Em sonsonância com a arte de seu tempo, o esforço de criação, sob a perspectiva bergsoniana, se constitui em meio a uma elaboração material, corporal, relacionada, por sua vez, a uma construção musical. A noção bergsoniana de tempo musical como produção criadora diz respeito, assim, a um meio particular de conhecimento: a intuição. Ela se desdobra, no caso da arte, em obra e, na filosofia, em metafísica.
■ RESUMO: Tendo como ponto de referência o pensamento de Henri Bergson e, a partir dele, a relação de identidade entre liberdade e criação, ação livre e ação criadora, este trabalho tem como propósito levantar algumas questões relativas à função do método em relação a uma filosofia que encara a arte, o artista e a atividade artística como exemplos de que o conhecimento acerca do real e do verdadeiro é possível e, justamente em virtude disso, os toma como paradigmas da própria filosofia. Em outros termos, interessa aqui dar alguns passos no sentido da investigação acerca do que quer e o que pode uma filosofia que guarda profundas afinidades com a arte e que, além disso, busca entendê-la em sua essência, compreendê-la em seus princípios e revelar a sua natureza.■ PALAVRAS-CHAVE: Bergson; liberdade; criação; método; arte I E bem o que a Natureza fez de vez em quando, por distração, para alguns privilegiados, a Filosofia, em matéria parecida, não poderia tentar, num outro sentido e de uma outra maneira, para todo mundo? O papel da Filosofia não seria aqui o de nos levar para uma percepção mais completa da realidade por um certo deslocamento de nossa atenção? Tratar-se-ia de desviar essa atenção do lado praticamente interessante do Universo e de fazê-la voltar-se àquilo que,
Resumo: Trata-se de apresentar um estudo de caso, tomado na filosofia existencialista, por meio do qual a abordagem da questão da relação entre mulher e filosofia explicita duas questões de grande relevância. Em primeiro lugar, a da pretensa universalidade do sistema conceitual cunhado pelo filósofo que, sob o crivo da existência concreta, revela uma realidade consideravelmente seletiva e parcial que, muitas vezes, em lugar de combater, reforça certos lugares comuns da opinião e pré-juízos sobre as diferenças e opressões de gênero. Em segundo, e em contrapartida, a do interesse aparentemente localizado na situação da mulher, que leva a filósofa a abrir e em alguma medida libertar o campo das investigações filosóficas, no sentido da realização de sua integração à vida humana. Este é um dos passos fundamentais dado na direção da constituição da mulher como sujeito autêntico, também do conhecimento.
Este artigo pretende defender e explorar o sentido de se empreender abordagens de perspectivas feminista em história da filosofia e defender a especificidade desta diante de práticas e empreendimentos voltados especificamente e exclusivamente ao campo onde se põe me questão e debate teorias feministas. Defendemos que fazer filosofia de perspectiva feminista não é o mesmo nem muito menos se reduz a fazer teoria feminista ou de gênero. Para essa defesa, mobilizaremos a filosofia antidogmática iluminista de Mary Wollstonecraft e a filosofia antidogmática existencialista de Simone de Beauvoir, em suas semelhanças e diferenças filosóficas. As chamadas questões de gênero estarão no centro do debate filosófico. A partir delas, buscaremos evidenciar a necessidade de historicização dos próprios termos da diferença sexual, analisar, no contexto de sua conceitualização, o modo operatório dessa oposição binária, muito frequentemente apresentada a partir da sexualização exclusiva do indivíduo do gênero feminino, pondo, por fim em xeque, certas construções hierárquicas e generificações do pensamento que dela decorrem e que não podemos, de nossa parte, considerar nem verdadeiras, nem evidentes, nem muito menos naturais.
As relações de poder em torno das questões de raça, classe e gênero dão lugar a uma combinação característica de opressões que atingem, de modo particular, as mulheres negras. A fim de refletir sobre o conceito de interseccionalidade na obra Quarto de Despejo: diário de uma favelada, abordaremos a questão do contexto colonial no qual se enraízam os alicerces que têm mantido praticamente intactas as estruturas sociais das desigualdades de condições em meio à diversidade de indivíduos. Visamos a destacar no artigo como a autora Carolina Maria de Jesus dialoga com a perspectiva interseccional desenvolvida dentro do feminismo negro, expondo as diferentes opressões e resistências que a obra permite analisar.Palavras-chave: Interseccionalidade. Feminismo negro. Filosofia. Literatura.AbstractThe power relations around the questions of race, class e gender cause a characteristic combination of oppressions that hits, in a particular way, the black women. In order to reflect about the concept of intersectionality in the book Quarto de Despejo: diário de uma favela, we will approach the question of the colonial context in which the foundations that have maintained practically intact the social structures of inequalities of conditions among the diversity of individuals. We are looking to highlight in the article how the author Carolina Maria de Jesus dialogues with the intersectional perspective developed within black feminism, exposing the different oppressions and resistances that the book allows to analyze.Keywords: Intersectionality. Black feminism. Philosophy. Literature.
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