos tóraco-abdominais apresentaram maior incidência de complicações em geral, em relação aos de tórax e abdome, quando a variável controle foi o ferimento produzido por arma branca. A análise por tipo de complicação mostrou que essa diferença foi dada pelo empiema pleural. Não encontramos diferença significante entre esses ferimentos com relação às demais complicações pleuropulmonares infecciosas, abdominais e sistêmicas. Os fatores que se correlacionaram com a evolução para empiema foram: o tipo de órgão lesado (estômago, esôfago e reto), a presença de fístula digestiva, o ferimento produzido por arma branca e a presença de lesão diafragmática. O prolongamento do tempo de permanência hospitalar foi determinado pela ocorrência de complicações e não pela lesão diafragmática. Houve doze (8,3%) mortes no estudo, sendo que a mortalidade correlacionou-se com maior média de lesões orgânicas por doente, com as lesões de rim, grandes vasos e esôfago, com a ocorrência de complicações especialmente de natureza infecciosa e com o ferimento produzido por projétil de arma de fogo. A análise dos nossos resultados permitiu concluir que os ferimentos penetrantes tóraco-abdominais apresentam maior número de lesões orgânicas por doente quando comparados aos ferimentos de tórax e abdome (sem lesão diafragmática), mas esses ferimentos não diferem quanto à mortalidade pós-operatória. Com relação à morbidade, a lesão diafragmática não foi fator determinante do prolongamento do tempo de permanência hospitalar e, na comparação dos ferimentos tóraco-abdominais e de tórax e abdome, a lesão diafragmática produzida por arma branca foi fator determinante do aparecimento de empiema pleural.
Dez operações foram realizadas em oito doentes portadores de doença bolhosa. A drenagem fechada da bolha foi a operação feita em todos os doentes. Esta técnica, descrita inicialmente por Monaldi para o tratamento de abscessos pulmonares tuberculosos, foi utilizada com algumas modificações. Melhora dos sintomas e colapso total das bolhas foi obtido em nove procedimentos. Não houve mortalidade e os resultados foram compensadores. Esta técnica é um método simples de descompressão da bolha através de um procedimento operatório pouco invasivo. A técnica de drenagem da bolha tem ainda as seguintes vantagens: não há ressecções de tecido pulmonar e a pequena incisão realizada após anestesia local é bem tolerada pelo doente com função pulmonar crítica.
Introdução: Hemorragia digestiva alta (HDA) é um diagnostico comum no Pronto Socorro com diferentes etiologias. HDA é uma complicação rara de colelitíase, assim com síndrome de mirizzi. Apresentamos um caso de HDA por erosão de arteria gastroduodenal associada à Sindrome de Mirizzi. Relato de Caso: Paciente masculino 41 anos, imunossuprimido, admitido no pronto socorro com quadro clínico de hematêmese e instabilidade hemodinâmica. Após reposição volêmica e melhora hemodinâmica, foi submetido à endoscopia digestiva alta (EDA), onde foi evidenciado sangramento vultoso e em jato. Paciente apresentou piora hemodinâmica súbita, sendo a EDA suspensa e realizada laparotomia exploradora. No intraoperatório foi diagnosticada Síndrome de Mirizzi tipo Va, com fístula completa com duodeno, fístula incompleta com ducto hepatico comum e erosão da artéria Gastroduodenal com sangramento ativo. Foi realizada gastrectomia parcial e sutura da via biliar com drenagem à Kehr. Paciente evoluiu com choque séptico e foi a óbito dois dias depois. Conclusão: Sangramento digestivo alto secundário à Sindrome de Mirizzi é uma manifestação clinica bastante rara.Descritores: Síndrome de Mirizzi, Colelitíase, Colecistite
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