A calcificação pulpar pode representar um desafio ao tratamento endodôntico principalmente durante a abertura coronária. A correta avaliação dos aspectos clínicos e radiográficos é indispensável para evitar a perfuração radicular. Este trabalho tem como objetivo mostrar por meio do relato de um caso clínico o selamento de uma perfuração radicular lateral com Agregado Trióxido Mineral (MTA). Paciente, 32 anos, sexo feminino, com queixa de dor leve ao mastigar no dente 25, desde que foi atendida na Unidade Básica de Saúde. Clinicamente, o dente 25 apresentava restauração provisória oclusomesial, não respondeu ao teste de sensibilidade pulpar, e o periodonto estava normal. Radiograficamente, havia sugestão de perda óssea mesial e comunicação com o ligamento periodontal. Na tomografia computadorizada de feixe cônico confirmou-se a presença de perfuração na face mesiopalatina, no terço médio, com perda óssea, comunicação com o ligamento periodontal e calcificação do canal radicular. Devido à presença de tecido de granulação, optou-se pela descontaminação e indução de reparo da área por meio da inserção de medicação a base de hidróxido de cálcio associado ao propilenoglicol. Após 12 meses de trocas deste curativo, foi realizado selamento com MTA branco em íntimo contato com o periodonto. Realizou-se a blindagem coronária com cimento de ionômero de vidro e resina composta. Apesar da localização e do tamanho desfavorável para o selamento desta perfuração, após 1 ano verificou-se no controle clínico-radiográfico-tomográfico que diante do tratamento executado o dente mostra-se em função, reparação óssea e assintomático.Descritores: Endodontia; Calcificações da Polpa Dentária; Tomografia Computadorizada de Feixe Cônico.
Posteriormente ao reimplante de dentes avulsionados existe a necessidade da realização do tratamento endodôntico o mais breve possível em casos diagnosticados com necrose pulpar. O protocolo de tratamento de dentes avulsionados envolve o uso de medicação intracanal a base de hidróxido de cálcio, entre sessões, como um fator complementar à redução de micro-organismos, prevenção e estabilização da reabsorção radicular, indução de formação dentinária e reparo dos tecidos periapicais. O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir um protocolo de tratamento frente à reabsorção radicular externa causado posteriormente ao reimplante de um dente avulsionado, por meio do uso de uma medicação intracanal sem a necessidade de trocas periódicas. Paciente do gênero masculino, 16 anos de idade, sofreu uma queda seguida de avulsão do dente 21. Relatou que o dente foi mantido em água e reimplantado após 10 minutos, sendo instalada uma contenção flexível, a qual foi removida apenas quando se iniciou o tratamento endodôntico, 9 meses após o trauma. Ao exame radiográfico, observou-se reabsorção radicular externa a nível médio e apical, portanto, foi definido o protocolo terapêutico com o uso de medicação intracanal à base de hidróxido de cálcio, associado ao propilenoglicol e óxido de zinco, a qual foi capaz de permanecer intracanal por um período superior a dois anos e estabilizar a reabsorção radicular externa. Conclui-se que o reimplante dentário associado ao protocolo de tratamento utilizando esta medicação intracanal sem trocas periódicas, possibilitou a manutenção do dente em funcionalidade e estética, e evitou possíveis sequelas psicológicas.Descritores: Avulsão Dentária; Reimplante Dentário; Reabsorção da Raiz; Hidróxido de Cálcio; Óxido de Zinco.
Objective: To evaluate incidence and intensity of postoperative pain in patients treated in the Residency Program in Endodontics at the State University of Maringá. The influence of factors inherent to the patient and treatment on preoperative pain was also the focus of our study. Material and Methods: 99 patients participated in this study and underwent non-surgical endodontic treatment. Initially, palpation, vertical and horizontal percussion were performed on the tooth to be treated. After the root canals filling, patients received a printed Numerical Rating Scale and were instructed to record the level of pain in the postoperative periods of 24, 48 and 72 hours. For each postoperative period, the patient recorded the values. A descriptive analysis of the data and a model of generalized estimation equations were performed to verify the relationship between the variables and postoperative pain, at a significance level of 5%. Results: During the follow-up period, the pain rates found were low represented by 16%, 11% and 7% in the periods of 24, 48, and 72h, respectively. In addition, the rates significantly decreased after 72h. Only one case of flare-up was recorded. Presence of pain on palpation, use of reciprocating file and use of 2.5% sodium hypochlorite influenced the results (p<0.05), increasing the changes of post-operative pain by 3.36, 0.4 and 0.2 times, respectively. Conclusion: Incidence and intensity of postoperative pain monitored in the residency program reduced significantly after 72 hours. Postoperative pain was associated with pain on palpation, use of reciprocating files and irrigation with 2.5% hypochlorite.
Introdução: injúrias traumáticas podem resultar em necrose pulpar em dentes permanentes imaturos. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo avaliar os procedimentos clínicos e radiográficos do tratamento de dentes permanentes imaturos não vitais após apicificação. Métodos: trata-se de um estudo documental, transversal e retrospectivo, no qual recorreu-se aos prontuários de um núcleo de referência em traumatismos dentários da Universidade Estadual de Maringá (UEM), nos períodos entre 2005 e 2015. Foram incluídos trinta dentes permanentes com necrose pulpar e ápice aberto, cujo tratamento adotado foi a apicificação e obturação do canal radicular. Os seguintes parâmetros foram analisados: idade, sexo, tipo do trauma, dente acometido, estágio de Nolla, lesão periapical, forma do ápice, tipo de tratamento usado e avaliação radiográfica da barreira apical. Utilizou-se o Teste Exato de Fisher (p < 0,05) para avaliar possíveis associações entre a formação total da barreira apical e as variáveis desse estudo. Resultados: dos 30 dentes traumatizados, 19 eram de pacientes do sexo masculino (70,4%) e 8, do sexo feminino (29,6%). A faixa etária envolvida foi de 6 a 10 anos de idade, o dente mais acometido foi o incisivo central superior e a fratura complicada foi a mais prevalente. Entre esses dentes, onze possuíam lesão periapical (36,7%) e a maioria (63,3%) apresentava-se no estágio 9 de Nolla e com ápice em formato convergente (46,66%). Para o tratamento dos dentes com rizogênese incompleta, foram utilizados como medicação intracanal o hidróxido de cálcio (63,3%) e o MTA (6,7%). O número de trocas da medicação à base de hidróxido de cálcio variou de 1 a 9. A frequência de trocas, na maioria dos pacientes, foi mensal e o valor médio da duração dessas trocas foi de 5,8 meses, enquanto a média do tempo total do tratamento foi de 11 meses. Foram realizadas investigações sobre possíveis associações entre a formação completa da barreira apical e outras variáveis, e nenhuma delas mostrou resultados estatisticamente significativos (p > 0,05). Conclusão: tanto o hidróxido de cálcio quanto o MTA foram capazes de induzir a apicificação, bem como a reparação tecidual dos dentes traumatizados avaliados. Pôde-se observar que não houve significância estatística quando comparadas as variáveis, como forma do ápice, lesão periapical, tipo do trauma, tempo total das trocas de hidróxido de cálcio, tempo total do tratamento e controle, associados à calcificação total da porção apical.
A avulsão dentária consiste em um deslocamento completo do dente para fora do alvéolo e o seu reimplante imediato é a opção mais favorável, porém sob algumas condições nem sempre é possível. O objetivo deste estudo é relatar um caso em que houve o reimplante dentário tardio e um acompanhamento ao longo de 10 anos, não apresentando reabsorção radicular. Paciente do sexo masculino, 6 anos de idade, sofreu avulsão do dente 21 causada por queda de bicicleta. O dente foi colocado em um copo com soro fisiológico e reimplantado no hospital em duas horas, sendo instalada uma esplintagem não-rígida e após 11 dias removida. Ao exame radiográfico, foi observado que o dente apresentava-se com rizogênese incompleta, com paredes finas e o ápice aberto (estágio 9 de Nolla). Clinicamente, um mês após o trauma, o dente apresentou-se assintomático e sem mobilidade, com resposta inconclusiva ao teste de sensibilidade pulpar ao frio. Com a interrupção do desenvolvimento radicular e a presença de rarefação óssea periapical, realizou-se o teste de cavidade pulpar e foi planejado o tratamento com posterior intervenção endodôntica. Dez anos após o trauma dentário, o dente apresentava-se sem mobilidade, com resposta negativa ao teste de palpação e percussão vertical. A radiografia mostrou-se com aspectos de normalidade, não havendo presença de reabsorção dentária. Conclui-se que o reimplante dentário apresentou um prognóstico favorável, não exibindo reabsorção radicular inflamatória ou por substituição, além de restabelecer estética e função durante 10 anos.
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