A literatura mostra uma relação positiva entre o acesso a programas de transferência de renda, como o Programa Bolsa Família, e a superação de situações de insegurança alimentar, havendo necessidade de investigar melhor essa associação. O objetivo deste trabalho foi analisar as mudanças na situação de insegurança alimentar e nas condições sociodemográficas de famílias que eram titulares ou não do Programa Bolsa Família nos anos de 2011, 2014 e 2019. Trata-se de um estudo de coorte onde os dados foram obtidos através de um questionário estruturado contendo módulos de informações sociodemográficas, de participação no programa Bolsa Família e de avaliação da Insegurança Alimentar. Os dados foram expressos em frequências simples, e para as análises de associações usou-se o Teste de Cochran, Teste de Friedman e Qui-quadrado. Os resultados indicaram baixas prevalências de segurança alimentar das famílias titulares do Programa, sendo de 30,1% em 2011, 39,7% em 2014 e 46,6 em 2019, expuseram uma piora da renda familiar per capita para toda a amostra ao longo dos anos e demonstraram que 17,8%, 47,9% e 34,2% das famílias titulares do Programa permaneceram seguras ao longo do tempo, vivenciaram a IA em algum período e permaneceram em IA durante todo o tempo do estudo, respectivamente. Os achados do estudo indicam a importância do PBF na melhoria das taxas de IA e no alívio dos impactos sociais provenientes de uma agenda de retrocessos nas políticas públicas, especialmente para aqueles grupos em maior vulnerabilidade.
Resumo A pandemia de covid-19 agravou a fome e a insegurança alimentar em todo o mundo, causando mobilização dos movimentos sociais para amenizar esse cenário. Este artigo objetiva caracterizar e analisar as ações e a contribuição do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra para a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional durante a pandemia no Brasil. A pesquisa documental foi a base para as informações do escopo do estudo. A coleta de dados foi realizada pela busca de documentos por meio de ferramentas de busca online. Os documentos encontrados foram verificados acerca de sua veracidade e examinados pela análise de conteúdo de Bardin. Dentre eles, a maioria são notícias. As ações realizadas foram de doações e vendas de alimentos e doações de sementes para plantio. Os alimentos doados advinham da produção orgânica e agroecológica do movimento. Tais ações ocorreram em diversas regiões do país e foram ao encontro da melhoria do acesso e disponibilidade de alimentos às populações vulnerabilizadas, o que promoveu o acesso a alimentos de qualidade e seguros. Isso demonstra que as ações realizadas pelo movimento contribuíram para o enfrentamento da fome durante a pandemia e destacam a importância dos movimentos do campo na promoção da Segurança Alimentar e Nutricional.
Objective: To prospectively analyze changes in the frequency of individual food consumption of adults/elderly people according to different food insecurity outcomes over time. Methods: Population-based longitudinal study carried out in 2011 (358 individuals) and 2014 (301 individuals) in a municipality in the northeastern semi-arid region. The frequency of food consumption of 37 foods in adults/elderly was assessed using the Food Frequency Questionnaire and food insecurity using the Brazilian Food Insecurity Scale. Differences in the proportion of frequency of consumption of each food at baseline (2011) and follow-up (2014) were calculated according to longitudinal categories of change in food insecurity. The McNemar test for paired samples was applied to estimate differences between 2011 and 2014. Results: Among the individuals studied, 38.9% and 30.6% were classified in food security and food insecurity in the two periods (2011 and 2014), respectively, and 23.2% changed from food insecurity in 2011 to food security in 2014. Increase in the frequency of food consumed in the three groups of food insecurity outcomes. Only in the food insecurity group at both times, an increase in the consumption frequency of soft drinks and industrialized juices was observed. In the three groups, when comparing 2011 and 2014, there was an increase in the consumption of local agricultural foods, such as mangoes, sweet potatoes and a decrease in the consumption of pumpkin. Conclusion: Overcoming food insecurity results in positive changes in food consumption, and seasonality is a factor that promotes and limits food consumption.
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