O livro que analisarei nesta resenha é o Skepticism: a Very Short Introduction (Ceticismo: uma Introdução Muito Curta), que foi publicado em 2019 pela Oxford University Press. Como o subtítulo sugere, trata-se de uma obra introdutória que tem como público-alvo estudantes de graduação em Filosofia ou até mesmo indivíduos que não tomam (ou não pretendem tomar) a Filosofia como profissão. Entretanto, contrariando o que o título sugere, a obra não trata do ceticismo em sentido lato, nem consiste em um catálogo de suas variadas subdivisões (como em ceticismo pirrônico e acadêmico), mas é primordialmente acerca de somente uma de suas vertentes: o ceticismo radical.
Embora Frege não tenha articulado uma metafísica e uma semântica do discurso ficcional, podemos analisar a sua teoria do sentido e da referência a fim de estabelecer algumas conclusões para a ficção. O meu objetivo neste artigo é argumentar que, para Frege, o problema central do discurso ficcional diz respeito à força assertórica do autor ao narrar uma história de ficção. O autor de ficção, como Frege sustenta em Der Gedanke, apenas finge realizar asserções, de modo que as sentenças ficcionais são pseudo-asserções. A consequência desta tese é que os nomes próprios que ocorrem na ficção são todos, sem exceção, nomes aparentes ou vazios. Em função disso, como Frege estabelece em Introdução à Lógica, Lógica e Sobre o Sentido e a Referência, as sentenças ficcionais têm sentido, mas carecem de referência, o que mostra que a ficção tem a única finalidade de nos propiciar um deleite estético -não sendo possível, então, diferentemente dos discursos científico e ordinário, valorar as sentenças ficcionais como verdadeiras ou falsas. Sendo esse o caso, analisarei criticamente os três problemas que Frege encontra na ficção: o problema dos nomes vazios, o problema da força assertórica e o problema dos valores de verdade.
Se traduções diferentes de uma mesma obra literária têm sintaxes e semânticas diferentes, como elas podem ser sobre um e o mesmo personagem ficcional? Para responder essa pergunta é necessário (a) saber o que são personagens ficcionais e (b) apresentar suas condições de referência. A partir das obras de Amie Thomasson (1999, 2003, 2007) e Saul Kripke (1980, 2013), defendo que personagens ficcionais são artefatos abstratos cuja referência é fixada pelo batismo performado por um autor; e que a identidade de um personagem ficcional é preservada através da manutenção da mesma cadeia de referência. Por fim, mostro como os tradutores mantêm a cadeia de referência iniciada pelo autor de determinada obra e como consequentemente um personagem ficcional permanece o mesmo artefato abstrato no decorrer de diferentes traduções.
A Metametafísica é o estudo sobre os fundamentos e a metodologia da Metafísica. Analisaremos neste artigo três metodologias que marcaram as origens da Metametafísica na Tradição Analítica: a de Alexius Meinong, Rudolf Carnap e Willard van Orman Quine. De acordo com Meinong, há uma distinção entre ‘existir’ e ‘haver’ e, para preservar a intuição de que todo ato intencional é direcionado a um objeto, há coisas que não existem. Segundo Carnap, as perguntas em Metafísica podem ser facilmente respondidas por meios empíricos ou inferenciais, desde que adotemos um sistema de referência linguístico (framework) e respondamos às questões internamente a esse framework. Já Quine argumentou que tomar uma entidade com sendo existente é tomá-la como o valor de uma variável ligada. A Metametafísica é relevante porque desambigua o nosso vocabulário e evita que os filósofos e filósofas se envolvam em meras disputas verbais. O nosso objetivo neste artigo não foi explicitar a nossa predileção por alguma dessas metodologias, mas fornecer um ponto de partida para os que não estão familiarizados com essas discussões — de modo que outros pesquisadores e pesquisadoras se engajem com as questões pertencentes à Metametafísica.
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